quinta-feira, 25 de abril de 2019

Com ampla vantagem, Paulo Carneiro é eleito presidente do Vitória

Paulo Carneiro foi eleito presidente do Vitória na noite desta quarta-feira — Foto: Thiago Pereira
Uma década e meia depois, ele está de volta. Após deixar o Vitória com o rebaixamento para a Série C do Brasileiro em 2005, Paulo Carneiro volta a ser presidente do clube. Desta vez, conduzido pelos sócios. Na eleição realizada nesta quarta-feira, o engenheiro mecânico foi eleito em primeiro turno com 67,86% dos votos. Empossado imediatamente após o anúncio do resultado, ele substitui Ricardo David e tem o mandato até 2022.

- Vou viver essa emoção amanhã quando chegar no clube cedo para trabalhar. Um filme vai passar na minha cabeça. Espero estar à altura da confiança da massa rubro-negra - afirmou o novo presidente do Vitória.

O novo presidente do Vitória foi eleito com 1474 votos. Raimundo Viana, segundo colocado, teve 685 votos, enquanto Isaura Maria (9 votos), Walter Seijo (3 votos) e Gilson Presídio (1 voto), ficaram em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.

Além da eleição do novo presidente do clube, foram realizadas também votações para o Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal. No Conselho Deliberativo, com eleição proporcional, a apuração foi a seguinte: Vitória Gigante 59%, Frente Vitória 18% e 100% Vitória com 23%. A chapa 300 do Vitória não ultrapassou a cláusula de barreira de 15% e não fará parte da composição.

No Conselho Fiscal, a chapa Vitória Gigante, Forte e Unido foi a vencedora. Assim, Jailson Reis é o novo presidente do órgão. A chapa também é ligada a Paulo Carneiro.

Logo após ser empossado como novo presidente do Vitória, Paulo Carneiro, fez um breve pronunciamento aos torcedores presentes. Confira:

"Vivo um momento especial na minha vida. Há muitos anos, um grupo de jovens rubro-negros assumiu esse clube em uma situação muito parecida, mas muito melhor. Era um clube menor, com 11% da torcida do estado e, portanto, por ser menor, os problemas financeiros, que são os mais graves, eram muito menores. Durante 17 anos trabalhamos durante em cima de vitórias e derrotas, com muito mais vitórias do que derrotas. Começamos a construir um clube que era o sonho de todos nós. Muitas coisas aconteceram, mas o Vitória se manteve forte. Quero dizer nesse momento que temos de novo um grande desafio. Dessa vez não somos mais 11% da torcida do estado. Somos mais de 40% da torcida do estado. É preciso que todos nós tenhamos consciência da gravidade do momento. Vamos comemorar? Vamos. Eu, mais do que ninguém, estou aqui com uma felicidade enorme. Sei o quanto foi difícil chegar aqui, quantas lutas na justiça. Quero agradecer ao advogado Antônio Boaventura Pinho, quero agradecer a minha amiga de todas as horas, Suzi Vilan, quero agradecer a meu amigo Jailson, que aqui trabalhou durante mais de 20 anos e, estranhamente, foi afastado. Ele que nunca cobrou um centavo do clube. Ele retorna ao Vitória. Quero também deixar um abraço para os nossos adversários. Quero deixar um abraço para o presidente Raimundo Viana, para sua equipe, quero deixar um abraço para Isaura, quero deixar um abraço até para Gilson Presídio. Mas essa mensagem tem um recado muito claro. Esse clube precisa, como disse Fábio, voltar ao estádio, se associar, entender a importância do sócio na vida do clube. Agora, mais do que nunca, esse clube precisa saber, internamente, como debater as suas diferenças. Quero lançar um pacto pela união do clube. Quero dizer que vou ser presidente de todos os rubro-negros. A porta da sala da presidência vai estar aberta para todos os rubro-negros. Sei que durante esses anos fui gratuitamente atacado, principalmente na internet. Quero dizer que esse assunto passou, é passado. Vamos construir juntos um novo Vitória. Agora um Vitória campeão, um Vitória vencedor. Pode demorar um pouquinho? Pode. Recebi relatos hoje de meu amigo Manoel Matos, que estará junto conosco nessa tarefa, quero aproveitar para agradecer a Adhemar Lemos Junior a confiança, ex-presidente do clube, de família histórica aqui dentro do clube. Acabei de receber uma ligação de Alexi Portela, está no exterior, mostrando que nós estamos dando a todos os rubro-negros um exemplo de como a gente consegue superar diferenças, superar divergências pelo amor maior pelo Vitória. É essa mensagem que quero deixar aqui. Quero agradecer ao presidente Robinson Almeida, que pegou esse pepino num momento muito difícil da vida do clube, embora eu tenha não concordado com certas atitudes, mas o respeito. Ele teve papel importantíssimo para que hoje nós estejamos aqui comemorando esse novo momento do clube, um momento de concórdia, de trabalho e de vitórias. Obrigado!"

Entenda a polêmica envolvendo a candidatura
A candidatura de Paulo Carneiro foi deferida pela Comissão Eleitoral em caráter de tutela provisória. O ex-dirigente foi expulso do Conselho Deliberativo em 2009, depois de ter aceitado trabalhar como diretor de futebol do Bahia, além de ter faltado a três reuniões do Conselho.

Carneiro, no entanto, obteve uma liminar da justiça, que o habilitou a participar do pleito. A decisão é da juíza Júnia Araújo Ribeiro Dias, da 14ª Vara de Relações de Consumo, que determinou que seu retorno ao colegiado, conforme sentença proferida em 2016.

No início de abril, a chapa Vitória Campeão Nacional em 2020, que tem Gilson Presídio como candidato a presidente do Conselho Diretor, pediu a impugnação da chapa de Paulo Carneiro, Vitória Gigante, Unido e Forte, sob a alegação de que Carneiro não cumpriu o período mínimo de associação ao clube, que é de 36 meses contínuos, exigido pela Comissão Eleitoral e que consta no Estatuto do clube.

A comissão eleitoral do Vitória indeferiu o pedido, devido à liminar que Carneiro possui:

- Conforme mencionado no ato de publicização das chapas, no dia 10/04/2019, o impugnado não reúne as condições de elegibilidade exigidas no estatuto social do clube, notadamente o tempo de associação igual ou superior a 36 (trinta e seis) meses consecutivos. No entanto, a candidatura do impugnado foi deferida pela Comissão Eleitoral por encontrar-se ancorada numa medida liminar, em sede de agravo de instrumento nº 8006070-18.2019.8.05.0000, proferida pelo egrégio Tribunal de Justiça da Bahia. Ante o exposto, o colegiado acolhe a preliminar suscitada pelo impugnado para extinguir o pedido de impugnação, sem resolução do mérito, reafirmando o deferimento e consequente homologação da referida candidatura, que, na hipótese de decisão superveniente, de órgão competente, que suste os efeitos da mencionada medida liminar, será automaticamente retirada do pleito por não atender as exigências estatutárias - diz o texto divulgado pela comissão eleitoral no dia 16 de abril.

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