Treinador se reuniu com a diretoria após a derrota por 1 a 0 para o Botafogo e pediu para deixar o comando técnico do Tricolor, por não conseguir bons resultados
Doriva teve apenas 22,91% de aproveitamento no Santa (Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)
Após pouco mais de dois meses à frente do Santa Cruz, Doriva pediu as contas e não é mais treinador do time. O técnico comunicou à diretoria logo após a derrota por 1 a 0 para o Botafogo, na última quarta-feira. De acordo com o presidente do clube, Alírio Moraes, Doriva alegou que não estava mais conseguindo render, pediu para deixar o comando e os dirigentes corais aceitaram. Uma conversa com o vice-presidente Constantino Júnior, na manhã desta quinta-feira, selou a saída.
De acordo com o vice-presidente do clube, Constantino Júnior, o auxiliar técnico Adriano Teixeira ficará à frente do clube até o final do ano.
- Doriva não é mais técnico do Santa Cruz. Agora, Adriano fica no comando do time até o final da Série A e estamos mapeando o mercado para definirmos como será o próximo ano.
Ao final da derrota contra o Botafogo, já era possível perceber que o ambiente de Doriva no Santa Cruz não era mais o mesmo. O treinador, que chegou a cobrar a diretoria na última semana, por possível falta de ações para fazer a torcida ser mais presente, discutiu com parte dos tricolores. Ao descer para os vestiários, o treinador chegou a disparar: "Vocês querem vir na Série D, mas tem de vir na Série A!". Depois, pediu desculpas em entrevista coletiva, mas assumiu que a paciência tinha se esgotado pela falta de resultados.
- É difícil viver isso. Se for falar de paciência, acho que ela esgotou faz tempo. Mas sou profissional, líder. Sou o treinador. E meu trabalho é fazê-los render dentro de campo. E mobilizá-los para que ele estejam focados dentro de campo. Isso é muito frustrante e triste para um treinador - disse, ao final da partida.
Doriva chegou ao Recife no dia 12 de agosto, assistiu ao empate de 2 a 2 contra o Vitória nos camarotes do Estádio Barradão. Mas só no dia 16 do mesmo mês, foi que ele começou a colocar a mão na massa. Após pouco mais de dois meses, o desempenho esteve longe de ser dos melhores: foram apenas 16 partidas disputadas no total, com três vitórias, dois empates e 11 derrotas. Um aproveitamento de 22,91%. Desde 2011, esta é a pior performance de um técnico à frente do time. Antes dele, Sérgio Guedes, em 2014, teve 43%, com nove vitórias, dez empates e sete derrotas.
Desde que chegou ao clube, Doriva sabia que a missão de livrar o time do rebaixamento era difícil. O time já era vice-lanterna, com 19 pontos. Porém, ali, "só" a três pontos de diferença para o primeiro time fora da zona de rebaixamento. Atualmente, a diferença é de 13 pontos.
O treinador também sabia que era difícil contratar. Tanto que, sob sua batuta, o Santa Cruz só trouxe dois atletas: os meias Mazinho e Wagner, que foram inscritos nos últimos dias de janela de transferências para a Série A e que são reservas do time. O treinador chegou a dizer que o clube "trouxe quem podia", já falando do aspecto financeiro.
A falta de dinheiro que assola o Santa Cruz tentou ser gerida pelo comandante a todo momento. Ele tinha uma boa relação com os jogadores e tentou mudar peças ao longo da sua trajetória. Chegou, inclusive, a colocar ídolos como Grafite e Tiago Cardoso no banco de reservas, porque atravessavam uma má fase. Mas as trocas não deram certo. Doriva deixa o Santa sem receber um salário. O vínculo contratual era até o final da Série A.
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