terça-feira, 6 de setembro de 2016

Zagueiro tem carro apedrejado, mas não perde esperança na Lusa: "Lutar"

Em cinco anos, a Portuguesa passou de time-sensação para provável rebaixada à última divisão do Brasileiro. Mateus viveu ambas as fases: "É tudo complicado"

Mateus Portuguesa (Foto: Arquivo Pessoal)Mateus foi o primeiro reforço da Portuguesa para a Série C do Brasileiro (Foto: Arquivo pessoal)
Mateus é um exemplo da roda-gigante que é a Portuguesa. Em 2011, o zagueiro se destacou na chamada Barcelusa, de futebol envolvente que encantou na conquista da Série B. Em 2016, o jogador luta para não deixar o clube ser rebaixado para a quarta divisão nacional e ainda tem que enfrentar a fúria dos torcedores, que apedrejaram seu carro.
– Quando cheguei neste ano, passou um filme pela minha cabeça. Tive um 2011 mágico, tudo certo, campeão. Voltei agora desta forma, tudo complicado, vivenciando essa parte ruim. Estou bem triste. A estrutura da Portuguesa era muito melhor. Não é nem metade do que vivi. Acho que eu nunca aprendi tanto na vida. Quando cheguei, tinha mais de 50 jogadores treinando, achei estranho demais, mas não poderia falar nada – fala Mateus. 
Fora de campo, o zagueiro de 32 anos viveu um de seus momentos mais conturbados no último domingo. Após a Portuguesa ser derrotada para o Boa por 2 a 0, no Canindé, torcedores atiraram pedras no capô do carro de Mateus.
– Vou mandar consertar nesta terça. É complicado, bicho. Eu saí do jogo, um menino me chamou e disse que haviam atirado uma pedra. Jogaram pelo por cima do portão, não vi quem foi. Fiquei chateado demais. Já estava tão triste com o jogo que só queria ir embora, mas aconteceu isso. Temos nossa parcela de culpa também, todo mundo é homem, mas pagamos por outras coisas, de diretoria, jogadores demais – diz o zagueiro, que tem passagens por Cruzeiro e Sport. 
Para se manter na Série C do Campeonato Brasileiro, além de vencer os dois jogos que faltam, a Portuguesa depende dos resultados do Macaé – está a quatro pontos da equipe carioca no Grupo B. Mas já pode cair no próximo domingo, caso os cariocas ganhem do Juventude, fora de casa, ou a ela mesma não vença o Guaratinguetá, no Canindé. 
– Dá para ficar na Série C. Todo mundo tem acreditado, trabalhado, fazendo as coisas certas. Tem dia em que a bola não entra. Fizemos um bom primeiro tempo contra o Boa, mas parece que está zicado. É uma coisa inexplicável. O Macaé tem dois jogos difíceis, temos que acreditar. Temos chance ainda, vontade, determinação. Vamos lutar – diz Mateus.

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