Foram nove anos de Corinthians. Nove anos com seu jeito tranquilo, discreto, no caminho contrário ao estereótipo criado de um jogador de futebol dos anos 2000.
Danilo é o jogador raiz, um dos maiores símbolos da década vencedora do Corinthians. Chegou em 2010, contratado como presente do centenário do clube para a torcida, mas me lembro bem.
Quando chegou, ao lado de Roberto Carlos, Iarley, Tcheco e Ralf, Danilo não foi unanimidade. Mesmo depois do sucesso que fez no rival São Paulo, entre 2004 e 2006, ele ainda era questionado por parte da torcida.
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Danilo é homenageado após o treino desta quinta-feira — Foto: Daniel Augusto Jr / Ag Corinthians
Muitos torcedores se incomodavam com aquela jogada clássica dele, de levar a bola até a linha de fundo, cortar o defensor para cruzar de direta ou cortar novamente pra cruzar de esquerda, isso foi motivo de crítica no início.
Até a falta de entendimento tático de parte dos torcedores era refletida nessas críticas. Não havia compreensão da função tática do Danilo. Quantas vezes o torcedor corintiano não perguntou:
– Ele é meio-campo ou atacante?
Ou resmungou:
– Ah, ele é muito lento!
Aos poucos, com gols e inúmeras assistências importantes, e claro, sem muitas declarações midiáticas, Danilo conquistou toda torcida. Hoje, é, com certeza um dos ídolos da história do Corinthians.
Foram nove anos, e eu me esforcei pra lembrar de uma história de atrito entre Danilo e a torcida, mas não fui capaz.
São oito títulos, gols importantíssimos, participações em gols inesquecíveis, como o primeiro gol da final da Libertadores de 2012 ou o gol que classificou o Corinthians para a final, contra o Santos, no Pacaembu, ou até o gol da final do Mundial, que saiu depois da jogada do Paulinho e do chute dele.
Como não lembrar dos jogos que Danilo fez nos clássicos? Quando era jogador do São Paulo ou do Corinthians. Sempre decisivo. Sempre gelado e pronto pra resolver. São mais de 350 jogos pelo Corinthians, oito títulos e uma história irretocável.
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Danilo faz o gol de bicicleta contra o Bahia — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Antes de finalizar, estou com o amigo e companheiro Alexandre Lozetti. Tenho a mesma opinião sobre a injustiça da seleção brasileira com Danilo. Ele é o maior jogador da história do futebol brasileiro que nunca vestiu a camisa da Seleção, mas, para uma das maiores torcidas do país, Danilo vestiu 358 vezes a camisa corintiana.
Três brasileiros, dois paulistas, uma Libertadores, um Mundial de Clubes e uma Recopa Sul-Americana. Se faltou alguma coisa nesta relação vencedora, a história de Danilo será sempre lembrada.
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