terça-feira, 19 de julho de 2011

Mágoa, dor, decepção: 'Frustração maior que o Beira-Rio', diz Falcão

Emocionado, técnico se despede do Inter com ataques ao presidente do clube e munido da convicção de que um dia voltará

falcão coletiva internacional   (Foto: Alexandre Alliatti/Globoesporte.com)Falcão se emociona: 'Coração sangrando', diz ele

Paulo Roberto Falcão vestiu uma camisa vermelha para se despedir do Inter nesta segunda-feira. Ou para dizer “até mais”. Muito magoado, muito emocionado, lutando contras as lágrimas, sentindo na pele uma das maiores decepções de sua vida, o ex-treinador colorado deixa o Beira-Rio convicto de que um dia voltará. Até lá, tentará controlar o coração que, como disse ele, “está sangrando”.

- O tamanho da frustração é maior do que o Beira-Rio. Esperava que as coisas fossem um pouquinho diferentes. (...) A frustração é enorme. A tristeza, também. Essas coisas amadurecem a gente. No momento certo, as coisas vão acontecer de uma maneira diferente. Lamento que não tenha acontecido no Internacional. Queria títulos em cima de títulos. Não temos certeza absolutamente de nada, mas sinto que em uma nova situação, com pessoas do ramo, que entendam o que é o futebol, vou voltar a trabalhar no Internacional – disse ele.

Foi uma entrevista histórica para o Inter. Nela, Falcão deixou um agradecimento aos jogadores, emocionou-se ao falar da torcida e fez fortes ataques (com a educação habitual, sem agressões) ao presidente do clube, Giovanni Luigi, o responsável por sua demissão. Disse que não recebeu os reforços prometidos. E manifestou certeza de que agora eles chegarão - sugerindo uma espécie de boicote a ele. Questionado sobre o grau de aproximação com o mandatário, ele não tirou o pé:

- É zero.

Falcão chegando ao Beira-Rio no Internacional (Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)Já quando chegava ao Beira-Rio, Falcão demonstrava o que sentia

Falcão se mostrou convicto de que assumiu o cargo contra a vontade de Luigi. E deixou no ar uma possível tentativa de interferência na escalação.

- O presidente tem uma maneira de trabalhar que não é a minha maneira. Você acha que o presidente me queria treinador do Internacional? E você? E você? Se ele não me queria, a relação nasce ruim. Não tenho o hábito de dar a escalação antes do jogo. Dou para os jogadores. O treinador não pode discutir escalação. Se o resultado não acontece, tem de ser cobrado. Discutir escalação, não pode. Ou confia no profissional, ou troca – disse Falcão.

O treinador conversou com os jogadores antes da coletiva de despedida. Agradeceu a cada um deles. Abraçou os atletas, um por um:

- Gostaria de começar meus agradecimentos com os jogadores do Internacional, que entenderam sempre todas minhas manifestações. Tudo que fiz, foi em benefício da instituição. Eles sempre tiveram a mesma disposição, porque queriam ganhar tanto quanto eu. Tivemos uma relação extraordinária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário