terça-feira, 19 de setembro de 2017
Clubes se pronunciam sobre uso de árbitro de vídeo no Brasileiro; maioria é favorável
A grande maioria dos clubes da Série A se pronunciou de forma favorável a respeito da utilização do árbitro de vídeo no Brasileiro. Depois de ser derrotado com gol irregular do Corinthians na tarde do útlimo domingo, o Vasco teve reunião com a CBF, que decidiu implementar a tecnologia a partir da 25ª rodada, no próximo fim de semana.
Vale lembrar que a medida está prevista no artigo de número 75 do regulamento da competição: "A CBF poderá utilizar a tecnologia em arbitragens nas competições nacionais que coordena, adotando a forma, termos e limites constantes do projeto que elaborou e do respectivo protocolo determinado pela International Football Association Board - IFAB, que passam a fazer parte integrante e indissociável deste RGC".
Atlético-PR, Coritiba, Ponte Preta, Santos e Vitória não se pronunciaram até o fechamento desta matéria. Veja abaixo o que disseram os representantes dos demais clubes da primeira divisão:
ATLÉTICO-MG - Comunicado da assessoria de comunicação do clube
Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético-MG (Foto: Reprodução / TV Globo Minas)
Segundo o presidente Daniel Nepomuceno, o Atlético-MG é favorável a essa determinação. Para ele, quanto mais instrumentos forem usados pra auxiliar os árbitros e diminuir o número de erros, melhor. O presidente entende que o uso dos recursos de vídeo vai evitar muitas polêmicas.
ATLÉTICO-GO - Adson Batista, diretor de futebol
- Eu sou contra. Acho que o árbitro de vídeo vai tirar algumas coisas importantes do futebol, como o poder de decisão do juiz. Vai ficar uma situação de parar muito o jogo. Vai tirar autoridade do árbitro. Acho que a arbitragem tem que ter autonomia e sempre buscar se qualificar. Defendo a profissionalização dos árbitros para que possam viver disso e ter mais condição de fazer uma preparação melhor.
Adson Batista, diretor de futebol do Atlético-GO (Foto: Paulo Marcos / Atlético-GO)
- Para mim, o árbitro de vídeo tira um pouco a magia do futebol, que é a discussão. Essas situações fazem o futebol cada dia mais emocionante. O vídeo vai mecanizar um pouco o jogo. Acho que tem que ter mais estudo em cima disso. Então o árbitro adicional não é mais necessário, né? Esse árbitro é mais gasto nas contas do clube. Ontem o árbitro estava a 2 metros do lance do gol do Corinthians e não viu. Então não precisa dele mais, pois é mais gasto para os clubes.
AVAÍ - via assessoria de imprensa
"O presidente do Avaí (Francisco José Battistotti) é plenamente a favor da tecnologia no futebol. Ele entende que vai auxiliar a dirimir dúvidas de lances confusos. O Avaí foi vítima neste campeonato de dois lances difíceis e que fazem falta. O pênalti para o Vitória, onde o árbitro não deu, uma tesourada do zagueiro no Júnior Dutra. E o outro o pênalti que o árbitro deu a favor do Avaí contra o Flamengo e que voltou atrás. Até se alegou na época que ele usou a tecnologia ou foi o extracampo que anulou, de uma informação que ele recebeu. O Juan estava pronto para bater o pênalti.
Esses quatro pontos, eventualmente se o Avaí tivesse feito, estão fazendo muita falta nessa campanha pela permanência na Série A. O presidente é a favor. O Avaí elogia a decisão que possa ser tomada para vir árbitro de vídeo a partir de agora, está plenamente de acordo, a favor da tecnologia."
BAHIA - Marcelo Sant'Ana, presidente
Marcelo Sant'anna, presidente do bahia (Foto: Eric Luis Carvalho)
- Em linha geral, pessoalmente, sou favorável ao uso da tecnologia para auxiliar a arbitragem e de termos árbitros profissionais, com remuneração tradicional e dedicação exclusiva/prioritária ao apito.
BOTAFOGO - Carlos Eduardo Pereira, presidente
- Não sei como vão implementar, tudo depende de como será implementado. Não sei se terá treinamento para os árbitros, quais estádios poderão receber. Pelo o que já ouvi da CONMEBOL, acho que será em um jogo. Considerando que teremos 10 jogos, acredito que será feito em um ou dois jogos por rodada. Não sei em que estágio está o treinamento dos árbitros.
Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
- Colocar em prática na pressão, por esse lance do jogo entre Corinthians e Vasco, é precipitado. Vamos ver. Pode ser uma tentativa de melhorar, dar uma satisfação, por esse lado é uma coisa positiva. O que me preocupa é o sistema, como o árbitro vai conversar com o pessoal que faz a leitura. Tem um preço a se pagar. Mas temos que andar para frente. Parece ser uma forma de se andar para frente. Vamos tentar, sabendo que provavelmente teremos problema no início.
CHAPECOENSE - Rui Costa, diretor executivo
- Penso que todo sistema de controle e monitoramento que possa trazer o resultado da partida seja mais justo, é válido. o que me preocupa é o critério que vai ser usado esse mecanismo, de que forma vai ser regulamentado. Já vimos, inclusive, em jogos que a medida foi adotada e houve confusão. Mesmo parando, olhando, isso gera confusão. Me preocupa o fato de termos um árbitro que fica atrás do gol e que não faz diferença. Ele fica ali parado, olhando, as vezes até em posição ostensiva, fica com postura de atenção, e coisas acontecem na frente deles e eles não se posicionam. Claro que estou generalizando, e toda generalização é injusta, mas todo dia se vê isso e recentemente se viu isso em lance capital.
Rui Costa, diretor executivo da Chapecoense (Foto: Rafael Bressan/Chapecoense)
- Então mais importante que ter a ferramenta, mais árbitros no campo, árbitro de vídeo, é a forma que vai ser utilizado, se vai ser de forma criteriosa, de forma justa, e se efetivamente vai ser praticado, porque... volto a repetir o exemplo do arbitro na linha do gol. Quantos lances decisivos, de pênaltis a nosso favor que não foram marcados, do arbitro olhando para o lance, lances polêmicos do Brasileiro que foram decisivos, e vimos inclusive em jogos internacionais que o AV foi usado que houve confusão, jogador que foi expulso, não foi, ou foi injustamente. Se for para usar de forma correta, regulamentada, porque não sabemos que critério vai ser isso, de uma hora para outra vai se praticar. Sempre vejo problema incluir no meio do campeonato algo que não estava previsto, mas tomara que tenhamos esse mecanismo de controle e observação como algo que venha agregar mais justiça no resultado de campo, que é o que importa para nós.
CORINTHIANS - Flávio Adauto, diretor de futebol
- Acho interessante, mesmo com o campeonato em andamento. O que importa é que vá entrar esse recurso. Quanto mais adiar, pior. Lances polêmicos vão surgir todas as semanas. Se você pode elucidar isso imediatamente, será bom para o campeonato. Da mesma forma que agora está uma polêmica em um lance que nos beneficiou, teve em lances que nos prejudicaram, como contra Flamengo e Coritiba.
Flávio Adauto, diretor de futebol do Corinthians (Foto: Carlos Augusto Ferrari)
- Só acho que precisa ter um pequeno regulamento: o que vai ser objeto de consulta ao vídeo? Lateral? Não. Tiro de meta? Não. Impedimento, bola que ultrapassou a linha, lance de pênalti...? É interessante o vídeo ser usado com regras pré-definidas. Isso é preciso, inclusive, ser passado aos jogadores pela CBF.
CRUZEIRO - Bruno Vicintin, vice de futebol
Bruno Vicintin, vice-presidente de futebol do Cruzeiro (Foto: Thaynara Amaral)
- O Cruzeiro sempre foi a favor, e esse ano foi um dos clubes mais prejudicados pela arbitragem. Se nós tivéssemos tido árbitro de vídeo nos jogos da Copa do Brasil, por exemplo, nossas classificações contra São Paulo e Palmeiras teriam sido mais fáceis, já que a arbitragem validou gols irregulares dessas duas equipes. O mesmo aconteceu no primeiro jogo da final da Copa do Brasil contra o Flamengo. O árbitro validou um gol irregular”.
FLAMENGO - Eduardo Bandeira de Mello, presidente
Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo (Foto: Reprodução SporTV)
- Sempre me declarei a favor da utilização de todos os recursos externos possíveis para a redução dos erros de arbitragem. O ideal seria que, paralelamente ao árbitro de vídeo, fosse implantado o controle externo das arbitragens com validação por auditoria independente, conforme proposto pelo Flamengo há mais de um ano.
