quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Advogado de Cristiano culpa hacker por vazamento de acordo e diz que sexo foi consensual

Um dos advogados contratados para defender Cristiano Ronaldo no caso de um suposto estupro ocorrido em 2009 em Las Vegas, nos Estados Unidos, Peter S. Christiansen emitiu um comunicado nesta quarta-feira explicando os argumentos da defesa.

O advogado de 49 anos culpou a ação de um hacker pelo vazamento do acordo de silêncio firmado entre o jogador e a americana Kathryn Mayorga, suposta vítima. No entanto, reiterou que a relação sexual foi "consensual".

- Esse acordo não representa de modo algum uma confissão de culpa. O que aconteceu foi simplesmente que Cristiano Ronaldo se limitou a seguir o conselho dos seus assessores no sentido de pôr termo às acusações ultrajantes feitas contra ele, a fim justamente de evitar então tentativas, como aquelas a que estamos a assistir agora, de destruição de uma reputação construída graças a um trabalho intenso, capacidade atlética e comportamento correto - explica um trecho do comunicado.
Cristiano Ronaldo em ação pela Juventus — Foto: Reuters

Cristiano Ronaldo em ação pela Juventus — Foto: Reuters

O acordo foi publicado em primeira mão pelo site "Football Leaks", mas foi a revista alemã "Der Spiegel" que investigou o caso e entrevistou a americana, trazendo à tona toda a polêmica. Entenda o caso na reportagem do "Fantástico":


Cristiano Ronaldo é acusado de estupro em hotel de Las Vegas, há 9 anos

Confira a íntegra do comunicado:

"Fui contratado para representar Cristiano Ronaldo na sequência de uma recente ação cível baseada em eventos supostamente ocorridos em 2009, e que culminaram com a celebração de um acordo, mediante o qual as partes renunciaram a quaisquer outros direitos. Atento o incumprimento desse acordo pela outra parte, bem como as acusações inflamadas que se foram sucedendo nos dias seguintes, Cristiano Ronaldo vê-se forçado a quebrar o silêncio, sendo certo que o dito acordo lhe autoriza uma 'reação proporcional' em caso de violação pela contraparte.

Para que não subsistam dúvidas: Cristiano Ronaldo nega veementemente todas as acusações constantes da referida acção cível, em coerência com o que tem feito nos últimos 9 anos.

Os documentos que supostamente contêm declarações do Sr. Ronaldo e foram reproduzidos nos media são puras invenções. Em 2015, dezenas de entidades (incluindo sociedades de advogados) em diferentes partes da Europa foram atacadas e os seus dados eletrônicos roubados por um criminoso cibernético.

Esse hacker tentou vender tal informação, e um meio de comunicação acabou irresponsavelmente por publicar alguns dos documentos roubados, partes significativas dos quais foram alteradas e/ou completamente fabricadas. Uma vez mais, para que não haja dúvidas, a posição de Cristiano Ronaldo sempre foi, e continua a ser, a de que o que aconteceu em 2009 em Las Vegas foi completamente consensual.


Cristiano Ronaldo não nega que aceitou celebrar um acordo, mas as razões que o levaram a fazê-lo estão, no mínimo, a ser distorcidas. Esse acordo não representa de modo algum uma confissão de culpa. O que aconteceu foi simplesmente que Cristiano Ronaldo se limitou a seguir o conselho dos seus assessores no sentido de pôr termo às acusações ultrajantes feitas contra ele, a fim justamente de evitar então tentativas, como aquelas a que estamos a assistir agora, de destruição de uma reputação construída graças a um trabalho intenso, capacidade atlética e correcção de comportamento. Infelizmente, vê-se agora envolvido no tipo de litigiosidade que é muito comum nos Estados Unidos.

Embora Cristiano Ronaldo esteja acostumado a ser objeto da atenção da mídia, inerente à circunstância de ser uma pessoa famosa, é absolutamente deplorável que meios de comunicação continuem a propagar e a estimular uma campanha intencional de difamação baseada em documentos digitais roubados e facilmente manipuláveis.

Cristiano Ronaldo mandatou os seus advogados nos Estados Unidos e na Europa para se ocuparem de todos os aspectos legais e manifesta plena confiança em que a verdade prevalecerá, não obstante o corrupio de contrainformação, e em que as leis de Nevada serão aplicadas e respeitadas."

Entenda a cusação de estupro

Kathryne Mayorga, de 34 anos, acusa CR7 de tê-la estuprado em um hotel de Las Vegas em 13 de junho de 2009, pouco antes dele se transferir para o Real Madrid. Mas a acusação só se tornou pública em 2017, depois que a revista alemã “Der Spiegel” publicou uma extensa reportagem sobre a acusação.

Na semana passada, o escritório de advocacia que defende Mayorga entrou com um pedido para reabrir as investigações do caso na Justiça do Condado de Clark, onde fica a cidade de Las Vegas, e a Justiça acatou. Agora, pouco mais de 9 anos depois, o caso volta para a Justiça de Nevada.


Em entrevista à revista alemã, Katheryne Mayorga disse que Cristiano Ronaldo ofereceu dinheiro pelo silêncio e ela assinou um acordo para encerrar o assunto. O craque, através das redes sociais, negou a acusação e disse que abomina estupro, e que não quer alimentar um espetáculo negativo em torno do nome dele e disse que está com a consciência tranquila.

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