Caso decisão seja sancionada, dirigente será afastado de suas funções por 90 dias, após ter sido denunciado pelo Ministério Público da Suíça
Suspensão é resultado de investigação do Ministério Público Suíço (Foto: Reuters)
O Comitê de Ética da Fifa recomendou a suspensão provisória do presidente da Fifa, Joseph Blatter, pelos próximos 90 dias, informou a emissora inglesa “Sky Sports” na tarde desta quarta-feira. O juiz Hans-Joachim Eckert ainda precisaria sancionar a decisão e, nesse caso, o camaronês Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), poderia assumir o posto de forma interina. A informação não é oficial e veio a público através de Klaus Stoehlker, amigo de Blatter.
De acordo com a emissora britânica e com o jornal "The Independent" (que publicou a notícia logo depois), o comitê tomou a decisão com base nas recentes denúncias feitas pelo Ministério Público Suíço contra Blatter. Klaus Stoehlker descreveu o veredito como pendente, o que deixaria o afastamento ainda em aberto, e disse que nada foi provado contra o presidente da Fifa até o momento. O advogado do dirigente afirmou ao jornal "New York Times" que não recebeu nenhuma notificação sobre qualquer punição.
- O senhor Blatter não foi notificado de nenhuma ação do Comitê de Ética e nós esperaríamos ter a oportunidade de sermos ouvidos antes de qualquer decisão ser tomada - disse Richard Cullen, advogado de Blatter.
Em contato com o GloboEsporte.com, Marc Tenbünken, porta-voz da Câmara Decisória do Comitê de Ética da Fifa, disse que não poderia comentar a movimentação do órgão em razão de um artigo do regimento da entidade.
- Não vamos comentar. O artigo 36 do código de ética da Fifa nos impede de comentar procedimentos que estejam em curso. Gostaríamos de mudar isso, de forma a podermos falar mais abertamente sobre nossas atividades. Mas essa discussão foi adiada para as próximas reuniões do Comitê Executivo da Fifa, em dezembro.
- Não vamos comentar. O artigo 36 do código de ética da Fifa nos impede de comentar procedimentos que estejam em curso. Gostaríamos de mudar isso, de forma a podermos falar mais abertamente sobre nossas atividades. Mas essa discussão foi adiada para as próximas reuniões do Comitê Executivo da Fifa, em dezembro.
Blatter se pronunciou nesta quarta-feira justamente para garantir que não deixará a presidência da Fifa antes do dia 26 de fevereiro, data marcada para a eleição que definirá um novo presidente para a entidade. Ele sofre uma pressão exercida por patrocinadores para que largue o cargo antes do previsto.
- Eu lhe asseguro que vou parar no dia 26 de fevereiro de 2016. Então, eu vou terminar, mas não será um dia antes. Até lá, teremos encontrado um bom candidato, que será um grande novo presidente – disse Blatter, durante a entrevista à revista alemã “Bunte”.
Mesmo se a suspensão for sancionada por Hans-Joachim Eckert, responsável por decidir casos em que o código de ética da Fifa é violado, o dirigente suíço poderia voltar ao cargo a tempo da eleição. O próprio Blatter marcou o novo pleito, abrindo mão de completar o quinto mandato à frente da Fifa, após estourar um grande escândalo de corrupção na entidade.
Caso decisão seja sancionada, presidente da Confederação Africana de Futebol deve assumir o cargo (Foto: Reuters)
Na última sexta-feira, a Coca-Cola, patrocinadora da Fifa, iniciou o seu protesto ao exigir publicamente a renúncia imediata do presidente da Fifa e foi seguida por outras três marcas: McDonald's, Visa e Budweiser. A empresa de bebidas acredita que a saída do suíço, envolvido em escândalos de corrupção, iria iniciar um processo de reforma sustentável na entidade máxima do futebol.
Isso acontece porque Blatter está sob investigação do Ministério Público da Suíça, acusado de gestão fraudulenta e apropriação indébita. Além disso, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, está afastado de suas funções, acusado de participar de um esquema ilegal de venda de ingressos. Dois ex-vice-presidentes da Fifa (Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb) foram presos pelo FBI em maio.
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