FLUMINENSE - Pedro Abad, presidente
Pedro Abad, presidente do Fluminense (Foto: Hector Werlang)
- Qualquer medida que tenha como objetivo minimizar o risco de erros é positiva. O futebol envolve muito investimento de diversas partes, existe um planejamento das equipes e um erro de arbitragem pode interferir diretamente no resultado. Tudo que for para contribuir no nível de decisão é válido. Vamos aguardar para conhecer o processo decisório, e se for isento, quem ganha é o futebol.
GRÊMIO - Odorico Roman, vice de futebol
Odorico Roman, vice de futebol Grêmio (Foto: Beto Azambuja/GloboEsporte.com)
- Sou favorável dentro dos limites definidos pela FIFA (as 4 situações de intervenção). Tudo o que for possível para reduzir os erros da arbitragem devem ser acolhidos desde que que não interfira no bom andamento do jogo. Só o juiz principal pode decidir se vai assistir o vídeo, somente se houver algum erro flagrante, como um cartão vermelho equivocado ou um gol com a mão. O árbitro de vídeo não pode nunca parar um jogo, somente avisar o juiz se for algo flagrante.
PALMEIRAS - Maurício Galiotte
Presidente do Palmeiras Maurício Galiotte (Foto: Fernando Vidotto)
- O Palmeiras é a favor do uso da tecnologia no futebol. Os avanços tecnológicos nos últimos anos são profundos e significativos. A utilização destes benefícios no esporte acrescenta sobremaneira na assertividade e também no resultado do espetáculo. É preciso agora que se criem as regras para a utilização e que elas sejam seguidas em todas as partidas e em todos estádios do campeonato.
SÃO PAULO - Vinícius Pinotti, diretor executivo
Vinicius Pinotti, diretor do São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net) Vinicius Pinotti, diretor
- Acho ótimo. Acho que acaba deixando o espetáculo mais justo e tira um pouco da responsabilidade dos árbitros, que tem de tomar decisões rápidas quando tudo acontece. Sem dúvida, vai ajudar.
SPORT - Arnaldo Barros, presidente
- Nós já tivemos uma experiência nas finais do Campeonato Pernambucano, e podemos verificar que não houve ainda preparação adequada, não só tecnicologicamente como no que diz respeito aos próprios árbitros. Tecnicologicamente nós tivemos restrições quanto ao posicionamento das câmeras, isso levou a uma polemica grande num gol anulado do Salgueiro, gerou dúvida porque a câmera não ficou posicionada da forma adequada que desse pra tirar essa dúvida.
Arnaldo Barros, presidente do Sport (Foto: Daniel Gomes) Arnaldo Barros, presidente do Sport
- Também houve improvisações no que diz respeito ao local onde o árbitro de vídeo deveria se posicionar e em termos de preparos dos árbitros nós entendemos também que não houve o treinamento adequado. Por exemplo, no primeiro jogo entre Sport e Salgueiro houve um pênalti assinalado que a TV insistentemente mostrou depois e nós ficamos convencidos que não houve o pênalti, mas o árbitro terminou por assinalar o pênalti inexistente. Quer dizer, o próprio árbitro não estava preparado para tomar a decisão auxiliada pelo recurso do vídeo.
- No que diz respeito ao princípio do conceito de árbitro de vídeo eu sou plenamente favorável. Entendo que toda a tecnologia que vir ao auxílio da justiça, da exatidão na interpretação da regra do jogo é bem-vinda. Agora muitas vezes, mesmo sem árbitro de vídeo, a gente vê aquele árbitro que fica junto à trave, de frente para o lance, e não marca determinada infrações ou marca equivocadamente. Mas eu entendo que todo o esforço que for feito para melhorar o nível da arbitragem no Brasil é absolutamente necessário e bem-vindo.
VASCO - Eurico Brandão, vice de futebol
Euriquinho concede entrevista coletiva após derrota para o Corinthians (Foto: Diego Ribeiro)
- Todo recurso que puder ser utilizado para evitar que uma partida seja decidida por um lance irregular é válido. Pena que o Vasco tenha sangrado para isso.
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