Objeto não identificado, arremessado das arquibancadas do Amigão, acertou Pablo dos Santos em cheio. Ele negou atendimento até mostrar o sangue ao árbitro principal
Pablo dos Santos Alves com ferimento à beira do gramado,vítima de objeto arremessado pela torcida do Campinense
(Foto: Reprodução / TV Paraíba)
O jogo entre Campinense e Bahia, realizado no Estádio Amigão, em Campina Grande, e válido pelas quartas de final da Copa do Nordeste, era tenso desde os 14 minutos de jogo, quando o atacante Alvinho, do Campinense, saiu de campo numa ambulância com fratura em dois ossos de sua perna, após um carrinho por trás do lateral-esquerdo Patric, do Bahia. O caso provocou alguns desdobramentos fora de campo, com troca de empurrões e xingamentos entre jogadores do Bahia e a comissão técnica do Campinense; e o técnico rubro-negro Francisco Diá, inclusive, já tinha sido expulso. Aos 39 minutos de jogo, o quarto árbitro Pablo dos Santos Alves se aproxima do banco de reservas da Raposa, com a intenção de expulsar mais um integrante da comissão técnica, quando é atingido por um objeto não identificado (especulou-se depois que tenha sido ou uma pedra de gelo ou uma pilha). Ele imediatamente coloca a mão na cabeça, sai cambaleante, e quando se apruma de novo está com um sangramento na testa.
Neste
momento, ele se mostrava visivelmente irritado. E fez vários gestos
ao árbitro da partida para que ele paralisasse a partida. Os médicos
do Campinense oferecem ajuda, mas ele não aceita de início. Não
sossega enquanto não chama a atenção do árbitro alagoano
Francisco Carlos do Nascimento, que corre até ele. Pablo dos Santos
mostra o ferimento e exige que o caso seja colocado em súmula, o que
aparentemente é aceito pelo colega alagoano. Só depois ele sossega,
senta num banco próximo e aceita o curativo que o médico do
Campinense ainda se oferecia para fazer.
O
incidente foi registrado pela reportagem e poderá trazer
complicações ao Campinense. Isto porque, se for levado adiante, é
possível que o clube seja punido. Nestes casos, a pena mais
frequente é perda do mando de campo ou a exigência de que o clube jogue
partidas como mandante com portões fechados.
O
próprio Campinense, no passado, já sofreu com punições, e tentou
minimizar as consequências do fato. E assim, agiu rápido. Logo após
o quarto árbitro ser atingido, integrantes da comissão técnica se
viraram para as arquibancadas e repudiaram a atitude da torcida. E
alguns minutos depois a Polícia Militar da Paraíba prendeu e
retirou do estádio três torcedores do Rubro-Negro, supostamente
identificados como os autores da agressão (a identificação e
punição dos torcedores pode servir de atenuante para o clube
mandante).
Dentro
de campo, o jogo seguiu tenso, mas sem gols. O placar de 0 a 0 deixou
a vaga nas semifinais completamente aberta. E a definição do
classificado só vai acontecer na tarde de sábado, quando as duas
equipes voltarem a se enfrentar, desta vez na Arena Fonte Nova, em
Salvador.
Com
relação a Alvinho, ele foi levado imediatamente ao Hospital de
Trauma de Campina Grande, considerado de referência para este tipo
de contusão. Lá, foi identificado que o caso do jogador é
cirúrgico e é possível que ainda nesta noite ele seja operado. O
atacante não deve voltar aos gramados antes de seis meses.
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