quinta-feira, 20 de setembro de 2018

STJD rejeita pedido do Palmeiras para impugnar final do Paulistão e mantém Corinthians campeão

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) rejeitou, na manhã desta quarta-feira, o pedido do Palmeiras para impugnar a decisão do Campeonato Paulista. Os auditores entenderam que o clube não conseguiu apresentar provas que sustentassem o argumento de interferência externa na partida. A decisão foi unânime. Com isso, o Corinthians está mantido como campeão paulista de 2018.

Horas depois, o clube disse que conseguiu demonstrar a interferência externa, mas que não vai levar a questão a instâncias internacionais. Confira a nota oficial:

"A Sociedade Esportiva Palmeiras entende que deu sua contribuição ao demonstrar, de maneira inequívoca, a interferência externa na atuação da arbitragem na final do Campeonato Paulista deste ano. Após um processo de investigação extremamente minucioso, o Palmeiras comprovou que houve comunicação não permitida pelo regulamento com os árbitros.

Infelizmente, os tribunais esportivos brasileiros não entendem que a série de fatos apresentados constitui prova suficiente para anulação de uma partida de futebol, o que lamentamos.

Porém, tudo o que foi demonstrado pelo Palmeiras foi referendado pela opinião pública e pela mídia especializada e, graças a essa movimentação do clube, algumas atitudes foram tomadas no sentido da evolução no futebol brasileiro.

A CBF, que não introduziu o uso do VAR no Campeonato Brasileiro porque não teve a votação suficiente dos clubes, determinou sua utilização a partir das quartas de final da Copa do Brasil. O Palmeiras foi o único clube do Estado de São Paulo que votou a favor do uso da tecnologia e seguiu fazendo gestões junto à CBF para que a ideia não fosse arquivada.

Até a FPF, após as evidências levantadas pelo Palmeiras, decidiu adiantar o uso do VAR, e o Campeonato Paulista de 2019 também terá a utilização desta tecnologia a partir das quartas de final, o que, esperamos, ajude a diminuir as questões duvidosas e traga legitimidade à tecnologia no auxílio à arbitragem.

Ainda há espaço para mais avanços. Por isso, o Palmeiras segue sugerindo a disponibilização das gravações das comunicações entre os árbitros e a reciclagem e renovação do comando do Departamento de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

A Sociedade Esportiva Palmeiras espera que esse caminho de evolução não tenha mais volta no futebol brasileiro. O clube seguirá, por sua vez, sempre batalhando e à frente de posturas que contribuam para o desenvolvimento do esporte nacional."

Julgamento no STJD rejeita pedido de impugnação feito pelo Palmeiras — Foto: Fred Huber
Julgamento no STJD rejeita pedido de impugnação feito pelo Palmeiras — Foto: Fred Huber

O Palmeiras argumentava que houve interferência externa na decisão da arbitragem de desmarcar um pênalti assinalado a favor do Palmeiras (de Ralf em Dudu) na decisão do dia 8 de abril (veja toda a confusão em vídeo abaixo). O Corinthians venceu o jogo por 1 a 0 e conquistou o título nos pênaltis.

Veja toda a confusão do pênalti cancelado na final do Campeonato Paulista

Como foi a votação

O auditor Otávio Noronha foi o primeiro a se manifestar. Ele defendeu a visão de que o pedido do Palmeiras havia prescrito – concordando, portanto, com a visão do TJD-SP.

– Não existe prova cabal para a impugnação – disse ele.

Em seguida, o auditor Ronaldo Piacente concordou com o relator, José Perdiz (que havia se manifestado no primeiro julgamento), e opinou que o Palmeiras se baseia em suposições, não em provas.


Logo depois, outro aditor, Mauro Marcelo de Lima e Silva, disse ter impressão de que houve interferência externa, mas sem provas. Com isso, também votou contra o pedido do Palmeiras de impugnar a partida.

– Indícios são elementos de provas. Mas têm peso também. Marca de batom na lapela tem menos peso do que na cueca. Mas a certeza tem que ser inquestionável. Tenho impressão que houve interferência externa, mas me falta a convicção absoluta – afirmou ele.

Na sequência, a auditora Arlete Mesquita e o auditor Antônio Vanderlei também acompanharam o relator. E o mesmo aconteceu com Paulo César Salomão Filho, presidente do órgão, por falta de "certeza absoluta".

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