quinta-feira, 5 de março de 2015

Até logo, capitão: Fla vence Nacional por 2 a 0 na despedida de Léo Moura

A vitória por 2 a 0 sobre o Nacional, do Uruguai, nesta quarta-feira, no Maracanã, não passou de coadjuvante ao Flamengo. O próprio clube ficou em segundo plano. A noite de 4 de março de 2015 entrou para a história rubro-negra por causa da história de Léo Moura. Dez anos depois, o lateral-direito vestiu pela última vez a camisa que sempre sonhou defender. Com a qual nasceu torcedor. E com a qual foi multicampeão. Com homenagem de Zico, reconhecimento da torcida, choro e passe a gol, o camisa 2 se recusou a dar adeus. Foi apenas um até breve.
Leonardo da Silva Moura não é alto aos padrões do futebol moderno. Porém, o 1,76m revela um gigante. A despedida oficial - algo raro proporcionado pelo Rubro-Negro, apenas a atletas do naipe de Zico, Raul Plassmann, Paulo César Carpegiani e Petkovic - confirma a importância do menino da Vila Kenedy, atualmente com 36 anos. São 519 jogos – o sétimo com mais atuações –, 47 gols e oito títulos conquistados: Campeonato Brasileiro (2009), Copa do Brasil (2006 e 2013) e Carioca (2007, 2008, 2009, 2011 e 2014).
A noite, então, pôs fim à trajetória iniciada em 2005. Foi um privilégio a 30.620 torcedores (27.031 pagantes, com renda de R$ 938.325). E abriu espaço à ida ao Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos. Mas também fez parte da preparação do clube ao Carioca. No sábado, o Rubro-Negro enfrenta o Friburguense no Engenhão, às 16h.
Leo Moura Despedida Flamengo x Nacional (Foto: André Durão) 
Léo Moura acena aos torcedores em vitória do Flamengo contra o Nacional,
 do Uruguai (Foto: André Durão)
Lágrimas
Ser substituído por Pará, aos nove do segundo tempo, troca motivada por dores na panturrilha direita, não manchou a despedida. Pelo contrário: Léo, depois de dar a braçadeira a Wallace, chorou ao ver a placa. E saiu de campo aplaudido de pé por todos os presentes. Mal conseguiu falar:
– É difícil. Não esperava esse carinho. É muito emocionante. Só tenho a agradecer.
Foi o que os torcedores fizeram. Com cartazes, lágrimas e gestos que simulavam corações, mostraram gratidão ao capitão. Claro que houve gritos:
– Oooooo! Léo Moura eterno!
– Fica, capitão! Fica, capitão!
Manifestações em menor intensidade do que nos gols de Eduardo da Silva, aos 19 do primeiro tempo, após passe de Léo Moura, e de Matheus Sávio, aos seis do segundo, depois de confusão na área. O jogo importou pouco. Assim como o Nacional, que veio com o time reserva, sem as figuras de Loco Abreu, Recoba e Fucile. Mas houve boa notícia: Paulinho, após sete meses de molho, fruto de operação no joelho direito, voltou a atuar.
Mais lágrimas
O Moicano subiu ao gramado com quase 20 minutos de antecedência. Era para o cerimonial. Ganhou placa comemorativa de Zico, ídolo da infância. Chorou. Fez as filhas Maria Eduarda e Isabella choraram. A esposa Camila, idem. Tudo isso ocorreu em um coração rubro-negro colocado sobre o gramado.
Léo Moura, que passou o resto da partida no banco e, ao fim dela, deu uma volta olímpica, voltará a atuar no dia 4 de abril pelo novo clube, diante do Cosmos pela liga norte-americana. Com a camisa 10. Uma homenagem ao período em que defendeu o Flamengo.





















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