terça-feira, 2 de abril de 2019

Moisés, do Palmeiras, e Gustavo Henrique, do Santos, pegam pena maior e estão fora do Paulistão

O meia Moisés, do Palmeiras, e o zagueiro Gustavo Henrique, do Santos, foram punidos nesta segunda-feira com quatro jogos de suspensão pelo Tribunal de Justiça de Desportiva (TJD) de São Paulo. O motivo da punição foi uma confusão em campo durante o clássico entre os dois times na primeira fase do Paulistão, em 23 de fevereiro.

Trata-se de uma decisão do Pleno, a segunda instância do TJD, para a qual não cabe mais nenhum recurso. A única possibilidade é um recurso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro. Os dois clubes vão recorrer.

Se os dois clube não conseguirem derrubar a decisão do TJD, os dois jogadores estão fora do Campeonato Paulista. Santos e Palmeiras só podem fazer mais três partidas no Paulistão – a partida de volta da semifinal e mais os dois jogos da final.
Alexandre Miranda, advogado do Palmeiras, durante sua defesa no tribunal — Foto: Martín Fernandez

Alexandre Miranda, advogado do Palmeiras, durante sua defesa no tribunal — Foto: Martín Fernandez


Marcelo Góes, advogado do Santos, durante sua defesa no tribunal — Foto: Martín Fernandez

Gustavo Henrique e Moisés haviam sido suspensos por um jogo no dia 11 de março, após julgamento em primeira instância no TJD. O zagueiro santista já cumpriu a suspensão. O meia palmeirense vinha atuando graças a um efeito suspensivo.


Os auditores que participaram do julgamento em primeira instância haviam enquadrado os dois atletas no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que fala em "conduta contrária à disciplina ou à ética" e prevê penas de suspensão de um a seis jogos.


O Palmeiras então recorreu para tentar a absolvição de Moisés, pedindo que a pena fosse convertida em advertência. O Santos, ao contrário, concordou com a punição aplicada a Gustavo Henrique à época – um jogo de suspensão, que ele, inclusive, já havia cumprido antes do novo julgamento, nesta segunda-feira.

Mas o zagueiro santista voltou ao julgamento porque a procuradoria do TJD também recorreu por considerar a pena insuficiente. A procuradoria pedia que os dois atletas fossem enquadrados no artigo 254 – "agressão física" – e punidos com quatro jogos de suspensão, argumentação que foi aceita nesta segunda-feira.

Confusão entre Gustavo Henrique e Moisés, em Palmeiras x Santos

"Coisa de jogo"
Apesar de a confusão ter ido a julgamento por conta das imagens de transmissão, tanto o palmeirense quanto o santista minimizaram o episódio logo depois daquela partida.

– Coisa de jogo. Quando o Thiago (Santos) caiu, deu um princípio de confusão. Vim para não deixar ninguém encostar nele, ele (Gustavo) veio para separar também. Acabou ele me segurando e eu segurando ele. Conversamos depois. Cada um brigando pelo seu lado – disse Moisés.


– Ele me segurou no pescoço, eu também segurei ele. Depois eu dei um empurrão na região do pescoço, ele jogou a mão. Não tem nada para crucificar ele nem eu. Foi ele brigando pelo escudo dele, e eu pelo meu – completou.

Zagueiro santista e meio-campista palmeirense se desentenderam em clássico na arena — Foto: Felipe Zito
Zagueiro santista e meio-campista palmeirense se desentenderam em clássico na arena — Foto: Felipe Zito

Na saída do estádio palmeirense, Gustavo Henrique disse o seguinte:

– Fui para separar. Agarrei ele (Moisés), e ele me agarrou. Acabei tomando um soco no pescoço e acabei reagindo. Mas isso é coisa de jogo, dei um abraço nele depois. Isso é o tipo de coisa que fica dentro de campo.

Gustavo Henrique compareceu ao TJD nesta segunda-feira, mas não pôde ser ouvido porque Moisés não estava presente – o meia do Palmeiras está na Argentina, onde o time joga nesta terça-feira contra o San Lorenzo, pela Libertadores.

Felipão advertido
Também nesta segunda-feira, o TJD manteve advertência para o técnico Luiz Felipe Scolari por frase direcionada à arbitragem da partida contra o Corinthians, em 2 de fevereiro.

O treinador tinha sido julgado com base no artigo 258, que fala em "desrespeitar os membros da equipe de arbitragem", por, segundo a súmula, ter dito "Parabéns! Você é maravilhoso para apitar os nossos jogos" ao árbitro Luiz Flavio de Oliveira.

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