quinta-feira, 31 de março de 2016

Em maior encontro, clubes da América do Sul Tentam Avançar Em Formação de Liga

Representantes de 32 equipes do continente se reúnem em São Paulo para avançar na formação de uma liga que pretende confrontar a Conmebol

Na maior das três reuniões realizadas até agora pelo grupo, 32 clubes sul-americanos se encontraram no estádio do Morumbi, nesta quinta-feira, e se aproximaram da criação de uma liga continental com o objetivo de defender os interesses das equipes na Conmebol.
A principal reivindicação, por enquanto, é com relação aos contratos comerciais da confederação sul-americana. Os clubes querem ter acesso aos documentos para que possam pleitear uma divisão mais vantajosa das receitas.
Foi a terceira reunião – a primeira havia sido realizada em Montevidéu, a segunda em Buenos Aires –, e contou com a presença maciça dos maiores clubes brasileiros: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional.
Evento Liga Sul-Americana Morumbi (Foto: Leonardo Lourenço)Dirigentes de 32 clubes sul-americanos se reuniram no Morumbi nesta quinta-feira (Foto: Leonardo Lourenço)
Já há uma primeira minuta do estatuto da Liga Sul-Americana de Clubes de Futebol, como vem sendo chamada a organização. Na véspera do encontro no Morumbi, advogados dos clubes nacionais se reuniram no Parque São Jorge para analisar o documento e sugeriram mudanças. Eles também defendem que a sede da entidade seja no Brasil, em São Paulo ou Porto Alegre.
Durante o evento, os cartolas defenderam e celebraram a união das equipes – entre as que estiveram presentes, 18 têm títulos da Libertadores, como Boca Junios, River Plate, Peñarol, Nacional-URU, Olimpia e Colo-Colo.
– Assim temos uma força maior junto à Conmebol. Queremos trazer para o continente a transparência. Mas primeiro precisamos nos unir – afirmou o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.
 – É um movimento que está crescendo. É importante aproveitar que de toda crise nasce uma oportunidade. Há uma crise institucional, tanto na Fifa como na Conmebol – afirmou o presidente do Boca, Daniel Angelici.
A avaliação é de que o momento é o mais propício para fortalecer os clubes. No último ano a Conmebol teve três presidentes, dois deles presos – Nicolas Leoz e Eugenio Figueiredo – após investigações da Justiça americana nas principais instituições do futebol. Desde janeiro, a Conmebol é presidida pelo paraguaio Alejandro Domínguez.
A organização dos clubes deu resultado no começo da temporada. Em fevereiro, a confederação sul-americana anunciou aumento na premiação da Libertadores, que passou de US$ 300 mil para US$ 600 por jogo como mandante na primeira fase do torneio.
– Os clubes são os principais atores. Celebro a formação desta Liga. Vamos avançar, já conquistamos coisas importantes, como o aumento dos prêmios. A maior parte do dinheiro tem que ser dos clubes, que é quem forma os jogadores – completou Angelici.
– É o momento de os clubes protagonizarem o futebol, temos que ser protagonistas – concordou o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior.
Ainda não há data para uma nova reunião nem prazo para que a Liga seja constituída de fato.

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