Um meia canhoto, que faz lançamentos, gosta de marcar gols, é titular na seleção brasileira sub-15 e foi capitão e camisa 10 na base do Vitória. Um atacante velocista, que joga mais pelos lados do campo, tem facilidade para encarar os zagueiros no mano a mano e gosta de driblar. Esses são Geovane, 17, e Ruan Café, 19, contratados pelo São Paulo após o clube do Morumbi ceder o atacante Kieza ao Vitória.
Ambos chegaram à capital paulista na última quarta para assinarem contrato de cinco anos. Por serem muito jovens, eles devem ser ser encaminhados para o centro de treinamento de Cotia e somente no futuro passarem para os profissionais, na Barra Funda.
Pouco conhecidos no futebol, o ESPN.com.br apresenta os reforços do time tricolor. Confira:
DA VIDA HUMILDE A CAPITÃO DO TIME
Geovane é de uma família muito simples e humilde. Nasceu em Paraíso, região que pertence à cidade de Jacobina, no interior da Bahia. Fã de futebol, decidiu arriscar e disputar uma peneira do Bahia aos 11 anos. Mal podia imaginar que daria certo.
Foi selecionado para integrar a base do time tricolor, mas a experiência não foi boa.
Muito jovem, Geovane não conseguiu se adaptar. Não podia morar no alojamento do clube, o que por lei só é permitido para jogadores a partir dos 14 anos. A família não tinha condições de se mudar para Salvador nem alugar uma casa para ele. O Bahia também não ofereceu buscar os pais do atleta para morar em Salvador. Então, o jovem tinha de viajar todos os dias de Jacobina para Salvador e vice-versa.
Desanimou e desistindo da chance.
Voltou para a terra natal, carregando com ele a história de que havia sido selecionado pela base do Bahia. Isso foi suficiente para tornar Geovane conhecido numa cidade de porte médio como Jacobina, com cerca de 80 mil habitantes.
A história do garoto chamou a atenção de João Paulo Sampaio, hoje funcionário da base do Palmeiras, mas na época coordenador da base do Vitória. Natural de Jacobina, o cartola quis conhecer o menino de perto e ficou impressionado com a categoria dele.
Sampaio fez um convite para que Geovane disputasse a peneira no Vitória com a promessa de que, caso o menino fosse aprovado, o clube rubro-negro faria um esforço para arrumar um emprego para o pai dele em Salvador. Foi o que aconteceu.
Aos 11 anos, Geovane tentou a segunda peneira em um grande clube e foi aprovado. Mudou-se para Salvador ao lado do pai e iniciou a trajetória no futebol. Era reserva no início, chegou a pensar em desistir, pediu para ir embora algumas vezes, mas o Vitória conseguiu contê-lo. Ofereceu o trabalho da psicologa do clube para auxiliá-lo.
O menino chegou ao time sub-15 mais confiante. Virou titular, mas não como meia esquerda e camisa 10, algo que seria no futuro, e sim como lateral esquerdo, camisa 6.
Geovane já exibia intimidade com a bola, gostava de atacar, mas jogava na defesa e não tinha tanta visibilidade. Tudo mudou após ele ser observado nos jogos por um diretor rubro-negro. O cartola sugeriu ao técnico da época que colocasse o jogador na meia, passando Padilha, então responsável pela armação, para a lateral esquerda.
A mudança foi aceita de imediato pelo treinandor e a partir daquele momento nunca mais alguém veria Geovane na lateral - nem Padilha na meia, pois ele continua lateral.
Ao chegar ao sub-15 do Vitória, Geovane já não lembrava mais o menino de 11 anos, intimidado com Salvador. Estava mais confiante, mais maduro e já era líder em campo. Também já demonstrava ter estilo de jogo sofisticado.
Ao chegar ao sub-17, a transformação se confirmou. Virou artilheiro e referência da equipe. Chegou até a ser observado por Vagner Mancini, treinador do profissional. Mostrou qualidades como explosão, com belas arrancadas, visão de jogo, com lançamentos de longa distância, passes em profundidades, tabelas, além de finalização, com chutes de fora da área, de dentro da área ou em bolas paradas.
Não foi a toa que ele liderou o time rubro-negro na conquista da Copa do Brasil sub-17, no ano passado. Titular, ele só não jogou a primeira partida da final contra o Botafogo - na única derrota do Vitória na competição. Fez oito jogos e quatro gols.
