sábado, 31 de janeiro de 2015

Berna e Ferj acusam invasão de vestiário do Macaé por torcida do Fla

Goleiro é agredido e fica com ferimento no queixo antes de confronto no Moacyrzão. Cerca de 100 pessoas entraram em local e levaram chuteiras e frutas


A bola nem tinha rolado e uma confusão marcou a estreia de Macaé e Flamengo no Campeonato Carioca. Ao entrar no gramado do Estádio Moacyrzão para o aquecimento, o goleiro Ricardo Berna, do time local, com o queixo sangrando, acusou uma torcida organizada do Rubro-Negro de agressão. O fato teria ocorrido durante uma invasão, feita por um grupo de aproximadamente 100 pessoas, ao vestiário do time mandante.
- Uma torcida organizada do Flamengo invadiu o vestiário - disse Berna aos repórteres.
De acordo com o relato do jogador (veja vídeo acima), a invasão ocorreu no momento em que a delegação do Macaé entrou no estádio. O grupo driblou a segurança e entrou em área reservada aos profissionais envolvidos na partida, marcada para as 19h30 (de Brasília) deste sábado. Indignado com a situação, o goleiro de 35 anos, ex-Fluminense e Náutico, pediu mudanças no futebol brasileiro:
- Vou jogar e respeitar as pessoas, cerca de 95%, que vieram a campo ver o espetáculo. Que fique na consciência dos governantes e da CBF: o futebol brasileiro está uma vergonha. Que isso sirva de exemplo para punição severa. Tem de respeitar os jogadores do Bom Senso. Há manobra política para não ouvi-los. Que se escutem os treinadores, os árbitros e os jogadores. E se mude.


Diretor de competições da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, Marcelo Vianna confirmou a invasão por parte da torcida do Flamengo (veja vídeo acima). Não especificou qual a organizada, mas revelou que alguns pertences do Macaé também foram levados, como chuteiras e frutas.

- Berna, realmente, sofreu agressão. O segurança que cuida do portão que dá acesso ao vestiário seguiu a metodologia recomendada, mas houve um problema. Nunca tivemos algo assim, mas hoje um grupo de uma organizada, que ainda não sei precisar, então, não falarei nome, invadiu o vestiário. Vou conversar agora com o comandante do Gepe que está na partida e vou encaminhar os fatos ao Ministério Público para punição. Eles invadiram o vestiário, levaram alguns pertences, frutas, um saco com chuteiras, tênis... e o goleiro foi agredido. Lamento esta atitude selvagem de um pequeno grupo de torcedores. Foi apenas um corte no goleiro, mas poderia ter sido muito pior - detalhou o dirigente.
De acordo com o capitão Ricardo dos Santos, do Gepe, responsável pelo policiamento no jogo, a ação dos torcedores se deu após o não fechamento de um portão de entrada. O grupo, que, segundo ele, não passa de dez pessoas, correu e não foi possível fazer a identificação.

- Tem um portão e um funcionário, que não é de responsabilidade da polícia, que devia fechá-lo por dentro, mas não fechou. Quando o grupo de torcedores viu que o portão estava encostado, acessou o estádio. O policiamento próximo, quando viu, fez a intervenção. O grupo correu e não foi possível fazer a identificação. Alguns portões ficam lacrados e sob responsabilidade da polícia, que são os de acesso do público. Estes portões contam com a presença policial. Foi uma correria grande, era um grupo que não chega a dez torcedores - explicou.

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi surpreendido pelo relato (veja no vídeo acima):
- Estou sabendo por vocês (jornalistas). Eles entraram como, por onde? Foi pela porta da frente? Foram identificados? Acho estranho, entrar pela porta da frente, agredir... Mas tudo bem. Estava aqui do lado de fora e não estou sabendo. Muito esquisito.
O técnico do Macaé, por sua vez, responsabiliza Vanderlei Luxemburgo pelo ocorrido (veja no vídeo abaixo), por declarações feitas na quinta-feira, de que haveria um clima hostil entre as duas equipes.
- Não foi uma suposta agressão, houve uma agressão. Estávamos terminando a nossa preleção quando um grupo de torcedores do Flamengo entrou, saquearam o material dos jogadores, agrediram os jogadores, agrediram membros da comissão técnica. Isso aconteceu depois de uma declaração mal dada do Luxemburgo, na quinta-feira, dizendo que havia um clima hostil entre Macaé e Flamengo, que gerou isso. Isso nunca aconteceu em Macaé, nunca aconteceu no interior. O responsável foi ele - disse.

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