Maxion Empreendimentos Imobiliários pretende demolir o estádio, mas ainda precisa se adequar às exigências da prefeitura. Grupo admite ajuda ao Guarani após a posse
O futuro dono do Brinco de Ouro não sabe o que fazer com ele. Dona da única oferta aprovada pela Justiça do Trabalho de Campinas em audiência nesta segunda-feira, a empresa Maxion Empreendimentos Imobiliários arrematou o terreno sem nenhum projeto elaborado. O grupo, representado no interior paulista pelo advogado Dárcio Vieira Marques, promete estudar o Plano Diretor do Município, se adequar às exigências da prefeitura e, se possível, até alinhar uma parceria com o Guarani a médio prazo. A manutenção do estádio, porém, está fora de cogitação.Integrante do Grupo Zaffari, sediado em Porto Alegre, a Maxion tem um leque de alternativas para decidir o que construirá no espaço que hoje abriga o Brinco de Ouro. Segundo Marques, é prematuro falar em projeto agora, uma vez que nada está pronto – a compra foi feita por questão de oportunidade. É possível até a utilização para um fim esportivo, caso a prefeitura exija algo parecido, mas a intenção maior é a construção de um empreendimento comercial.
– Não vai jogar, senão não poderíamos aproveitar o campo de futebol. Isso não é possível, porque assim deixaríamos de desenvolver um projeto nosso. Vamos procurar o clube para ver no que a gente pode ajudar ou integrar. Infelizmente a gente lamenta a história, mas a prefeitura certamente vai compensar essa perda com a cessão de outro imóvel. O Guarani vai se reerguer das cinzas – apostou o representante do grupo gaúcho.O Bugre, segundo previsões iniciais da Justiça, utilizará o Brinco de Ouro por aproximadamente um ano até que a posse fique oficialmente com a Maxion. Neste período, a Justiça tentará acelerar as execuções, fechar um valor final de dívidas e pagar todos os credores. O que sobrar será encaminhado a esferas federais ou fiscais, que também aguardam pagamento do clube. Após a solução do impasse, o Guarani precisará buscar outra casa para jogar, como já prevê o representante da Maxion.
– A gente tem vontade de ajudar, mas naturalmente um estádio custa bastante dinheiro.
A Prefeitura de Campinas, pelo menos por enquanto, não se mostra disposta a colaborar com o Guarani na recuperação do patrimônio. Presente à audiência no TRT de Campinas, o secretario de assuntos jurídicos Mário Orlando sequer mencionou a possibilidade de ceder algum terreno da cidade para o Bugre reaproveitar. Apenas disse que o poder público não abrirá mão das matrículas doadas ao clube nos anos 70.– Nossa intenção não é atrapalhar ou facilitar a vida do Guarani. Evidente que há o interesse que o Guarani sobreviva, supere a crise e continue nos brindando com sua glória, sua capacidade e seu brilho. Desejo que ele preserve sua existência e siga adiante. Mas a questão do que vai se fazer com o terreno é com o livre empreendedor. Quem compra tem o direito de fazer o que quiser, desde que siga as normas do município.
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