quarta-feira, 28 de junho de 2017

Ricardo Teixeira violou seis artigos do Código de Ética da Fifa, aponta relatório



Fifa investiga compra de votos para escolha de Rússia e Catar como sede da Copa

O relatório do advogado Michael Garcia, divulgado pela Fifa na íntegra nesta terça-feira, apontou que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, violou seis artigos do Código de Ética da entidade máxima do futebol. Dentre eles, estão os itens que dispõem sobre conflito de interesse, suborno e corrupção. Ouvida pelo Jornal Nacional, a defesa do ex-dirigente afirma que o documento é “inconclusivo, não gerou nenhum processo contra ele e que contém ilações inverídicas” (veja no vídeo).
Ricardo Teixeira foi membro do Comitê Executivo da Fifa por 18 anos e, portanto, com direito a voto na escolha da sede da Copa do Mundo. Porém, o brasileiro deixou o cargo em 2012, quando renunciou à presidência da CBF e a todos os postos relacionados ao futebol. Entretanto, o relatório Garcia ressaltou, em 2014, que “embora Teixeira não está mais no futebol, ele ainda é tema para a jurisdição do Comitê de Ética da Fifa”.
O documento aponta que o ex-presidente da CBF violou os seguintes artigos: artigo 13 (regras gerais de conduta), artigo 15 (lealdade), artigo 19 (conflito de interesses), artigo 20 (oferecer e aceitar presentes e outros benefícios), ártico 21 (propina e corrupção), artigo 22 (comissão). O texto encerra pedindo que um “procedimento de investigação seja aberto contra o Sr. Teixeira”.
Ricardo Teixeira deixou o futebol em 2012, mas, segundo o relatório, ainda estaria sob a jurisdição do Comitê
Ricardo Teixeira deixou o futebol em 2012, mas, segundo o relatório, ainda estaria sob a jurisdição do Comitê de Ética da Fifa (Foto: Getty Images)
de Ética da Fifa (Foto: Getty Images) Ricardo Teixeira deixou o futebol em 2012, mas, segundo o relatório,
Dentre as vantagens obtidas pelo ex-presidente da CBF, estaria um tratamento "top vip" durante o amistoso entre Brasil e Argentina, no Catar, em 2010. Ricardo Teixeira se hospedou por quatro noites na suíte presidencial do hotel Four Seasons, em Doha, que tem até praia particular. O custo da diária foi de US$ 5.490, pagos pela candidatura do país a sede do Mundial de 2022. O valor era 18 vezes mais que a de Messi e 30 vezes a de Robinho.
O documento também aponta um pagamento suspeito para uma criança de 10 anos de idade que, de acordo com a investigação, seria para a filha de Ricardo Teixeira. De acordo com o relatório, US$ 2 milhões (R$ 6,6 milhões na cotação atual) foram transferidos para a conta. No entanto, nenhuma evidência conseguiu relacionar o pagamento à candidatura do Catar.
O relatório é de 2014, mas só foi exposto depois que o texto foi vazado e divulgado pelo jornal alemão “Bild”. Michael Garcia é ex-membro da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da Fifa. Ele deixou o cargo em 2014 depois que a entidade arquivou a investigação sobre a compra de votos das candidaturas da Rússia e do Catar para as Copas de 2018 e 2022.

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