Meia-atacante Dudu Mandai, do São Paulo-RS, diz que mordida não doeu e tapinha no cão foi para evitar nova tentativa: "Se peguei algo dele, não foi raiva, foi sorte"
Ele não usa chuteira, calção, camiseta. Não tem nome. Sequer fala. Mas mudou a história de uma partida de futebol. Essa é ao menos a visão de Dudu Mandai, 21 anos, meia-atacante do São Paulo-RS, que garante ter sido alvo da sorte do cachorro que o mordera no sábado. Logo depois do insólito lance, seu time, que perdia por 2 a 1, virou a partida em menos de dez minutos, na cidade de Rio Grande. E com um golaço de Dudu. Agora, o atleta quer fazer de tudo para encontrar o cão e promete batizá-lo de... Suárez, em homenagem ao uruguaio famoso por morder o zagueiro italiano Chiellini na Copa do Mundo.- Ele tem que aparecer de novo, vou achá-lo de algum jeito. Estou espalhando para o pessoal da cidade que estou à procura. Precisamos dele - afirma, entre o bom humor e a credulidade, em contato por telefone com o GloboEsporte.com.
O episódio ocorreu contra o Farroupilha, de Pelotas, no estádio Aldo Dapuzzo, em Rio Grande, na zona sul do estado. O mais curioso é que, enquanto carregava o cachorro para fora do campo, Dudu fora mordido duas vezes pelo animal. A imagem também mostra ele revidando com um tapa. Mas, segundo o jogador, o golpe fora sem força.
- No momento que entrou o cão, a gente estava perdendo por 2 a 1. E ninguém tomou atitude quanto a isso. Primeiro, pensei em tirar de campo porque a gente só tinha 30 minutos para virar a partida. Ele não gostou muito da forma como abordei ele, por isso me mordeu. Dei um cascudinho de leve para acalmá-lo e evitar que fizesse de novo. Não chegou a machucar nem nada. Não foi uma mordida agressiva, foi mais de defesa dele. Incrível. Parece que tudo mudou depois da entrada do cachorro - conta.
Dudu carrega cão enquanto a partida é interrompida no sábado
(Foto: Henrique König/Assesoria Farroupilha)
E é verdade. Além da virada incrível do time e a classificação à semifinal da Copa Sul Fronteira, foi de Dudu o gol decisivo do 3 a 2. Aliás, um golaço, por cobertura. Na hora da vibração pela vaga, poucos se atentaram de dar os “créditos” ao cachorro. A história tomou repercussão com a imagem espalhada pela televisão e pela internet para todo o país.
- Todo mundo me ligou, perguntando se eu não tinha pegado raiva. Que nada. Se ele me passou alguma coisa, não foi raiva, foi sorte - brinca.
A relação com os animais é de longa data no São Paulo-RS, que disputará a primeira divisão do Gauchão em 2015. Embora Dudu ainda desconheça o paradeiro do mais novo parceiro, ele conta que o grupo de jogadores cuida de uma cadela que antes vagava próxima ao Aldo Dapuzzo. Recentemente, Branca teve quatro filhotes, que Dudu e seus companheiros esperam doar a interessados.
Enquanto não encontra cão, Dudu cuida de cadela que frequenta estádio
do São Paulo-RS
(Foto: Arquivo Pessoal)
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