Dirigentes dos times que seguem na competição enxergam desequilíbrio no fato
de as duas partidas das quartas de final serem no Morumbi; FPF defende medida
São Paulo terá a vantagem de jogar as duas partidas das quartas de final em casa (Foto: Luis Moura / Estadão Conteúdo)
O fato de o Linense ter "vendido" seu mando de campo nas quartas de final do Campeonato Paulista – enfrentará o São Paulo duas vezes no Morumbi – foi alvo de crítica de outros clubes que seguem vivos no torneio. O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, disse que apoia a "decisão dos clubes".
O regulamento do Paulistão permite a manobra, que foi vetada no Campeonato Brasileiro a partir de 2018. A renda das duas partidas será dividida ao meio por São Paulo e Linense.
O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, tentou evitar críticas à inversão de mando, mas afirmou que a tabela cria "desequilíbrio esportivo".
– Eu enxergo que tem um desequilíbrio, mas a escolha é deles. O Palmeiras tem que pensar no Novorizontino, não tem que opinar sobre outros jogos.
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Giovanni Dimarzio, vice-presidente da Ponte Preta, foi o mais enfático na crítica.
– Eu penso que seria mais interessante ter os jogos no interior. Nós, por exemplo, não aceitamos jogar as duas contra o Santos no Pacaembu. Nós somos contra e manifestamos isso. Os jogos deveriam ser na casa dos mandantes.
Genilton Rocha Sanntos, presidente do Novorizontino, que enfrenta o Palmeiras nas quartas de final, também criticou a decisão do Linense.
Galiotte, do Palmeiras, vê desequilíbrio (Foto: Marcos Ribolli)
– Isso é algo que a gente não abriu mão. Sempre falamos ao nosso torcedor, que é sempre presente, que levaríamos os grandes para lá. Colocamos o lado emocional do torcedor acima de tudo. Temos que valorizar o nosso torcedor.
Os presidentes de Corinthians e Santos, respectivamente Roberto de Andrade e Modesto Roma Júnior, não quiseram entrar no mérito da questão.
– É um problema de São Paulo e Linense – resumiu o cartola do Corinthians.
O representante do Botafogo de Ribeirão Preto, Octavio Valini Júnior, foi o único a elogiar a escolha do Linense, mas deixou claro que não tomaria o mesmo caminho.
– Achei uma decisão acertada, coerente, tendo em vista que o Linense não tem condição de jogar em seu estádio. Mas o Botafogo nunca pensou nessa possibilidade, porque nosso estádio tem condição. A gente deve isso ao nosso torcedor.
O presidente do Linense, José Hugo Gentil Moreira, justificou sua decisão pelo aspecto financeiro.
– A gente se comprometeu a não levar jogos dos grandes para Lins, porque nosso estádio não tem condição. Então tínhamos duas possibilidades: levar para outra cidade do interior, onde não teríamos ganho esportivo e nem financeiro, ou trazer para a capital. Não temos calendário no segundo semestre, só a Copa Paulista, que é deficitária – disse.
Questionado pelo GloboEsporte.com sobre uma eventual reação da torcida em Lins, o cartola respondeu:
– Vai ter gente reclamando sempre. Estamos tranquilos, porque é algo que já havíamos deixado claro. Levamos o jogo contra o Palmeiras para Araraquara, e a torcida não gostou. Então é mais fácil para a torcida vir até São Paulo do que ir para outra cidade.
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, defendeu a decisão.
– É algo que só afeta aos dois clubes, portanto não prejudica e nem beneficia terceiros. O futebol vive de receitas. [Em Lins] temos um estádio pequeno, em que a maioria seria são-paulina de qualquer maneira. É uma decisão dos clubes, com o apoio da federação.
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