O Conselho Deliberativo do Flamengo abriu nesta quarta-feira inquérito para investigar a venda de Lucas Paquetá para o Milan. A decisão partiu do presidente do órgão, Rodrigo Dunshee, que questiona o momento e os valores da negociação com o clube italiano. A compra de Vitinho, junto ao CSKA, em julho, também será apurada.
Paquetá atuando contra o Fluminense pelo Brasileirão — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Para evitar que a investigação atrapalhe o momento do time no Campeonato Brasileiro, foi estabelecido sigilo no processo. As principais críticas em relação à venda de Paquetá são em relação ao momento – uma vez que o Flamengo está na reta final do Brasileiro – e ao valor abaixo da multa rescisória de 50 milhões de Euros. O meia foi negociado por 35 milhões de euros, mas o Flamengo receberá 24,5 milhões de euros, em quatro parcelas.
- A transação do Paquetá tem características fora do padrão que chamam atenção. A janela só abre em janeiro, mas a venda está sendo feita no meio do campeonato. Do preço total, 30% vão para uma empresa. É grave o fato de a venda ser feita por valor muito abaixo da multa. Eu, como presidente do Conselho Deliberativo, não posso ter outra atitude que não seja apurar essa negociação. Será aberto um inquérito para estudar o que aconteceu. Acho muito estranho, acho que tem outros interesses – disse Dunshee, que presidente do CoDe, que também concorre como vice presidente na chapa de Rodolfo Landim, nas eleições do Flamengo.
Lomba defende venda, e Bandeira critica processo eleitoral
Nesta quarta-feira, a cúpula do Flamengo concedeu entrevista coletiva para tentar esclarecer alguns pontos da negociação de Paquetá. Os números não foram expostos, devido à cláusula de confidencialidade no acordo com o Milan. O vice de futebol Ricardo Lomba, que é candidato a sucessor de Eduardo Bandeira, defendeu a negociação.
- No ponto de vista financeiro, é uma transação muito boa para o Fla. Do ponto de vista econômico é uma excelente transação. A multa é uma proteção do clube, não se pode tomar como referência para transação. Mas chegamos o mais próximo possível, ficamos muito perto do valor da multa. E a maior parte do dinheiro fica para o próximo triênio - ressaltou Lomba.
Sobre a possibilidade de inquérito para apurar a transferência, Eduardo Bandeira não se mostrou preocupado e voltou a falar que acredita que os ataques estejam acontecendo devido ao período eleitoral no Flamengo.
- No futebol mundial vocês vão encontrar pouquíssimas transações com o valor total da multa. Até porque não seria negociação. Agora não dá para ficar lendo e ouvindo absurdos sobre isso. A transação foi feita por um valor muito próximo da multa, considerado suficiente e atrativo.
- Todo dia surge inquérito novo. Isso é risível. Tem coisas que entendemos no processo eleitoral. Essa é ridícula. Pessoas que tiraram retrato com ele, agora vão abrir inquérito. Isso não tira meu sono. Pode abrir quantos inquéritos quiserem. Não vou me pautar sobre ameaça ridícula - disse Bandeira.
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