Jogador de ascendência argelina se mostrou triste com não convocação e acredita que treinador não o chamou para Eurocopa por conta da onda extremista no país
Capa do Marca de quarta-feira destaca entrevista de Benzema (Foto: Reprodução/ Marca)
Se depender de Karím Benzema, a polêmica de sua não convocação para a Eurocopa deste ano está longe de acabar. Em entrevista ao jornal espanhol Marca, que vai às bancas nesta quarta-feira, o atleta do Real Madrid se mostrou descontente e decepcionado com a decisão do treinador Didier Deschamps, que não o colocou na lista alegando a acusação de envolvimento do atacante em caso de extorsão ao jogador Valbuena, que vem sendo julgada pela Justiça francesa. Segundo ele, a motivação para seu corte, na verdade, tem relação com a onda extremista no país.
- Ele cedeu à pressão de uma parte racista da França. Tem que saber que, na França, o partido extremista chegou à segunda fase das últimas eleições. Não sei, portanto, se é uma decisão apenas de Didier, porque me dou bem com ele, com o presidente. Bom, com todos - disse.
O jogador se refere ao partido Frente Nacional, que vem de bons resultados nas últimas eleições na França, pegando carona na onda extremista que vem tomando a Europa, e é acusado constantemente de racismo em direção à população imigrante do país. Benzema é de origem argelina, e já foi criticado por atitudes como não cantar o hino francês, na Copa de 2014, em protesto a xenofobia.
Benzema também questionou as alegações de que não é querido pelos torcedores, e citou sua forte presença nas redes sociais para justificar o contrário:
Para Benzema, Didier Deschamps cedeu a pressões racistas em decisão de não o chamar à Euro (Foto: Agência Reuters)
- Tenho mais de 40 milhões de fãs nas redes sociais e dizem que as pessoas não gostam de mim. Isso é ridículo. Houve muita pressão, certo, mas isso também é culpa de alguns jornalistas que falaram coisas na televisão que não são verdadeiras.
O jogador afirmou ainda que a não ida à Euro, que será realizada na França, é mais dura que a ausência na Copa do Mundo de 2010, quando foi cortado pelo treinador Raymond Domenech pelas acusações, á época, de envolvimento sexual com uma prostituta menor de idade.
- Teve o golpe na Copa da África do Sul, mas a Eurocopa em casa é mais duro. É umas das grandes decepções que tive, sem dúvida. Mas tenho que me levantar, porque quero chegar o mais longe possível em minha carreira - falou.
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