Homem trabalhava num canteiro de apoio montado próximo a um shopping. Outro funcionário perdeu a perna em Copacabana; Comitê se exime de culpa nos 2 casos
Um homem morreu e outro perdeu a perna durante acidentes ocorridos nos últimos dias na desmontagem de instalações da Rio 2016, informou a Agência Reuters. A morte aconteceu nas proximidades de um shopping da Zona Oeste, enquanto o outro acidente ocorreu em Copacabana. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos confirmou as ocorrências e disse que a responsabilidade por possíveis falhas é das empresas contratadas para realizar os serviços. As duas vítimas eram operários terceirizados.
Parque Olímpico tem diversas estruturas temporárias sendo desmontadas (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, a segurança dos trabalhadores está fragilizada e ameaçada desde que o Comitê dispensou recentemente mais de 100 fiscais de segurança do trabalho que seriam responsáveis por acompanhar a desmontagem de instalações dos Jogos. A vítima fatal morreu eletrocutada durante a desmontagem de uma estrutura instalada para a Rio 2016 na Barra. Já o operário que perdeu a perna se acidentou na arena do vôlei de praia.
Diretor de comunicação da Rio 2016, Mario Andrada afirmou que os acidentes ocorreram por possíveis falhas nos canteiros, que são de responsabilidade dos contratados pelo Comitê para realizar a desmontagem dos locais dos Jogos.
- A gente não tinha nenhum controle sobre essas ocorrências; foram em instalações nossas em operações terceirizadas e nos dois acidentes ocorreram erros primários. A culpa não é nossa, é de quem contrata os funcionários, seja ele de menor ou maior qualidade - disse Andrada à Reuters.
O Ministério do Trabalho discorda da posição do Comitê. Segundo o órgão, o contratante do serviço terceirizado tem a obrigação de fiscalizar o serviço que está sendo prestado.
Operário perdeu a perna em acidente na Arena do vôlei de praia em Copacabana (Foto: Lucas Barros)
- Quando você contrata um terceirizado, você tem que fiscalizar e ficar atento para saber se está cumprindo a lei... contratar alguém menos preparado e qualificado. No fim das contas, chegando ao Judiciário, há responsabilização sim do contratante (Comitê) - afirmou à Reuters a procuradora do MPT, Viviann Mattos.
Ainda nesta quarta, funcionários de uma empresa terceirizada fizeram um protesto na porta do Comitê, no centro do Rio, para chamar a atenção para os atrasos de pagamentos. O Rio 2016 admitiu que o problema realmente está acontecendo, mas que não haverá "calote".
- O número de fornecedores é muito grande, as medições dos contratos são muito complexas. Temos recursos grandes para receber do COI (Comitê Olímpico Internacional) e patrocinadores em novembro e vamos honrar todos os compromissos - finalizou Mario Andrada.
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