segunda-feira, 4 de abril de 2016

Rebaixado, Barueri fecha campanha com derrotas em todos os seus jogos

Equipe que conviveu com atraso de salários, falta de comida no alojamento e suspeita de suborno termina Série A3 com 19 derrotas e saldo negativo de 70 gols

Em 2009, o Barueri estreou na Série A do Campeonato Brasileiro, enfrentando o Sport, na Ilha do Retiro. O apoio da Prefeitura acabou, a equipe entrou em queda livre e, sete anos depois, termina seu calvário na Série A3 com uma campanha desastrosa. Com a goleada sofrida por 6 a 1 para a Matonense neste domingo, o time fechou sua campanha na terceira divisão do futebol paulista com 19 jogos disputados, 19 derrotas e saldo de gols negativo de 70 gols. O rebaixamento já havia sido decretado há muito tempo atrás. Desde 2010, é a quinta queda consecutiva da equipe. 
Arena Barueri, Flamengo x América-MG, Flamengo, América-MG, Copa SP (Foto: Emilio Botta)Arena Barueri, que foi símbolo do futebol na cidade da Grande SP, recebeu pouquíssimo público no ano (Foto:Emilio Botta)
A situação existente hoje é fruto da crise política que existe no clube desde o começo de sua existência em 2001, quando ele apareceu com o primeiro nome de Roma Barueri. Naquela época, a equipe começou a receber aportes da Prefeitura da cidade e começou a se suspeitar de desvio de verbas públicas – R$ 26 milhões desapareceram dos cofres entre 1997 e 2004. No período anterior ao Roma Barueri, existia o Grêmio Recreativo Barueri, que era uma ONG que promovia outras modalidades esportivas.
Em 2009, por discussões políticas, o clube deixou Barueri e foi para a cidade de Presidente Prudente com o nome de Grêmio Prudente. Em 2010, no primeiro ano, a equipe foi semifinalista do Campeonato Paulista. Mas foi só. Logo vieram dois rebaixamentos, no Brasileiro do mesmo ano e no estadual do ano seguinte. Em 2011, a equipe voltaria a Barueri novamente, comprada por um empresário. 
Em 2014, o comando da equipe mudou de mãos novamente, passando para o empresário Alberto Ferrari, nome artístico de José Alberto Dias Jeremias, que pagou R$ 2 milhões em 24 cheques. Nenhum deles pode ser descontado, já que todos foram sustados. As dívidas se acumularam. Na Série D do ano passado, a equipe se recusou a enfrentar o Operário-MT por atraso nos salários e o time perdeu por W.O. Em 2015, a equipe escapou do rebaixamento para a quarta divisão por dois pontos. 
No início da Série A3 deste ano, os problemas começaram na primeira rodada, quando foi o time foi obrigado a dar W.O. contra o Primavera de Indaiatuba por ter perdido o prazo de inscrição dos atletas. No mês passado, o time ameaçou fazer greve por conta das situações precárias do alojamento e do atraso de salários. Os jogadores relataram ao Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo que estavam até sem comida no alojamento.
No dia 16 de março, uma grande vergonha: a equipe foi goleada pelo Nacional por 10 a 0, em jogo realizado na rua Comendador Souza. Sem receberem salários, os jogadores revelariam dias depois desse jogo uma tentativa de suborno feita por apostadores asiáticos para que a equipe perdesse do Rio Preto, em jogo realizado em fevereiro. A Federação Paulista acionou o Ministério Público e o Sindicato dos Atletas pediu à Polícia Federal que investigue o caso.

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