quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Bastidores: saiba como foi a reunião entre torcedores, atletas e diretores do São Paulo
O São Paulo recebeu aproximadamente 30 torcedores de diferentes correntes para uma reunião com elenco, comissão técnica e toda diretoria nesta quarta-feira, no CT da Barra Funda.
O objetivo era unir forças para evitar um rebaixamento inédito do clube no Campeonato Brasileiro.
Diferentes participantes da conversa consideraram o saldo positivo.
Abaixo, o GloboEsporte.com detalha bastidores:
Presidente
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, abriu a conversa. O dirigente disse que se tratava de um momento histórico de união da diretoria, time, comissão técnica e torcedores pensando juntos em caminhos para um ajudar ao outro.
Ídolos porta-vozes
No elenco, Hernanes e Lugano foram espécies de porta-vozes. O Profeta pediu que não fosse feita nenhuma cobrança individual aos jogadores, pois todos fazem parte do mesmo grupo. O uruguaio, por sua vez, afirmou que, com todo seu tempo no São Paulo, via o atual grupo tão comprometido quanto os outros com os quais trabalhou.
Exemplo de Raí
Todos os diretores do São Paulo foram convidados para participar da reunião. O ídolo e ex-jogador foi o único membro do Conselho de Administração no encontro. Em rota de colisão com Leco, o vice-presidente Roberto Natel não compareceu.
Desde o início Raí se colocou à disposição para participar. Na visão de quem estava no CT, ele representou uma espécie de elo: um ídolo vencedor, ex-jogador e hoje membro da direção.
Na conversa, Raí lembrou de dificuldades da sua época de jogador, como em 1991, ano em que o São Paulo disputou o Grupo Amarelo do Paulistão (formado por equipes entre a 15ª e 24ª colocação da competição em 1990 e mais quatro vindos de uma "divisão intermediária") e acabou campeão estadual, com o próprio ídolo como protagonista. Na temporada seguinte, o Tricolor conquistou o mundo.
Raí disse que, em momentos ruins, não é possível saber o que vem pela frente, mas todos precisam se doar mais. Se o treino começa às 15h, é necessário chegar 14h30. Ele citou outras mudanças de hábito como exemplos e disse que o pensamento único de todos tem de ser tirar o time dessa situação. Além disso, afirmou que em momentos como esse não há um culpado, pois o processo é muito maior do que só esse campeonato. Em resumo: deixou claro que o São Paulo tem problemas há muito tempo.
Torcedores convidados pela diretoria chegam ao CT do São Paulo para reunião com elenco e dirigentes (Foto: Alexandre Lozetti) Torcedores convidados pela diretoria chegam ao CT do São
Os torcedores
Não houve nenhum relato de tom agressivo ou ofensivo por parte dos torcedores. Todos os que falaram disseram ver empenho e comprometimento dos jogadores, mas lembraram que isso não tem sido suficiente. O pedido dos são-paulinos foi de coragem para superar as situações, vestir a camisa do Tricolor e que cada gol sofrido não pode tornar o time tão frágil.
Os torcedores citaram Pratto como um exemplo de dedicação e até Morato, lesionado e fora da temporada, foi elogiado por não se intimidar no único jogo feito, contra o Cruzeiro, no Mineirão. Houve um pedido para quem atuar pelo time ter esse mesmo comportamento.
Os tricolores também se comprometeram a apoiar até o fim e disseram para os jogadores contar com o incentivo, inclusive no Barradão, em Salvador, onde o time enfrentará o Vitória. A promessa é de ao menos três ônibus da organizada no local. Também foi cobrada uma vitória no clássico com o Corinthians, no próximo dia 24 de setembro, no Morumbi.
O comandante
Na parte final do encontro, o técnico Dorival Júnior pediu a palavra. Ele disse nunca ter trabalhado na carreira como jogador e treinador em um clube com tanta estrutura e respaldo. Além disso, elogiou o comportamento dos torcedores, pois nos outros times pelos quais passou não havia visto o apoio da torcida como agora. O público de 18 mil pessoas no treino realizado na véspera do clássico contra o Palmeiras foi citado como exemplo.
Pós-reunião e a impressão de atletas
Depois da reunião, torcedores, jogadores e diretores continuaram conversas informais. Até os torcedores ligados à oposição prometeram abraçar o time, pois o momento requer união. Entre os atletas, a impressão é de que a conversa em si não vai fazer o time jogar melhor ou pior, mas mostra que o São Paulo pode ter um patamar diferente quando todos estão pensando juntos e em busca do mesmo objetivo.
E agora?
Para sair do Z-4 do Brasileiro na próxima rodada, o São Paulo precisa ganhar do Vitória (no domingo, em Salvador) e torcer por DOIS ENTRE TRÊS dos seguintes resultados:
derrota ou empate da Chapecoense (contra o Grêmio, no domingo, em Porto Alegre);
derrota do Bahia (contra o Cruzeiro, no domingo, em Belo Horizonte), tirando saldo de quatro gols;
derrota do Coritiba (contra o Palmeiras, na segunda-feira, em São Paulo).
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