sexta-feira, 12 de abril de 2019
Menina integra time de garotos da escolinha do Flamengo no maior torneio infantil da América Latina
Cerca de 30 crianças da Escolinha do Flamengo em Uberlândia vão competir de 13 a 20 de abril na Go Cup, maior campeonato infantil da América Latina, em Aparecida de Goiânia, Goiás. E no meio dos garotos cheios de sonhos, uma menina também terá a oportunidade de viver a experiência de disputar uma competição. Única garota da turma, Victória Gabrielly, de 11 anos, vai jogar pelo time sub-12 da escolinha.
– A Victória começou na escola este ano. O irmãozinho dela já faz aula conosco há muito tempo e ela sempre acompanhou. Ela faz ginástica olímpica e motivada pelo que vê o irmão participando, o entusiasmo dos pais, pediu para fazer uma aula experimental. Colocamos numa boa, tecnicamente não tem nada a ver, a gente vê que a menina é mais disciplinada, obediente e com isso aprende mais, assimila melhor as coisas, lógico que sabemos, até um limite físico. Com isso damos respaldo e colocamos para jogar. Se eu não colocar, como vamos fazer para introduzi-las no espaço? Procuro motivar não só ela, mas as outras meninas que tem na escola também – disse o professor e coordenador da escolinha, Toni Rastrelo.
Victória fazia ginástica artística, mas segundo o pai, Luciano Gomes, cresceu rápido demais no último ano. Levando em conta o biótipo do esporte, o pai a sugeriu também outras modalidades, como vôlei e handebol.
Victória vai jogar com os colegas de time no sub-12 — Foto: Toni Rastrelo
– Nós já íamos para a Go Cup, já estava combinado. Quando a Victória decidiu tentar jogar foi surpreendente para nós, porque ela é muito feminina, nunca tinha despertado esse interesse. Foi uma surpresa, mas estamos apoiando. Perguntamos se ela queria ir, ficou acanhada no início, está começando agora, mas estamos levando para que ela tenha sensação de entrar em um estádio, para ver se dá aquele "up" para aprender mais e se esforçar dentro do esporte. Eu, a mãe, o avô, que é apaixonado com os dois, todo mundo quis que ela fosse. É uma coisa boa – contou o pai, Luciano Gomes, lembrando o apoio da esposa, Valdineia.
Luciano afirmou que como pai entende que o esporte é importante na formação dos filhos e procura não deixar que eles fiquem sem praticar uma atividade.
– O esporte tem que ser determinante na vida da criança, ele dá disciplina, responsabilidade. Entre deixá-la em casa e ela tentar fazer um futebol ou outro esporte, sempre vou incentivar, independente do esporte. Se tiver que levar em outros campeonatos, vamos levar. Como fazemos com o Victor, faremos com ela.
Go Cup reúne equipes de diversos países em Aparecida de Goiânia — Foto: Go Cup/Divulgação
Na linha da obrigação de criar equipes femininas, processo liderado em nível nacional e continental como requisito para disputar a Série A do Brasileiro e competições da Conmebol, o treinador Toni Rastrelo lembra o incentivo para as garotas desde a base. Embora admita que o cenário não é ideal, ele vê um bom caminho pela frente.
– Eventos como a Go Cup também têm que valorizar as meninas. E as meninas não pagam inscrição este ano, o que é maravilhoso, já que é muito mais difícil encontrar meninas para montar time do que meninos. Vai chegar uma hora que, se Deus quiser, terá uma chave feminina. Levar uma menina para jogar com os meninos não é o ideal, mas vai chegar uma hora que o momento vai ser delas – concluiu.
A Go Cup é uma competição de base que reúne 3500 crianças do sub-7 ao sub-12, de 13 a 20 de abril em Aparecida de Goiânia, em Goiás. Na edição de 2019, a sexta, são esperadas equipes de 18 estados mais o Distrito Federal, além de representantes de 13 países.
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