Talvez a torcida do São Paulo não se lembre, mas ele foi o camisa 10 no jogo no Morumbi, um empate por 3 a 3, com um gol dele, e no 0 a 0, em Salvador, nas quartas.
Presente nas seleções de base, ano passado Geovane defendeu a equipe sub-17 no Mundial da categoria, em outubro, no Chile - o Brasil caiu nas quartas de final.
Com 1,70 m, Geovane fazia um trabalho de reforço muscular no Vitória, pois o porte físico é um dos pontos fracos do meia. Deve continuar isso no São Paulo. É possível que nesse primeiro ano ele não faça exibições no time profissional.
Geovane na concentração da seleção brasileira sub-17
MAGRO, ABUSADO E PRECOCE
Ruan Café nasceu em uma cidade próxima a Salvador e famosa pelas romarias: Bom Jesus da Lapa. De origem igualmente humilde, o garoto arriscou-se muito cedo. Decidiu concorrer numa peneira realizada pelo Vitória na região e passou.
Aos 12 anos, ele foi para Salvador, sem medo, acompanhado pela família. Sempre jogou como atacante e mostrou mais habilidade em construir as jogadas do que em fazer gols. Dribles, lances bonitos e de efeito fazem parte do repertório de Café.
A evolução dele foi rápida na base do Vitória e isso fez com que ele saltasse as categorias rapidamente. Ingressou no sub-20 no início do ano passado, então com 18 anos. A diferença de idade, no entanto, fez com ele a ascensão dele fosse mais lenta.
Jogando ao lado de defensores um ou dois anos mais experientes e mais fortes fisicamentes, Café perdeu espaço no time titular e deixou de marcar com frequência.
Ano passado, ele participou do Campeonato Brasileiro sub-20, onde fez dez jogos (sendo que dois foram como titular) e não marcou gols. Também foi relacionado para um jogo da Copa do Brasil da categoria, mas não entrou em campo.
Ruan Café, de braços abertos, comemora gol
Neste ano, ele disputaria a Copa São Paulo de futebol júnior, mas não foi convocado porque negociava com a diretoria a renovação contratual. O vínculo dele terminaria ao final de maio e ele não houve acordo sobre os valores e tempo do novo vínculo. Ele chegou a receber uma proposta do Atlético-PR e só não deixou o clube devido ao interesse do São Paulo em contar com ele pelos próximos cinco anos.
Com 1,74 m de altura e bem magro, Ruan Café também fazia um trabalho especial de reforço muscular no Vitória, algo que deve continuar na base do São Paulo.
Ambos chegaram à capital paulista na última quarta para assinarem contrato de cinco anos. Por serem muito jovens, eles devem ser ser encaminhados para o centro de treinamento de Cotia e somente no futuro passarem para os profissionais, na Barra Funda.
Pouco conhecidos no futebol, o ESPN.com.br apresenta os reforços do time tricolor. Confira:
DA VIDA HUMILDE A CAPITÃO DO TIME
Geovane é de uma família muito simples e humilde. Nasceu em Paraíso, região que pertence à cidade de Jacobina, no interior da Bahia. Fã de futebol, decidiu arriscar e disputar uma peneira do Bahia aos 11 anos. Mal podia imaginar que daria certo.
Foi selecionado para integrar a base do time tricolor, mas a experiência não foi boa.
Muito jovem, Geovane não conseguiu se adaptar. Não podia morar no alojamento do clube, o que por lei só é permitido para jogadores a partir dos 14 anos. A família não tinha condições de se mudar para Salvador nem alugar uma casa para ele. O Bahia também não ofereceu buscar os pais do atleta para morar em Salvador. Então, o jovem tinha de viajar todos os dias de Jacobina para Salvador e vice-versa.
Desanimou e desistindo da chance.
Voltou para a terra natal, carregando com ele a história de que havia sido selecionado pela base do Bahia. Isso foi suficiente para tornar Geovane conhecido numa cidade de porte médio como Jacobina, com cerca de 80 mil habitantes.
A história do garoto chamou a atenção de João Paulo Sampaio, hoje funcionário da base do Palmeiras, mas na época coordenador da base do Vitória. Natural de Jacobina, o cartola quis conhecer o menino de perto e ficou impressionado com a categoria dele.
Sampaio fez um convite para que Geovane disputasse a peneira no Vitória com a promessa de que, caso o menino fosse aprovado, o clube rubro-negro faria um esforço para arrumar um emprego para o pai dele em Salvador. Foi o que aconteceu.
