Representantes de 32 equipes do continente se reúnem em São Paulo para avançar na formação de uma liga que pretende confrontar a Conmebol
A principal reivindicação, por enquanto, é com relação aos contratos comerciais da confederação sul-americana. Os clubes querem ter acesso aos documentos para que possam pleitear uma divisão mais vantajosa das receitas.
Foi a terceira reunião – a primeira havia sido realizada em Montevidéu, a segunda em Buenos Aires –, e contou com a presença maciça dos maiores clubes brasileiros: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Internacional.
Dirigentes de 32 clubes sul-americanos se reuniram no Morumbi nesta quinta-feira (Foto: Leonardo Lourenço)
Já há uma primeira minuta do estatuto da Liga Sul-Americana de Clubes de Futebol, como vem sendo chamada a organização. Na véspera do encontro no Morumbi, advogados dos clubes nacionais se reuniram no Parque São Jorge para analisar o documento e sugeriram mudanças. Eles também defendem que a sede da entidade seja no Brasil, em São Paulo ou Porto Alegre.
Durante o evento, os cartolas defenderam e celebraram a união das equipes – entre as que estiveram presentes, 18 têm títulos da Libertadores, como Boca Junios, River Plate, Peñarol, Nacional-URU, Olimpia e Colo-Colo.
– Assim temos uma força maior junto à Conmebol. Queremos trazer para o continente a transparência. Mas primeiro precisamos nos unir – afirmou o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade.
– É um movimento que está crescendo. É importante aproveitar que de toda crise nasce uma oportunidade. Há uma crise institucional, tanto na Fifa como na Conmebol – afirmou o presidente do Boca, Daniel Angelici.
A avaliação é de que o momento é o mais propício para fortalecer os clubes. No último ano a Conmebol teve três presidentes, dois deles presos – Nicolas Leoz e Eugenio Figueiredo – após investigações da Justiça americana nas principais instituições do futebol. Desde janeiro, a Conmebol é presidida pelo paraguaio Alejandro Domínguez.
A organização dos clubes deu resultado no começo da temporada. Em fevereiro, a confederação sul-americana anunciou aumento na premiação da Libertadores, que passou de US$ 300 mil para US$ 600 por jogo como mandante na primeira fase do torneio.
– Os clubes são os principais atores. Celebro a formação desta Liga. Vamos avançar, já conquistamos coisas importantes, como o aumento dos prêmios. A maior parte do dinheiro tem que ser dos clubes, que é quem forma os jogadores – completou Angelici.
– É o momento de os clubes protagonizarem o futebol, temos que ser protagonistas – concordou o presidente do Santos, Modesto Roma Júnior.
Ainda não há data para uma nova reunião nem prazo para que a Liga seja constituída de fato.
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