“Adrien é um prisioneiro. É um refém do PSG”. As fortes declarações são de Verónique Rabiot, mãe e agente do volante Rabiot, que está suspenso pelo clube parisiense. E não foram as únicas. Em longa entrevista ao jornal “L’Equipe”, ela não hesitou em criticar duramente o clube pela postura com o filho. E, mesmo sem citar nomes, não aliviou para Neymar.
“Há jogadores que faltam por um cochilo de seis minutos (Rabiot), e outros que estão machucados, mas podem ir para a festa do outro lado do mundo, no carnaval do Rio...”
A mãe de Rabiot se referia à presença de Neymar no Brasil por 10 dias entre o final de fevereiro e o início de março, durante o carnaval. Ele foi liberado pelo PSG para seguir seu tratamento da lesão no quinto metatarso do pé direito no país, mas aproveitou para acompanhar a folia em Salvador e no Rio de Janeiro.
Entrevista com Véronique Rabiot é capa do "L'Equipe" desta quarta-feira: "Estou revoltada", diz ela, que é agente do volante — Foto: Reprodução/L'Equipe
Ao comentar sobre o “cochilo de seis minutos”, Verónique fez menção ao episódio que deu início à crise na relação de Rabiot com o PSG. No final de outubro do ano passado, antes do duelo com o Olympique de Marselha pela 11ª rodada do Campeonato Francês, o volante chegou atrasado a um treinamento. Foi multado e levado ao banco de reservas pelo técnico Thomas Tuchel, assim como Mbappé, que também não foi pontual. Segundo a mãe, Rabiot apenas acordou tarde. Não cometeu nenhuma indisciplina. Sua má conduta foi ter dormido demais.
– Ele estava dormindo. Ele não chegou atrasado ao treino porque estava fazendo compras ou algo assim. Ele não acordou na hora. Mas ninguém foi bater na sua porta. Nós dizemos que queremos dar poderes os jogadores... as regras mudaram no PSG. São dois pesos, duas medidas – declarou.
Neymar com Anitta e Gabriel Medina no Sambódromo do Rio de Janeiro durante o Carnaval — Foto: REUTERS/Sergio Moraes
“O PSG quer cuidar da vida dele quando não o quer usar mais!”
Desde aquele atraso, no final de outubro de 2018, Rabiot entrou em litígio com o PSG. O volante não entra em campo pelo clube desde o dia 5 de dezembro. Pouco depois, foi avisado pelo diretor esportivo do clube, Antero Henrique, que não teria seu contrato renovado. O vínculo vai até junho. Agora, cumpre suspensão por ter ido a uma boate na mesma noite em que o time parisiense foi eliminado pelo PSG da Liga dos Campeões da Europa. Atitude defendida por sua mãe.
“O PSG quer cuidar da vida privada de Adrien (Rabiot) também quando não o quer usar mais! Quer que ele coloque seus pijamas às 21h, antes do jogo, em frente à TV, para ir à cama às 23h!”
– Essas pessoas não sabem o ritmo de jogadores de futebol? Quando um jogador joga, que é o seu trabalho, ele tem um ritmo de treinamento. Aí, nada acontece para o Adrien. Ele é criticado por sair (para boate) quando não querem mais usá-lo! É contraditório. Não é possível aprisiona-lo. Ele tem que soltar toda sua energia, que não usa mais. E libera dessa maneira (indo à festas) – completou Verónique Rabiot.
A mãe diz que o filho está sem escolhas no momento, a não ser esperar pelo fim de seu contrato. Entende que foi punido injustamente e não tem a chance de trabalhar normalmente no clube.
– Adrien é um prisioneiro. Um refém do PSG. Tratado a pão seco, água e masmorra! Esse ambiente é cruel... um jogador de futebol é feito para jogar, não para ficar no armário. Adrien não joga desde dezembro e provavelmente até junho. Para uma carreira profissional, seis meses é muito!
Nenhum comentário:
Postar um comentário