Diego Souza vem passando por uma metamorfose em sua carreira. Começou como meia defensivo, quase um segundo volante, mas sua técnica e a facilidade para fazer gols o levaram cada vez mais para frente. No Grêmio e no Palmeiras, onde foi protagonista de 2007 a 2009, ele já era meia.
A passagem pelo São Paulo, que anunciou sua contratação no último domingo, deve consolidar uma mudança iniciada no ano passado por Tite, na seleção brasileira: virar centroavante.
Na cabeça de Dorival Júnior, Diego Souza é mais substituto de Pratto do que de Hernanes. O atacante argentino deverá ser vendido para o River Plate nos próximos dias, enquanto o meia voltou ao Hebei Fortune, da China, que fez valer a cláusula que lhe permitia solicitar seu retorno em janeiro.
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Diego Souza comemora permanência do Sport na Série A (Foto: Futura Press)
Em status, Diego Souza preenche essas lacunas de atleta tarimbado, currículo recheado e repercussão midiática.
Dentro de campo, trocar Hernanes por Diego Souza no meio-campo feriria a ideia de Dorival Júnior de tornar o São Paulo uma equipe mais rápida. Por outro lado, na vaga de Pratto ele amplia o leque de possibilidades ofensivas, é mais técnico e versátil, justamente por sua origem tática mais recuada.
Em resumo: Diego Souza no meio pode oferecer menos do que Hernanes dava ao São Paulo, mas, no ataque, pode entregar mais do que Pratto fazia.
O que o "próximo Hernanes" terá de fazer: ser o outro vértice do triângulo formado com Jucilei e Petros, com mais qualidade do que Petros para armar o jogo, capacidade de finalização e aproximação à grande área do adversário, mas também uma condição física que lhe permita compor a segunda linha de marcação sem quebrá-la até recuperar a bola.
O que o "próximo Pratto" terá de fazer: além de mais gols do que o argentino (apenas 14 em 2017), Dorival gosta de um centroavante que consiga fazer o jogo fluir mais. Pratto tinha enorme dificuldade em tabelar, triangular, de fazer parte de uma jogada ofensiva. Seus gols foram quase todos dando apenas um toque na bola.
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Diego Souza se encaixa mais no que Dorival espera do próximo centroavante do que no meio-campo (Foto: GloboEsporte.com)
Em janeiro de 2017, Tite convocou uma Seleção apenas com jogadores de times do país, e usou Diego Souza como centroavante. Ele havia sido artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2016, com 14 gols, e seu porte físico atraiu o técnico do Brasil para a função.
Tite considera que o reforço tricolor oferece boas possibilidades de jogo combinado. Ou seja, participa das articulações ofensivas como uma referência, ajuda o desenvolvimento em torno dele. E para isso acontecer, Dorival Júnior sonha com um time leve ao lado de Diego Souza.
Um desses jogadores é Brenner, jovem de 17 anos que encanta a comissão técnica. Talvez ele não comece o ano como titular, mas a aposta geral é que ele atinja essa condição rapidamente. É uma opção para acelerar o ataque, e a presença de Diego Souza não o inibe.
De qualquer forma, sem Hernanes e Pratto, e com Diego Souza, Dorival Júnior terá de encontrar uma nova maneira para o São Paulo atuar. Talvez no mesmo sistema tático, só que mais intenso, rápido e objetivo que o de 2017.
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