terça-feira, 24 de julho de 2018

Palmeiras tem contas de fevereiro rejeitadas; estimativa de lucro no primeiro semestre é de R$ 40 milhões



O Palmeiras vive um impasse em sua vida política e financeira. Com estimativa de lucro de R$ 40 milhões para o primeiro semestre, a administração do presidente Maurício Galiotte teve as contas do mês de fevereiro rejeitadas pelo Conselho de Orientação e Fiscalização.

Em reunião na sede do clube na noite desta segunda-feira, o COF reprovou o desempenho financeiro do segundo mês do ano por 11 votos a 4. O Órgão já havia rejeitado no fim de junho os números referentes a janeiro.

Com previsão de arrecadação de R$ 371 milhões até junho, o Verdão deve superar o orçamento inicial, que apontava uma probabilidade de R$ 476 milhões de receita para a temporada de 2018. Atualmente, o patrimônio líquido está previsto para R$ 71 milhões até junho.

Nas projeções financeiras, já estão consideradas as recentes transferências que fizeram o clube arrecadar mais de R$ 100 milhões, com exceção ao negócio envolvendo o atacante Róger Guedes para o futebol chinês.
Galiotte teve contas reprovadas mais uma vez no Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
Galiotte teve contas reprovadas mais uma vez no Palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras)
Membros do COF reclamam do aditivo assinado por Galiotte em janeiro sobre o investimento da Crefisa em reforços. De lá para cá, o clube reconheceu uma dívida milionária com a patrocinadora, o que opositores dizem ser contra o novo estatuto por causa dos valores. De dezembro a fevereiro, o Verdão teve um acréscimo de R$ 98 milhões nos débitos, mas, de janeiro para fevereiro, tal valor foi diminuído em R$ 22 milhões.

Pessoas ligadas ao presidente Maurício Galiotte defendem que os próprios jogadores são ativos do contrato, o que não representaria um problema financeiro. Além disso, defendem que a assinatura do novo aditivo ainda foi sob vigência das antigas normas do Verdão, que não impedia o presidente de fazer empréstimos de valores superiores a 10% da previsão orçamentária.

Do lado da situação, a reprovação é vista como manobra política contra Galiotte. Atualmente, o presidente não tem o apoio de grupos ligados aos ex-presidente Mustafá Contursi, Affonso Della Monica e Paulo Nobre, que são maioria no COF. Por outro lado, o mandatário é defendido publicamente por Leila Pereira, conselheira e patrocinadora do Palmeiras.

Na próxima segunda-feira, mais uma reunião do Conselho de Orientação e Fiscalização pode colocar em votação os números do mês de março. O atraso nas análises mensais ocorreu por causa justamente da discussão do contrato com a Crefisa.
Leila Pereira é principal apoiadora de Galiotte no Verdão (Foto: Marcos Ribolli)

Leila Pereira é principal apoiadora de Galiotte no Verdão (Foto: Marcos Ribolli)
A expectativa da situação e da oposição é que as contas continuem sendo rejeitadas, mesmo com projeção positiva de receitas no período. Tal decisão do COF não interfere diretamente no dia a dia palmeirense já que o Órgão emitirá no fim da temporada relatório sobre o resultado financeiro do clube, mas caberá ao Conselho Deliberativo a votação da aprovação ou não das contas.

Em novembro, o Palmeiras terá eleição para escolher o seu novo presidente. Nenhuma chapa foi registrada, mas a tendência é que Maurício Galiotte dispute o cargo contra Genaro Marino, seu atual segundo vice-presidente.

No dia 4 de agosto, os associados do Verdão votarão em Assembleia novas mudanças no estatuto. A principal delas é relacionada ao mandato presidencial, que teve aprovação do Conselho Deliberativo para três anos, valendo já para a próxima gestão.

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