terça-feira, 29 de agosto de 2017

Super Mundial de Clubes ou uma Super Champions League?

Aparentemente já pode se dar como favas contadas a criação do Mundial de Clubes a cada quatro anos, substituindo, finalmente, a Copa das Confederações.
Favas contadas? Vamos ver...

Em suas edições de sábado, dia 26, o jornal espanhol Mundo Deportivo e o italiano Gazzetta dello Sport divulgaram a informação sobre essa competição, dizendo que  a ideia da FIFA é criar um torneio com 24 clubes de todo o mundo, envolvendo os quatro últimos campeões e vice-campeões da Champions League desse período e mais 4 clubes europeus, em critério a ser definido.

Vejam como ficaria a distribuição das vagas por confederação do torneio que o Mundo Deportivo e outros jornais espanhóis vêm chamando de:



 

A definição da 24ª vaga ainda está em discussão, pois é ponto pacífico que a OFC não terá lugar cativo e terá que disputá-lo, a exemplo do que já ocorre para a Copa do Mundo.
A possível ou suposta fórmula de disputa partiria da formação de 8 grupos com 3 clubes cada, classificando campeão e vice para as fases eliminatórias: quartas-de-final, semifinal e final.


 A massacrante presença europeia

Se o quadro for mesmo o que foi descrito pelo jornal espanhol, teremos cristalizada uma situação de termos um campeão europeu em toda edição, isso, é claro, enquanto persistir o abismo que separa o futebol da Europa do futebol do resto do mundo, América do Sul inclusa, sem menor dúvida.
Sendo otimista, vai demorar muito tempo para esse abismo diminuir.

A ideia da FIFA é fazer o torneio no final da temporada europeia, ou seja, depois do encerramento das ligas nacionais e continentais, entrando no período de férias dos jogadores, o que deixa outra dúvida: os finalistas da Champions League do ano corrente participam do Super Mundial?
As últimas quatro edições da Champions League tiveram o Real Madrid como campeão três vezes e uma vez o Barcelona. O Atlético de Madrid foi duas vice e a Juventus também, duas vezes vice.
É a espanholização da UEFA?


Brincadeira à parte, como quatro edições da principal liga mundial não foram suficientes para apontar 8 participantes, ampliei o cenário até 2010. Teríamos, então, também as presenças de Bayern, Borussia Dortmund, Chelsea, Manchester United e Internazionale. Mesmo assim ainda ficariam faltando três clubes, que, certamente, sairiam da turma que tem Manchester City, Paris, Arsenal e Liverpool, entre outros. 
Qualquer que seja o critério da UEFA para definir os participantes do Super Mundial, além dos campeões e vices das últimas Champions League, o cenário é totalmente europeu.
Dos 24 clubes passam 16 para a fase eliminatória e é improvável algum europeu ficar pelo caminho. Dessa forma, teríamos apenas 4 times dos outros continentes... Não é impensável ver um sul-americano chegar à semifinal, mas passar por essa fase e vencer a final?
Improvável.
Ao fim e ao cabo teríamos uma reedição de mais uma Champions League.
Uma Super Champions League...
E um Campeão Mundial carregando esse scudetto por 4 anos.

Por mais que me esforce e por mais boa vontade que tente ter em relação a esse projeto criado pelo departamento dirigido por Zvonimir Boban, não gosto dele.
Realmente não gosto dele nessa formulação, pois ela acaba conduzindo a sucessivas finais europeias, pensando logicamente.
Embora nada aponte nesse sentido, essa divulgação pode ter sido, também, um ensaio para verificar a receptividade da ideia.


Uma nova Copa Intercontinental

Hoje, segunda-feira, o jornalista Marcel Rizzo do portal UOL, divulgou em sua coluna que a FIFA vê com bons olhos o retorno da Copa Intercontinental, nos mesmos moldes do período de 1980 até 2004, com um jogo único entre o campeão europeu e o campeão sul-americano.
Segundo ele, CONMEBOL e UEFA já conversam a respeito e a nova Copa Intercontinental pode ocorrer mesmo nos anos de Super Mundial, pois ela continuaria sendo disputada em dezembro.

Com a volta dessa Copa voltariam ou ganhariam mais força as eternas discussões em Terra Brasilis sobre “meu time tem mais Mundiais que o teu”.
Bom, no mínimo seria divertido e, em um jogo único em terra estrangeira às duas equipes, os deuses dos estádios haverão de sorrir para nossos times...

Quem sabe quatro em cada dez disputas?

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