quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

CBF e Conmebol cogitam votar em xeque Salman para presidente da Fifa

Entidades estariam vendo barenita como favorito; há menos de um mês, dirigentes sul-americanos revelaram voto em Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa

Sheik Salman bin Ebrahim Al-Khalifa candidato presidência da Fifa (Foto: Reuters)O xeque Salman pode ser o escolhido da CBF para assumir a presidência da Fifa (Foto: Reuters)
No dia 28 de janeiro, um curto comunicado no site da Conmebol anunciava: os 10 votos da confederação na eleição da Fifa seriam dados ao suíço Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa e ex-braço direito de Michel Platini, que ficou proibido de concorrer ao ser suspenso pelo Comitê de Ética da Fifa. Em 24 de fevereiro, dois dias antes da eleição, o xeque do Bahrein, Salman Ibrahim Al-Khalifa, parece ter seduzido a cartolagem sul-americana - CBF incluída. 

Ninguém afirma publicamente que vai trocar de candidato, mas vários já admitem a possibilidade de votar no barenita. Ao contrário de outros concorrentes, como o francês Jérôme Champagne, o príncipe Ali Bin Al-Hussein da Jordânia e o próprio Infantino, que lançaram sites, deram entrevistas e fizeram campanha publicamente, o xeque Salman operou nas sombras.

Qual é a plataforma de campanha do Xeque Salman? O que ele promete em troca de apoio? Essas duas perguntas foram feitas a dirigentes sul-americanos, que responderam em condição de anonimato.

- Ele oferece a possibilidade de estar no lado vencedor da eleição. E ninguém quer estar do lado que vai perder - resume um dirigente com vasta milhagem entre a América do Sul a Zurique.

O candidato barenita ganhou status de favorito na eleição por meio do Xeque Ahmad Al-Fahad Al-Sabah, do Kuwait, integrante do Comitê Executivo da Fifa e também presidente do Conselho Olímpico Asiático. Ele também foi o principal operador da eleição de Thomas Bach para a presidência do Comitê Olímpico Internacional em 2013.

O xeque Salman é presidente da AFC, a Confederação Asiática de Futebol, e conta com o apoio (ao menos declarado) de seus 46 integrantes. A Confederação Africana de Futebol também recomendou o voto em Salman a seus 54 filiados. Na teoria, são 100 votos - embora seja impossível a esta altura prever o número de deserções e mudanças de ideia de última hora.

Num universo de 209 votos, os 10 da Conmebol podem parecer pouco. Mas o peso da confederação que detém oito títulos mundiais e quatro vagas diretas (e uma na repescagam) na Copa do Mundo não é desprezado por candidato nenhum.

Nos últimos meses, o GloboEsporte.com entrevistou Champagne, Infantino e Ali. Por essas entrevistas é possível saber, por exemplo, que Champagne defende mecanismos de equilíbrio financeiro entre os clubes, que Infantino quer uma Copa com 40 seleções e que Ali prega um limite de dois mandatos para o presidente. O sul-africano Tokyo Sexwale é o outro candidato inscrito nas eleições, mas já admitiu que deve abrir mão de concorrer para formar uma aliança.

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