A negociação por Alexandre Pato avançou e está na reta final. Existe uma expectativa por uma definição nos próximos dias, possivelmente entre esta quarta-feira e quinta-feira. São Paulo e Palmeiras são apontados como favoritos pelo jogador, que sonha em voltar a defender a Seleção e disputar a Copa do Mundo de 2022, no Qatar. O Santos também é citado nos bastidores, mas sem tanta força.
Pato rescindiu contrato com o Tianjin Tianhai, da China, e está livre. O atacante pagou cerca de 2,5 milhões de euros do próprio bolso para se desvincular do clube chinês e abriu mão de outro montante para voltar ao Brasil. Por questões pessoais, o atleta quer morar em São Paulo.
Diferentes pessoas ouvidas pela reportagem dizem querer uma definição o mais rápido possível, pois o andamento arrastado das conversas têm causado desgaste.
Alexandre Pato está na mira de São Paulo, Palmeiras e Santos — Foto: Marcos Ribolli
São Paulo
O Tricolor havia ficado otimista depois de uma conversa do técnico Cuca com Pato, mas recuou um pouco nesse sentimento pelo poder financeiro do rival Palmeiras. O nome do atacante divide opiniões na diretoria. Não há uma unanimidade, apesar do forte clamor da torcida.
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, é o principal entusiasta da contratação do atacante e tem conversado frequentemente com Cuca. Os dois estão em sintonia sobre a negociação.
Tanto que o técnico deu aval para a diretoria do São Paulo seguir em frente na negociação por Pato, – à princípio o treinador não fazia questão da vinda de Pato – e ouviu a promessa de que o clube vai se esforçar para trazer outros reforços pedidos pelo treinador.
Alexandre Pato rescinidiu com o Tianjin Quanjian, da China, para voltar ao Brasil — Foto: Reprodução / Twitter
Por outro lado, nos bastidores do São Paulo há a ponderação de que Pato não tem exatamente o perfil buscado nos reforços. O nome do jogador surgiu como uma oportunidade de mercado. Ou seja, se Pato optar por jogar em um rival pela questão financeira, o clube entenderá ter feito o que era possível dentro do seu orçamento.
O receio do São Paulo é comprometer uma grande quantidade de dinheiro por um período longo sem ter uma resposta técnica imediata, principalmente após readequar seu orçamento pela queda na Copa Libertadores.
O clube do Morumbi entende ter como trunfos a vontade do próprio Pato e a menor concorrência em seu ataque em relação ao Palmeiras, que tem Borja, Deyverson e Arthur Cabral na frente.
O São Paulo sabe que financeiramente não consegue competir com o rival e da relação próxima entre o empresário André Cury e o diretor executivo Alexandre Mattos.
Mas a proposta do Tricolor também não é considerada ruim internamente. Pato sinalizou que aceitaria receber menos inicialmente para depois aumentar gradativamente seus salários, de acordo com metas alcançadas. Assim, os dois lados estariam precavidos.
Palmeiras
Mesmo com o interesse em Pato, o Palmeiras age com cautela, sem intenção de "fazer loucuras", principalmente em termos de salário. Uma ideia inicial seria um contrato até dezembro para se avaliar futuramente a possibilidade de um vínculo maior.
O Verdão tem condições de oferecer salários e luvas maiores do que as do rival tricolor. Além do maior poder financeiro, o Palmeiras tem como trunfo a ótima relação entre Cury e Mattos. O bom poder de finalização de Pato é outro motivo que torna o nome atrativo.
A comissão técnica entende que não há entre os atacantes do elenco do Palmeiras alguém com tanta tranquilidade nas tomadas de decisão cara a cara com o goleiro como Pato.
Alexandre Pato sonha em voltar a defender a seleção brasileira — Foto: Bruno Spada / Vipcomm
O primeiro entendimento da diretoria do Palmeiras era de que o elenco estava fechado, principalmente após o fracasso nas negociações de saídas de Borja e Deyverson para o futebol chinês. Mas o desempenho abaixo do esperado em 2019 faz o clube analisar opções para o setor ofensivo.
É de entendimento interno que Pato, convocado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a seleção brasileira quando atuava pelo Corinthians, em 2013, pode melhorar a média de gols do time na temporada.
Santos
O Peixe tem interesse no atacante e sinalizou valores para o estafe de Pato, mas perdeu força nos últimos dias pela questão dos atrasos nos salários do elenco. O presidente José Carlos Peres disse ter quitado o débito na última segunda-feira.
O técnico Jorge Sampaoli e o empresário André Cury têm boa relação. Mas existe uma rusga entre o presidente e o agente do jogador, fruto da negociação cancelada do volante Ronaldo, que sairia do Flamengo para o Santos em contrapartida pela venda de Bruno Henrique.
Embora haja quem considere o Santos como destino menos provável de Pato, pessoas envolvidas nas conversas não descartam completamente o Peixe.
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