quarta-feira, 21 de junho de 2017

Fifa aperta cerco antidiscriminação, e México pede para torcida parar gritos



Antes de a bola rolar na Copa das Confederações, a secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura, avisou claramente que a fiscalização contra atitudades discriminatórias nos estádios - dentro ou fora do gramado - seriam severamente punidas pela entidade. Na primeira rodada, o México foi alertado pelo comportamento da torcida, com gritos homofóbicos contra o goleiro Rui Patricio, de Portugal (empate de 2 a 2), e se a situação for repetida nesta quarta-feira contra a Nova Zelândia, em Sochi, alguma providência mais dura deverá ser tomada.
Não por acaso, o perfil oficial da seleção mexicana no Twitter publicou um comunicado pedindo para a torcida mudar o comportamento durante os jogos na Rússia. O motivo da chamada da Fifa foi o tradicional grito ofendendo o goleiro adversário durante o tiro de meta, que recentemente ganhou uma versão também no Brasil ("Ôôôôô bicha!", na tradução para o português).
"Como sabem, a Fifa leva com muita seriedade o canto que fazemos quando a bola está com o goleiro, e as possíveis punições são graves. Continuar com este comportamento de nada servirá o esforço no campo se por isso perdermos o jogo, se a partida for suspensa ou se te expulsam do estádio. Perderemos nós, perderá você, perderemos todos", diz a nota da federação mexicana nas redes sociais (confira abaixo, em espanhol).
Comunicado México gritos homofobicos (Foto: Reprodução)
Comunicado México gritos homofobicos (Foto: Reprodução) Comunicado México gritos homofobicos (Foto: A Fifa comunicou antes da competição começar que atuaria nos estádios, com observadores, para detectar qualquer atitude discriminatória de torcedores ou jogadores, como racismo ou homofobia. Pela primeira vez em uma competição organizada pela entidade, a Fifa adotou um procedimento de três passos para evitar as ofensas: os árbitros têm autoridade para parar um jogo e fazer um comunicado ao público pedindo que a discriminação pare; depois suspender a partida; e, finalmente, caso o problema continue, decidir cancelar o confronto.
Além dos árbitros, observadores antidiscriminação estarão espalhados pela arena para monitorar o comportamento dos torcedores dos dois times envolvidos. Seus relatórios são enviados ao Comitê Disciplinar da Fifa, que revisa e determina se haverá punições. Consultada pelo GloboEsporte.com após a primeira rodada, a entidade revelou o problema com os mexicanos:
"Após analisar os relatóris, o presidente do Comitê Disciplinar da Fifa decidiu impor um alerta à Federação Mexicana de Futebol pela conduta de um pequeno grupo de torcedores mexicanos em relação a insultos e gritos discriminatórios durante a partida com Portugal, pela Copa das Confederações. Os relatórios são feitos pelos oficiais das partidas e incluem informações de várias outras áreas, como os novos observadores antidiscriminação. Os relatórios são parte do sistema da Fifa para garantir segurança no jogo, previnir incidentes discriminatórias e rever problemas após a partida", diz a nota enviada pela assessoria de comunicação da entidade.
Recentemente, a CBF foi multada três vezes pela Fifa por gritos semelhantes aos dos mexicanos pela torcida brasileira, com ofensas homofógicas contra os goleiros rivais, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, em jogos na Arena Corinthians (São Paulo), Arena da Amazônia (Manaus) e Arena das Dunas (Natal).
Rui Patricio, goleiro de Portugal, foi alvo de gritos homofóbicos de parte da torcida mexicana na primeira rodada
Rui Patricio, goleiro de Portugal, foi alvo de gritos homofóbicos de parte da torcida mexicana na primeira rodada na Rússia (Foto: AFP)
na Rússia (Foto: AFP) Rui Patricio, goleiro de Portugal, foi alvo de gritos homofóbicos de parte da torcida
mexicana na primeira rodada na Rússia

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