Promotoria do Torcedor oferece denúncia à Justiça e pede aplicação de medida cautelar, que proibiria os denunciados de comparecerem aos jogos do Grêmio
Patrícia Moreira foi flagrada por câmera de TV
(Foto: Reprodução/ESPN)
O
Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio da Promotoria do
Torcedor, denunciou nesta terça-feira quatro torcedores que praticaram
atos de injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos, em partida
realizada na Arena do Grêmio, em 28 de agosto, pela Copa do Brasil.
Entre eles, está a jovem Patrícia Moreira, flagrada por câmera de uma
emissora de TV gritando a palavra "macaco". Além de Patrícia, estão nos
documentos os nomes de Éder Braga, Rodrigo Rychter e Fernando Ascal.(Foto: Reprodução/ESPN)
Para que os quatro indiciados pela polícia há um mês fossem denunciados pelo Ministério Público, o goleiro Aranha teria de fazer uma representação formal contra os agressores. Porém, a Justiça entendeu que o registro de ocorrência feito um dia depois do fato bastaria para que o MP formalizasse a denúncia contra os torcedores. De acordo com a Justiça, no momento em que registou a queixa na polícia, o goleiro manifestou o desejo de que a investigação prosseguisse. Como o MP já via elementos suficientes para efetuar a denúncia, concluiu o procedimento após o aval judicial.
Na denúncia oferecida à Justiça, o Ministério Público pede a aplicação de medida cautelar proibindo imediatamente os denunciados de comparecerem a jogos do Grêmio. O promotor de Justiça José Seabra Mendes Júnior pediu que os torcedores se apresentem à polícia uma hora antes das partidas e que permaneçam na delegacia durante o desenrolar e até uma hora após serem encerradas. De acordo com a Justiça, no momento em que registou a queixa na polícia, o goleiro manifestou o desejo de que a investigação prosseguisse. Como o MP já via elementos suficientes para efetuar a denúncia, concluiu o procedimento após o aval judicial.
A pena prevista por lei para os denunciados é de um a três anos de reclusão e multa. Caso aceitem o benefício de suspensão do processo, eles estarão proibidos, pelo prazo de um ano, de frequentarem estádios em todos os jogos do Grêmio como mandante ou visitante, devendo se apresentarem em delegacia indicada pela Justiça.
O incidente ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, da partida vencida pelo Santos diante do Grêmio por 2 a 0, em 28 de agosto, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, na Arena, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
Na esfera esportiva, o caso culminou com a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
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