terça-feira, 1 de novembro de 2016

Com velhos aliados, Celso Barros lança candidatura à presidência do Flu

Evento leva mais de 700 pessoas ao Salão Nobre das Laranjeiras e conta com a presença de ex-jogadores, antigos dirigentes e Rubens Lopes, presidente da Ferj


Na noite de segunda-feira, o ex-presidente da Unimed, Celso Barros, lançou oficialmente sua candidatura à presidência do Fluminense para o próximo triênio. O evento levou mais de 700 pessoas ao Salão Nobre das Laranjeiras e teve a presença de ex-jogadores como Washington "Coração Valente" e Petkovic, ex-dirigentes do clube, como Alcides Antunes, Roberto Horcades e Sandro Lima, e o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes.
- É uma noite muito especial para mim. Como fiz questão de falar, essa candidatura marca uma história de dedicação ao Fluminense. Desde o início da parceria, foram momentos de dificuldade e felicidade. Pude ajudar a tirar o clube da situação horrível que vivia em 1999 e caminhar para tantas conquistas ao longo dos anos. Quero anunciar que vou ter o apoio do vice geral, Ricardinho (Ricardo Batista), que é de Olímpicos. Ele já nos disse isso e vai declarar publicamente. É uma pessoa extremamente respeitada no clube e estará conosco. Essa eleição é nova, com sócio torcedor, sócio futebol, é esse sócio que vai ajudar a gente, eles sabem o trabalho que a gente fez, não se preocupam com uma questão ou outra do clube em si - declarou.
Celso Barros Fluminense (Foto: Caio Filho)Celso Barros quer a presidência do Flu (Foto: Caio Filho)




Ex-atacante do Fluminense, Washington era um dos presentes na festa, junto com o sérvio Petkovic. Celso sinalizou com a possibilidade de o "Coração Valente" receber um cargo no departamento de futebol. O centroavante tricolor em 2008 e 2010/11, entretanto, desconversou.

- Vim apenas demonstrar meu apoio. A identificação que eu tenho com o clube é muito forte. Não há candidato melhor. O Fluminense precisa voltar a ter a mesma força que tinha nos anos da parceria. Voltar a ter pulso firme nas decisões, nas relações com a federação, com a CBF, com a torcida. E uma voz firme no vestiário. Os jogadores paravam para ouvir o Celso Barros. Ele era respeitado, e isso faz diferença para que os resultados sejam alcançados. Ouvir essa música que a torcida canta para mim dá uma vontade de voltar que meu Deus (risos). Se eu pudesse pedir alguma coisa, seria para ter o meu nome gritado no Maracanã lotado, essa música que marcou tanto. Agora, quem sabe, a gente retorne essa música de uma outra forma, fora de campo, tentando ajudar o Fluminense. - disse o ex-jogador.
Celso Barros Washington Fluminense (Foto: Caio Filho)O candidato recebeu o apoio do "Coração Valente" e do ex-dirigente Alcides Antunes (Foto: Caio Filho)


Durante seu discurso, Celso Barros alfinetou o ex-vice de futebol Mário Bittencourt, seu rival no pleito, e o atual presidente, Peter Siemsen. Além disso, criticou anúncios "eleitoreiros" como projetos de estádio e possíveis contratações.

- Não quis trazer aqui um caminhão de ex-jogadores, mas jogadores importantes, significativos, amigos. O Thiago Silva é muito meu amigo, mas está no PSG. Gostaria que o Washington estivesse no departamento de futebol comigo. O Petkovic eu nem sabia que viria. É um atleta diferenciado, muito inteligente. Conca mandou vídeo, o Deco está conosco e pode ser uma ponte para o mercado internacional.  A casa do Fluminense é o Maracanã hoje. Se daqui a seis anos vai ter um estádio, uma arena para 25, 30 mil pessoas, vai ser maravilhoso. Mas hoje isso é quase impossível. Já citei outras vezes que o próprio Pedro Antônio fala que na verdade um estádio desse não é menos do que R$ 400 milhões na área em que ele estaria projetado. Falar disso como realidade é ficar enganando o torcedor - pontuou.

Pedro Abad, Carlos Eduardo Cardoso e Mário Bittencourt também anunciaram que serão candidatos no pleito do fim de novembro.

Confira trechos da entrevista de Celso Barros

Candidato da situação

Evidentemente a candidatura do Pedro Abad tem seus problemas, que a gente tem visto. é um rapaz simpático que conheci aqui... vamos ver. O presidente Peter, quando lançou o Abad, foi a publico falar que ia fazer o estádio como se fosse o presidente futuro. O candidato dele é o Abad, teoricamente, mas dizem que ele não pode assinar, então sei lá se vai ser a sombra do presidente Peter, o procurador... nunca vi um negócio desse. 