Aos 11 anos, Geovane tentou a segunda peneira em um grande clube e foi aprovado. Mudou-se para Salvador ao lado do pai e iniciou a trajetória no futebol. Era reserva no início, chegou a pensar em desistir, pediu para ir embora algumas vezes, mas o Vitória conseguiu contê-lo. Ofereceu o trabalho da psicologa do clube para auxiliá-lo.
O menino chegou ao time sub-15 mais confiante. Virou titular, mas não como meia esquerda e camisa 10, algo que seria no futuro, e sim como lateral esquerdo, camisa 6.
Geovane já exibia intimidade com a bola, gostava de atacar, mas jogava na defesa e não tinha tanta visibilidade. Tudo mudou após ele ser observado nos jogos por um diretor rubro-negro. O cartola sugeriu ao técnico da época que colocasse o jogador na meia, passando Padilha, então responsável pela armação, para a lateral esquerda.
A mudança foi aceita de imediato pelo treinandor e a partir daquele momento nunca mais alguém veria Geovane na lateral - nem Padilha na meia, pois ele continua lateral.
Ao chegar ao sub-15 do Vitória, Geovane já não lembrava mais o menino de 11 anos, intimidado com Salvador. Estava mais confiante, mais maduro e já era líder em campo. Também já demonstrava ter estilo de jogo sofisticado.
Ao chegar ao sub-17, a transformação se confirmou. Virou artilheiro e referência da equipe. Chegou até a ser observado por Vagner Mancini, treinador do profissional. Mostrou qualidades como explosão, com belas arrancadas, visão de jogo, com lançamentos de longa distância, passes em profundidades, tabelas, além de finalização, com chutes de fora da área, de dentro da área ou em bolas paradas.
Não foi a toa que ele liderou o time rubro-negro na conquista da Copa do Brasil sub-17, no ano passado. Titular, ele só não jogou a primeira partida da final contra o Botafogo - na única derrota do Vitória na competição. Fez oito jogos e quatro gols.
Talvez a torcida do São Paulo não se lembre, mas ele foi o camisa 10 no jogo no Morumbi, um empate por 3 a 3, com um gol dele, e no 0 a 0, em Salvador, nas quartas.
Presente nas seleções de base, ano passado Geovane defendeu a equipe sub-17 no Mundial da categoria, em outubro, no Chile - o Brasil caiu nas quartas de final.
Com 1,70 m, Geovane fazia um trabalho de reforço muscular no Vitória, pois o porte físico é um dos pontos fracos do meia. Deve continuar isso no São Paulo. É possível que nesse primeiro ano ele não faça exibições no time profissional.
Geovane na concentração da seleção brasileira sub-17
MAGRO, ABUSADO E PRECOCE
Ruan Café nasceu em uma cidade próxima a Salvador e famosa pelas romarias: Bom Jesus da Lapa. De origem igualmente humilde, o garoto arriscou-se muito cedo. Decidiu concorrer numa peneira realizada pelo Vitória na região e passou.
Aos 12 anos, ele foi para Salvador, sem medo, acompanhado pela família. Sempre jogou como atacante e mostrou mais habilidade em construir as jogadas do que em fazer gols. Dribles, lances bonitos e de efeito fazem parte do repertório de Café.
A evolução dele foi rápida na base do Vitória e isso fez com que ele saltasse as categorias rapidamente. Ingressou no sub-20 no início do ano passado, então com 18 anos. A diferença de idade, no entanto, fez com ele a ascensão dele fosse mais lenta.
Jogando ao lado de defensores um ou dois anos mais experientes e mais fortes fisicamentes, Café perdeu espaço no time titular e deixou de marcar com frequência.
Ano passado, ele participou do Campeonato Brasileiro sub-20, onde fez dez jogos (sendo que dois foram como titular) e não marcou gols. Também foi relacionado para um jogo da Copa do Brasil da categoria, mas não entrou em campo.
Ruan Café, de braços abertos, comemora gol
Neste ano, ele disputaria a Copa São Paulo de futebol júnior, mas não foi convocado porque negociava com a diretoria a renovação contratual. O vínculo dele terminaria ao final de maio e ele não houve acordo sobre os valores e tempo do novo vínculo. Ele chegou a receber uma proposta do Atlético-PR e só não deixou o clube devido ao interesse do São Paulo em contar com ele pelos próximos cinco anos.
Com 1,74 m de altura e bem magro, Ruan Café também fazia um trabalho especial de reforço muscular no Vitória, algo que deve continuar na base do São Paulo.
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