Ex-procurador do meia, Wilson Bonetti diz que dinheiro de parceria com empresário do Uzbequistão era enviado à conta do pentacampeão e põe em dúvida repasse ao Sapo
Rivaldo é acusado de ocultar parceria que rendeu R$ 3,4 mi ao Mogi (Foto: Reprodução / Facebook)
Rivaldo está envolvido em mais uma polêmica no Mogi Mirim. Mesmo fora da presidência do clube há oito meses, o pentacampeão é alvo de uma denúncia feita por seu ex-procurador e também ex-vice-presidente, Wilson Bonetti. O craque é acusado de receber, em sua conta pessoal, dinheiro oriundo de uma parceria entre o Sapo e um empresário do Uzbequistão. O repasse desta verba para o clube é colocado em dúvida pelo denunciante. O valor, de acordo com o depoimento, chega a R$ 3,4 milhões. A informação foi publicada no jornal O Popular.
Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, o advogado de Rivaldo, Dante Betellen, disse que não vai se pronunciar pois a quebra de sigilo ainda sequer foi analisada pela juíza do caso – uma posição deve sair em até 20 dias. O representante legal do ex-jogador informou também que ele entregou mais de mil documentos que comprovam a falta de irregularidade no processo. Os arquivos serão analisados.
Ex-sócios do Mogi cobram de Rivaldo a devolução dos dois centros de treinamento ao clube, transferidos ao nome do ex-presidente como forma de ressarcimento do valor investido durante os anos que ele esteve no comando do Sapo. Eles pedem à Justiça, como forma de comprovar a denúncia, a quebra dos sigilos bancário e fiscal do pentacampeão dos últimos cinco anos, e também da esposa Eliza Kaminski Ferreira, que na última gestão ocupou o cargo de vice-presidente. Ainda foi pedido pesquisa via Banco Central dos extratos bancários do Mogi Mirim desde outubro de 2008.
A petição foi incluída no processo movido pelos sócios em relação aos CTs, em que Bonetti é co-réu e fez a denúncia em seu depoimento de defesa. A expectativa é para que seja expedido um ofício via Ministério Público e Receita Federal para apuração de eventuais crimes, que vão de apropriação indébita e estelionato.
Rivaldo chegou a acompanhar o Mogi após renunciar ao cargo de presidente do clube (Foto: Marcelo Gotti/ Mogi Mirim)
De acordo com Bonetti, apenas ele e Rivaldo sabiam da existência desta parceria entre Mogi e Zeromax GMBH, empresa do Uzbequistão e de propriedade de Miradil Djalalov, que era também o principal investidor do Bunyodkor, clube pelo qual o ex-meia atuou entre os anos de 2008 e 2010. No contrato estava previsto repasse mensal de valores para o clube em troca de 50% dos direitos econômicos de jogadores do Mogi que fossem negociados entre 2009 e 2011, período de vigência do vínculo.
A parceria, segundo Bonetti, foi o motivo para Rivaldo se comprometer a não dilapidar o patrimônio do clube. Em 2014, porém, o ex-meia foi acusado de transferir para o próprio nome os CTs para abater a dívida de R$ 12 milhões do Sapo com ele, o que descumpriria o acordo. Em julho de 2015, o pentacampeão renunciou à presidência e passou o comando a Luiz Henrique de Oliveira.
O Mogi assumiu uma nova dívida de R$ 10,9 milhões a ser paga em 11 anos. Uma parcela, de R$ 500 mil, aliás, foi paga há pouco tempo. Os denunciantes pediram o bloqueio do valor até o esclarecimento do caso.
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