Estádio

Todos nós queremos um estádio. O Fluminense precisa. Fico vendo alguns argumentos, como por exemplo, o Flu não vai jogar no Maracanã porque tinha que ter 25 mil e tem 20 mil pessoas. Onde estariam essas 20 mil pessoas em Mesquita? Não entrariam. O Fluminense não pode ter estádio para jogar para cinco mil, acreditar que não pode ser grande para ter um Maracanã, não vou dizer cheio, mas com um público que seja viável. Eu fui lá em Mesquita e, com todo respeito, o Fluminense gastou lá um dinheiro relativo. Fazer futebol nessa situação é uma temeridade, é apequenar o Fluminense. O Fluminense tem que jogar no Maracanã. Tem que ver a questão dos custos e um projeto para que o Flu jogue no Maracanã. Se daqui a seis anos vai ter um estádio, uma arena para 25, 30 mil pessoas, vai ser maravilhoso. Mas hoje isso é quase impossível. Já citei outras vezes que o próprio Pedro Antônio fala que na verdade um estádio desse não é menos do que R$ 400 milhões na área em que ele estaria projetado. Tem que ter problema da prefeitura, toda essa situação... É difícil, é ficar enganando o torcedor. 
  
Gestão atual do futebol

Eu não sou gestor do Fluminense hoje. Parece que o Fluminense pagou R$ 10 milhões em 50% do Richarlison, que é um jogador que tem algumas dificuldades, não vou ficar criticando, mas é um alto valor. Gastou bastante também com Orejuela e Sormoza, inclusive os próximos gestores terão que arcar com isso. Não sei se tem dinheiro ou não tem. Tem muita coisa a ser vista no futebol do Fluminense para que a gente possa ter certeza sobre o que é possível fazer. Eu acho que é possível, sim, montar um time forte. Da base que atuou esse ano, cinco jogadores vieram da parceria com a Unimed: Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Cícero e Fred. Isso não é pouco para montar um time. Depois, tivemos Scarpa, Wellington, jogadores que têm grande futuro. Acho que tem muita coisa para ser feita para aumentar receita: marketing, sócio futebol. O Fluminense tem que voltar a pensar como gigante que é.
Celso Barros Fluminense (Foto: Caio Filho)Celso apresentou suas ideias para o Tricolor (Foto: Caio Filho)
"Mudança" em nome do CT

É próprio do presidente Peter, quem conhece ele sabe. Não vou falar mais nada. Quem disse que o nome do CT seria Celso Barros foi ele, eu não pedi nada. Se o Pedro Antônio que é remunerado para fazer o CT pediu para botar o nome dele, tudo bem, é decisão do presidente.

Primeira Liga

Nós vamos disputar e buscar a conquista da Primeira Liga. Qualquer campeonato que o Fluminense estiver jogando, tem que brigar pelo título.

Possíveis contratações

Tudo no papel é fácil, né? O que tenho certeza é que podemos fazer um time mais forte. Não sei que jogadores vamos trazer, tem o Thiago Neves. O Thiago Silva é um amigo que tenho, mas é muito difícil ele sair do PSG agora. O Marcelo está na Europa há muito tempo, é um belíssimo lateral, excelente jogador. Não vamos ficar citando que vamos fazer isso ou aquilo, isso me parece até desespero das outras candidaturas, além de uma falta de vivência no futebol. As coisas não são bem assim. Nós vamos buscar jogadores importantes para compor esse elenco. A torcida vive pedindo o Conca, que está tratando uma lesão, mas parece que ele não tem vontade de voltar ao Brasil, pelo que conversamos. Não adianta trazer o Conca se ele não quer jogar aqui. 

Maior objetivo

Nosso sonho é conquistar a Libertadores, disputar o Mundial. Quase realizamos. Vamos trabalhar nesse sentido e tentar fazer um time para ganhar a Libertadores. 

Técnico para 2017

O meu técnico não é o Levir Culpi. Acho um bom profissional, respeito, espero que leve o Fluminense à Libertadores e vejo nele capacidade para isso. Mas não é o meu treinador para 2017. O Abel é meu amigo e disse que está preocupado com eleição, enfim. Uma declaração que eu como amigo não esperava, mas respeito, é o perfil dele. O Abel é técnico para mim, para o Mário, para o Abad, para quem quer que seja. É um nome que está em pauta, sim, conversamos, estamos observando e vamos pensar. O Roger esteve com a gente como jogador, é um cara sério, tem história no clube, fez um gol de título, um grande trabalho no Grêmio, é um bom nome. Estamos atentos. 

* Estagiário sob a supervisão de Edu Santos

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