quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Jogadores do ABC mantêm greve e sindicato diz que "não vai haver jogo"
Jogadores do ABC saem da reunião com o Safern (Foto: Victor Lyra/Globo Esporte)
A greve dos jogadores do ABC está mantida e chega ao terceiro dia sem treinos no CT Alberi Ferreira de Matos. Segundo o presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Rio Grande do Norte (Safern), Felipe Augusto Leite, os atletas não entrarão em campo no sábado, no duelo diante do Londrina, válido pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro - o que implicaria em uma derrota por W.O.
- Não vai haver jogo. Não vai haver jogo porque nenhum dos atletas que estiveram aqui, inclusive aqueles que receberam um ou dois meses de salários para quebrar essa inadimplência, o que não quebra a inadimplência. E mais, como eu sempre disse, a greve é coletiva, é uma categoria que está parada. Não adianta tentar solver alguns compromissos da categoria, alguns atletas, para desfazer este movimento - garantiu.
O Alvinegro chegou a apresentar uma contraproposta, que estava sendo debatida em nova assembleia na tarde desta quarta-feira, no escritório de Felipe Augusto. Os jogadores estavam tentados a aceitá-la - o Alvinegro prometeu pagar as dívidas com a antecipação do patrocínio da Caixa Econômica Federal e das cotas de participação na Liga do Nordeste e Copa do Brasil.
Mas, durante a assembleia, o sindicato e os jogadores receberam uma "conta notificação" do clube. O ABC alertava que pagou os atletas e eles, durante a assembleia, conferiram as contas e notaram que apenas "alguns poucos atletas da base e que auferem salários ínfimos tiveram créditos em suas contas bancárias", segundo escrito na ata.
Neste documento, o Alvinegro afirmava que, dessa forma, os jogadores estariam "contrariando o art. 482 da CLT" caso não voltassem às atividades. A resposta dos atletas foi a pior possível, segundo o presidente Felipe Augusto Leite, e eles decidiram manter a greve.
Ata da assembleia fala da notificação do ABC (Foto: Reprodução)
- Já estávamos prestes a apresentar a contraproposta. Mas, infelizmente, tudo desmoronou porque recebemos uma notificação do clube ameaçando os atletas, falando que eles estavam infringindo a CLT, isto é, praticando atos de improbidade, dando causa rescisão sem justa causa. Foi detectado que apenas alguns poucos atletas da base, algo em torno de 13 atletas, fizeram depósitos de alguns meses para, exatamente, quebrar o movimento. Essa atitude foi absolutamente rechaçada pela categoria, por toda a coletividade, pelos 38 atletas que estiveram aqui e a greve foi mantida - explicou o presidente do Safern.
Ata da assembleia, com as dívidas reconhecidas pelo ABC e a promessa de pagamento (Foto: Leonardo Erys/GloboEsporte.com)
Após a decisão, os jogadores deixaram o local sem falar com a imprensa. Um deles gritou de um dos carros: "Vergonha do ABC". Para o presidente do Safern, não há mais o que negociar com a diretoria. Ele alega que o clube "jogou gasolina na negociação" e que o próximo passo será uma denúncia ao Ministério Público Federal "sobre as retenções previdenciárias nos contra-cheques de todos os funcionários, a fim comprovação do devido repasse à União Federal, bem como imediata interposição de Ação Civil Pública na Justiça do Trabalho", como ficou destacado na ata.
- Lamento dizer, mas, com essa diretoria, não tem qualquer tipo de conversa e, muito menos, eu acho que vocês devem dar credibilidade - disse.
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