Não foi somente entre parte da torcida que a venda de Lucas Paquetá para o Milan não pegou bem. Na noite desta quinta-feira, a Chapa UniFla, oposição na eleição presidencial, divulgou nota criticando a negociação, que ainda não foi oficializada pelo clube.
A oposição, que tem Rodolfo Landim como candidato, trata a venda como “inacreditável”. As principais críticas são em relação o momento – uma vez que o Flamengo está na reta final do Brasileiro – e ao valor abaixo da multa rescisória de 50 milhões de Euros. O meia foi negociado por 35 milhões de Euros, mas o Flamengo receberá 24,5 milhões de Euros, em quatro parcelas.
Lucas Paquetá Flamengo — Foto: Pedro Martins / SOCCERIS
Confira a nota da oposição na íntegra
A venda do atleta Lucas Paquetá é analisada por nós da Chapa Unifla sob cinco pontos fundamentais.
1) É inacreditável que façam isso na reta final do Brasileiro, demonstrando que a diretoria atual não tem o menor compromisso com a vitória.
2) É inaceitável que a venda tenha sido feita por um valor abaixo da multa. E, no mínimo questionável, que tenha acontecido a 82 dias do final da gestão atual. Qual o critério para se abrir mão da possibilidade de um valor maior?
3) Tal fato se agrava com a participação de um VP do Futebol - e candidato à presidência do clube - que recentemente deu declarações sobre a possível venda do atleta, já planejando a aquisição de possíveis substitutos. Nunca é demais lembrar que uma parcela significativa das negociações fica com empresários, advogados, etc. É difícil entender que o clube venda o nosso melhor jogador para comprar outros, havendo ainda perda de dinheiro.
4) O timing da transação é um enigma. Ou a negociação foi fechada e não comunicada para que não atrapalhasse os objetivos eleitorais do presidente Bandeira; ou é um castigo que ele quer impor ao associado e ao torcedor em função do fracasso nas urnas. O que é pior? Ele saber e não contar, ou fechar depois da apuração como forma de punir quem não votou nele?
5) Na nossa visão, craque o Flamengo faz em casa. Mas, na atual administração, o craque feito em casa é vendido de qualquer forma, e o dinheiro é jogado no lixo.
Vice de futebol defende negociação
Em entrevista ao jornal "O Globo", o vice de futebol e candidato da situação, Ricardo Lomba, defendeu a negociação. Ele frisou que foi uma das maiores vendas do futebol brasileiro e citou a vontade do atleta de jogar na Europa.
- É uma grande transação, está entre as maiores do futebol brasileiro. Podia esperar? Podia. Mas acho que sera irresponsabilidade o clube ficar parado esperando a eleição. O mercado traz oportunidades que se a gente perder nos torna irresponsáveis. Passamos pela janela do meio do ano, são negociações de muito tempo. Quase o valor inteiro fica para próxima gestão.
- A ideia jamais foi ter qualquer tipo de benefício, o Flamengo que tem que ganhar. Contou também o desejo do jogador, que tem sonhos e a gente respeita. Em termos de negócios, foi muito bom, com ele permanecendo até o fim do ano motivado. Uma eventual espera poderia acontecer o que aconteceu com o Pedro, do Fluminense, que se machucou. Multa não é negociação, é proteção que o clube tem.
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