terça-feira, 11 de abril de 2017

Suspeito de envolvimento em morte de torcedor do Bahia é preso

Estudante de direito, Pietro confirmou que fazia parte da principal torcida organizada do Vitória, mas deixou o grupo em fevereiro deste ano. Ele nega participação no crime

Ba-Vi; torcedor; morto (Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia)Carlos Henrique foi morto na noite do último domingo, após o Ba-Vi (Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia)
As investigações acerca do assassinato do torcedor Carlos Henrique Santos de Deus, crime ocorrido na noite do último domingo, na Avenida Vasco da Gama, em Salvador, após o clássico Ba-Vi, resultaram na primeira prisão. Na tarde desta segunda-feira, a Polícia Civil informou que Pietro Henrique Ferreira Caribé Pereira, apontado como um dos cinco envolvidos no homicídio, foi detido por volta das 14h, na casa onde morava com a mãe, no bairro do Garcia, em Salvador. Ele nega participação no crime, mas confirmou que fazia parte da principal torcida organizada do Vitória, mas que deixou o grupo em fevereiro deste ano. O acusado foi reconhecido por um sobrevivente do ataque.  
A prisão foi efetuada por policiais do Departamento de Homicídios e proteção à Pessoa. Pietro foi autuado em flagrante por homicídio, por conta da morte do torcedor do Bahia, e por tentativa de homicídio, porque um amigo de Carlos Henrique foi baleado de raspão no pescoço e socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE).  
Ba-Vi; torcedor; morto (Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia)Vítima tentou correr para um posto de combustíveis, mas foi perseguida (Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia)
Segundo a delegada Patrícia Brito, Pietro é estudante de Direito, trabalha como motorista do Uber e segurança de uma universidade de Salvador. Ele acumula passagens na polícia por furto de veículos e briga generalizada. Pietro chegou a ficar 10 dias preso em fevereiro desse ano após se envolver em uma briga com torcedores do Bahia. A delegada afirmou que ele foi indiciado na época por roubo e agressão, já que uma das vítimas teve materiais pessoais roubados.  
Conforme as testemunhas, entre elas a vítima baleada de raspão no pescoço, Pietro estava em um carro com outras quatro pessoas e contou com o apoio de um outro carro e dois ônibus da principal torcida organizada do Vitória para cercar as vítimas. Carlos Henrique tentou correr para um posto de combustíveis próximo ao Dique do Tororó, mas foi perseguido, espancado e morto com três tiros. De acordo com a polícia, os tiros foram deflagrados por Pietro e outro homem que estava no carro e que está sendo procurado.  
Pietro seria apresentado à imprensa nesta tarde, mas o advogado dele, Antônio Glorisman, impediu, para preservar a imagem do suspeito, segundo a delegada. Gloirisman contou que Pietro foi ver o jogo com a namorada e com o cunhado.  
- Ele saiu do estádio às 18h40 e chegou em casa às 19h10. Foi direto e não se envolveu em confusão nenhuma. 
delegada Patrícia Brito (Foto: Alan Tiago Alves / G1)Delegada Patrícia Brito detalhou o caso (Foto: Alan Tiago Alves / G1)

A polícia diz que a vítima não foi um alvo marcado, já que não houve nenhuma desavença entre Pietro e Carlos Henrique, e que o crime foi cometido após uma briga entre torcedores do Bahia e do Vitória, no final do clássico. Em depoimento, Pietro afirmou que foi para a casa da mãe após o jogo e que não se envolveu em confusão.
BA-VI DA PAZ?
O corpo de Carlos Henrique, que tinha 17 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira, no cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, em Salvador. O pai da vítima, o segurança José Carlos Espírito Santo de Deus, de 51 anos, afirmou, em entrevista para a TV Bahia, que o filho não fazia parte de torcida organizada, hipótese levantada após o crime. Ele também questionou a segurança nos jogos de futebol.  
- Tive um pressentimento, falei para ele não ir. Ele disse que já tinha comprado o ingresso. Ba-Vi da paz? Cadê a paz? Meu filho nem bebe, quem dirás fazer parte de torcida organizada. Infelizmente meu filho foi mais uma vítima da violência de Salvador. O que estou sentindo hoje, amanhã qualquer um pode sentir da mesma forma – declarou.  
De acordo com um tio da vítima, ele foi surpreendido pelos agressores. 
- Passou esse carro, saltou e já foi dando tiro, aquele corre-corre. Um menino tranquilo, ficou sem saber onde correr. Tomou um tiro na perna e outro no abdômen – relatou o tio da vítima, Jorge Conceição dos Santos, 53 anos.  

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