Quarenta e dois colorados e gremistas da cidade da região central do RS dividiram ônibus para assistir ao duelo em conjunto no Beira-Rio; ao todo, viagem durou 10h
Desde que foi criada, no Gauchão de 2015, a torcida mista tornou-se exemplo de civilidade e paz em meio à rivalidade Gre-Nal. Nos sete clássicos disputados com a novidade nas arquibancadas, nenhuma ocorrência negativa foi registrada. No domingo, a ideia tomou ares ainda maiores. Moradores de São Sepé, cidade agrícola da região central do Rio Grande do Sul, organizaram uma "excursão mista" para assistir ao duelo no Beira-Rio, vencido por 1 a 0 pelo Grêmio.
A iniciativa partiu da funcionária municipal Danielle Kilian, seu namorado, John Heleno dos Santos, ambos colorados, e o amigo gremista Max Silva da Silveira. O trio tinha a intenção ver o jogo no estádio e conhecer a experiência da torcida mista. Aproveitaram e ampliaram a oportunidade a amigos e conterrâneos.
Então, entraram em contato com um representante das categorias de base do Inter, nascido em São Sepé, e conseguiram os 42 ingressos – capacidade do ônibus – para dividi-los entre gremistas e colorados do município. Divulgaram os telefones nas redes sociais e, em um dia, já estavam com a viagem garantida.
Ônibus com torcedores da Dupla deixou São Sepé às 4h de domingo (Foto: Danielle Kilian / Arquivo Pessoal)
O coletivo deixou a cidade às 4h de domingo, com algumas pessoas ainda sonolentas, outras até mesmo sem dormir. Danielle lembra que a festa pela estrada impediu os torcedores de relaxar no caminho de cerca de 280 quilômetros até Porto Alegre. Em cinco horas de asfalto, não faltaram brincadeiras e as famosas cornetas de ambas as partes. Mas "tudo na paz", reforça a colorada.
– Em vez de ser uma excursão de um time só, foi uma dos dois. Todo mundo se deu bem, se respeitou, muito animados. E teve muita flauta também – recorda Danielle.
Os sepeenses ainda comemoraram o fato de levarem ao estádio um clima familiar, no qual as cornetas fizeram parte durante os 90 minutos de bola rolando – e talvez não reunisse tanta gente caso acompanhassem a partida em sua cidade natal. Depois do jogo, com os colorados "mais tristonhos", conforme Danielle, ainda houve parada em uma churrascaria para vencidos e vencedores confraternizarem.
– Agora a gente (colorados) vai ter que escutar muito! Mas foi uma experiência nova e muito boa. No estádio, todos brincaram e se divertiram, sem nenhum problema. E isso é o que importa – ressalta a jovem de 19 anos.
Sepeenses viajaram por 10 horas entre ida e volta à cidade da Região Central (Foto: Danielle Kilian / Arquivo Pessoal)
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