segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Em véspera de decisão, Santos vai à Conmebol por resolução do caso Sánchez
É hoje, torcedor santista: na tarde desta segunda-feira, véspera da decisão contra o Independiente, às 19h30 (de Brasília), no Pacaembu, pela partida de volta das oitavas de final da Taça Libertadores, a Conmebol julga o caso Sánchez em sua sede, em Luque, no Paraguai.
Carlos Sánchez teria sido escalado de maneira irregular pelo Santos no duelo de ida, na Argentina, que terminou empatado em 0 a 0. Se a Conmebol entender que o uruguaio estava sem condições legais em campo, o placar do jogo passará a ser 3 a 0 para o Independiente, e o Peixe precisará de uma vitória por quatro gols de diferença na próxima terça-feira, no Pacaembu, para avançar na competição continental.
O presidente José Carlos Peres, o gerente jurídico Rodrigo Gama Monteiro e o restante da equipe de defesa do Santos, incluindo Mário Bittencourt, ex-advogado do Fluminense, viajaram ao Paraguai no domingo e estão confiantes na vitória do Santos nos tribunais.
Após a vitória por 2 a 0 contra o Bahia, no último sábado, o técnico Cuca afirmou que as questões jurídicas não cabiam ao elenco e à comissão técnica.
– Não pensei na Libertadores. Estávamos em situação crítica na tabela do Brasileirão, mas ainda difícil. Se perdemos, ficamos na beirinha do Z-4. Não pensei em Sánchez, escalação indevida ou não, não é problema nosso. O caso Sánchez não cabe à comissão e elenco. É dentro de campo. Empatamos e temos um jogo da volta. Se tivermos vantagem, passaremos com qualquer vitória. Juridicamente eu não entendo, nem gosta muito, desgasta. Não sabemos se é certo ou errado, Comet, Conmebol. É problema de jurídico. Temos que ficar fora para não esquecermos do gramado, que nos compete – disse.
O Peixe, inclusive, fará o último treinamento para a decisão na manhã desta segunda, horas antes do julgamento da Conmebol. Ou seja, a preparação será encerrada e os jogadores e Cuca não saberão se precisarão de uma vitória simples ou de uma goleada para passar de fase.
Presidente José Carlos Peres embarcou ao Paraguai para julgamento do "caso Sánchez" (Foto: Ivan Storti/Santos FC) Presidente José Carlos Peres embarcou ao Paraguai para julgamento do "caso Sánchez" (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
Presidente José Carlos Peres embarcou ao Paraguai para julgamento do "caso Sánchez" (Foto: Ivan Storti/Santos FC)
O Santos pediu à Conmebol que Sánchez cumpra um jogo de suspensão na partida contra o Independiente, terça-feira, às 19h30, no Pacaembu. O clube nega que tenha errado ao escalá-lo no primeiro jogo, na Argentina, e trata como "suposta" a penalidade ao jogador.
Na última sexta-feira, o departamento jurídico do Peixe enviou um ofício que faz parte da defesa, um documento com mais de 15 páginas, à Conmebol onde cita o caso envolvendo o argentino Bruno Zuculini, do River Plate. O jogador foi utilizado em todos os sete jogos da competição de 2018, mas ainda precisa cumprir duas partidas de suspensão por conta de uma expulsão em 2013, quando atuava pelo Racing.
A Conmebol, diferente do que aconteceu no episódio santista, assumiu a culpa e informou na noite desta última quinta-feira que o clube argentino não será penalizado. O Racing entrou com recurso contra não punição ao River por conta da escalação irregular.
"Caso esta entidade entenda que houve realmente a falha no sistema de controle, como no caso do River Plate, que aplique aos atletas do Santos FC a mesma penalidade que foi aplicada ao atleta Bruno Zuculini do River Plate, que seja, o cumprimento da pena restante ainda nesta mesma competição", escreveu o clube no ofício.
"O Santos FC deixa claro que segue com o entendimento de que o atleta Carlos Sánchez jamais atuou de forma irregular, justamente porque todo o sistema de controle da Conmebol atestava que o atleta tinha condições de jogo e, se tinha condições de jogo pelo sistema, bem como pelo TMS da Fifa, bem como pelas informações do Monterrey e assim por diante, Carlos Sánchez não atuou de forma irregular pelo Santos FC", reforçou o Peixe.
No texto, o clube paulista também diz que "tanto River Plate quanto Santos FC são os terceiros de boa-fé nesta cadeia de informações e sistemas que, de forma bastante clara, pode e deve ter sido afetada por um erro de avaliação, por um erro de alimentação de informações por funcionário, ou até mesmo um erro tecnológico bastante comum nos dias atuais".
O Santos ainda reclama que o River Plate e a Associação de Futebol da Argentina (AFA) passaram informações equivocadas ao Monterrey, último clube de Sánchez antes do acerto com o Peixe.
Carlos Sánchez em ação diante do Independiente (Foto: Juan Mabromata/AFP)
Entenda o caso envolvendo Carlos Sánchez
Em novembro de 2015, quando atuava pelo River Plate, Sánchez foi expulso no jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana contra o Huracán por agredir um gandula. A pena era de três jogos de suspensão.
Em 2016, em medida tomada por conta da comemoração de seu centenário, a Conmebol reduziu pela metade todas as suspensões pendentes de clubes e jogadores – o que diminuiria a punição a Sánchez a uma partida que deveria ter sido cumprida na última terça.
O Santos, porém, afirmou por meio da assessoria de imprensa que o jogador tinha apenas um jogo de suspensão para cumprir e que, com a anistia, estaria livre para atuar contra o Independiente.
Segundo o gerente jurídico do Santos, Rodrigo Gama, o sistema de registro de jogadores não acusava nenhum tipo de suspensão pendente contra Sánchez. O sistema, chamado Comet, foi implementado há dois anos e não inclui suspensões retroativas, impostas antes disso.
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