A cúpula da Fifa se reúne nesta sexta-feira em Kigali, capital de Ruanda, para voltar a discutir mudanças importantes no calendário do futebol mundial – tanto de clubes quanto de seleções. O presidente da entidade, Gianni Infantino, busca a autorização do conselho (composto por 36 integrantes) para avançar na implantação de dois novos torneios: uma Liga Mundial de Nações, nos moldes do que já faz a Uefa, e um novo e ampliado Mundial de Clubes.
A novidade é que desta vez a Fifa propõe duas alternativas para o Mundial de Clubes: todo ano ou a cada quatro anos. Em abril deste ano, numa reunião deste tipo em Bogotá, a Fifa apresentou uma proposta de um torneio com 24 clubes, a ser organizado sempre no ano anterior à Copa do Mundo, com 18 dias de duração.
24 clubes, seis sedes: o Mundial de Clubes que a Fifa quer a partir de 2021
O tema voltou a ser discutido em junho, durante a Copa da Rússia, mas também não houve avanços, e agora está de volta à pauta – e com a possibilidade de se tornar um torneio anual. Segundo a "Associated Press", também está no pacote uma Liga de Nações, que envolveria seleções de todas as seis confederações e uma fase final com oito times disputada a cada dois anos.
Gianni Infantino terá que vencer resistência da Uefa para levar novos formatos adiante — Foto: Getty Images
A Uefa, entidade que manda no futebol europeu, é frontalmente contra as duas propostas. Os nove representantes da Europa no Conselho da Fifa devem votar contra os planos de Infantino. À diferença da Fifa, cujo faturamento vem quase todo da Copa do Mundo, a Uefa lucra mais com seus torneios de clubes – especialmente a Liga dos Campeões. A entidade vê o novo mundial de clubes da Fifa como uma ameaça à sua principal competições.
Os dois novos torneios propostos por Infantino seriam patrocinados por um fundo de investimentos, que oferece à Fifa US$ 25 bilhões por eles. De acordo com o jornal "The New York Times", o fundo é controlado pelo Softbank, do Japão, com recursos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
A presença de dinheiro saudita entre os patrocinadores é motivo de crítica por parte de integrantes do Conselho da Fifa – especialmente após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita na Turquia. A Fifa tenta vencer as resistências. Nesta semana, a entidade informou ao Conselho que não terá "estados" como sócios em seus negócios.
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