sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Argel explica saída do Figueira: "Não tenho direito de negar convite do Inter"

Técnico explica proposta irrecusável do time gaúcho e garante não ter medo de voltar para uma de suas "casas"; Argel será apresentado nesta sexta à tarde

Depois de um ano e menos de um mês de trabalho pelo Figueirense, Argel Fucks confirmou que é o novo técnico do Internacional. O acordo, selado nesta quinta-feira, tem duração até 31 de dezembro de 2016, e entra em vigor a partir desta sexta, quando o gaúcho de 41 anos inicia as atividades em Porto Alegre. E, como sempre foi na equipe catarinense, Argel garantiu que será no novo desafio, considerado irrecusável: enérgico.

A quinta-feira foi longa para o novo técnico colorado. Segundo ele, iniciou logo na primeira hora da manhã, pouco depois da derrota do Figueirense para o São Paulo, com a ligação do vice-presidente de futebol, Carlos Pellegrini, solicitando o encontro em Florianópolis. Perto das 11h40, o dirigente do clube gaúcho chegou a um hotel localizado na Beira-Mar Norte.
argel fucks internacional inter figueirense (Foto: Renan Koerich/GloboEsporte.com) 
Argel explica saída do Figueirense em coletiva
 (Foto: Renan Koerich/GloboEsporte.com)
Diante da repercussão do possível acerto, a dupla decidiu ir ao bairro Santo Antônio de Lisboa, no Norte da capital catarinense. Por lá, um almoço de pouco menos de quatro horas e a definição: Argel seria o novo técnico do Internacional. O gaúcho de Santa Rosa, ex-zagueiro revelado pelo Colorado, agora está de volta para “casa”, como bem disse na noite desta quinta-feira, no CFT do Cambirela, em Palhoça.

- Veja bem, você não tem o direito de negar o convite do Internacional. Um clube que sou identificado, que me levou até a seleção brasileira e até a jogar fora do país. E realmente a proposta é irrecusável, em termos profissionais, financeiros e no tempo de contrato. Fizemos contrato até 31 de dezembro de 2016. Existe um planejamento, claro que o treinador depende muito de resultados, mas é um desafio novo e uma forma muito diferente, um patamar diferente. E eu me preparei para isso, estou voltando a uma casa onde fui muito feliz - disse Argel. 

É um desafio novo e uma forma muito diferente, um patamar diferente. E eu me preparei para isso, estou voltando a uma casa em que fui muito feliz
Argel Fucks
Em seguida, depois de reunião com Pellegrini, um novo encontro definitivo. Desta vez, com o presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger. No centro de treinamentos do clube catarinense, Argel passou a ex-técnico do Alvinegro de Florianópolis.

- O Argel teve esse encontro e após disso, em torno de 16h, ele me comunicou e viemos aqui para o CT conversar. Infelizmente, a proposta que ele recebeu o Figueirense não tem como bancar. A proposta é de um patamar que, infelizmente, não podemos bancar. Foge ao nosso orçamento e liberamos o Argel - salientou Wilfredo Brillinger.

Depois de uma despedida a portões fechados, e bastante emotiva, com o grupo de jogadores do Figueirense, Argel deixa Florianópolis na manhã desta sexta-feira para ser apresentado de forma oficial ao Colorado no começo da tarde. O treinador comanda o Inter no domingo, no Mineirão, às 16h, pela 19ª rodada.

Pelo Figueirense, foram 74 jogos, 31 vitórias, 21 empates e 21 derrotas em 385 dias de trabalho (51,35% de aproveitamento) – ele foi apresentado para dar início a sua segunda passagem pelo clube no dia 24 de julho de 2014.
> Veja mais trechos da coletiva:
Contatos com o Inter
- Apresentação deve ser amanhã à tarde, para sexta à tarde comandar o treinamento. Quero deixar bem claro, que o Carlos Pelegrinni acabou me ligando por volta da 1h30 da manhã (de quinta) e aí sim aconteceu o contato oficial. Até aquele momento não teve um contato. Então o presidente do Inter delegou essa ordem para o Carlos Pellegrini e acabamos almoçando juntos, conversamos sobre futebol. Eu já conhecia o Carlos há algum tempo e trocamos ideias para chegar a um denominador comum.

Convite de voltar ao Inter
- Veja bem, você não tem o direito de negar o convite do Internacional. Um clube que sou identificado, que me levou até a seleção brasileira e até a jogar fora do país. E realmente a proposta é irrecusável, em termos profissionais, financeiros e no tempo de contrato. Fizemos contrato até 31 de dezembro de 2016. Existe um planejamento, claro que o treinador depende muito de resultados, mas é um desafio novo e uma forma muito diferente, um patamar diferente. E eu me preparei para isso, estou voltando a uma casa onde fui muito feliz.
 
O desafio

Um treinador depende muito do resultado. É um namoro que já vem há muito tempo e agora aconteceu o casamento. É um desafio novo, uma forma diferente, um patamar diferente. E eu me preparei para isso, estou há oito anos como treinador profissional. Fui muito feliz no Figueirense, conquistei bons resultados e o futebol é uma coisa muito dinâmica, o Internacional é um time de ponta do futebol brasileiro. E por eu ter vivido lá, dormido cinco anos como atleta embaixo das arquibancadas, eu conheço muito bem. É um desafio gostoso.

Vestiário colorado
Eu conheço muito bem. Vamos fazer um trabalho com calma e muito foco, um desfio gostoso, os jogadores conhecem a nossa forma de trabalhar. A maioria do vestiário me conhece muito e as coisas aconteceram de uma forma muito rápida. Olha um vestiário normal, conheço muito bem os jogadores que estão lá. Alguns até Jogaram comigo, que é o caso do Dida. Temos praticamente a mesma idade. Acredito que pelo conhecimento da casa e do clube, do staff que a gente tem, não tenho problema nenhum, que a convivência vai ser muito profissional e será muito tranquila.

Farpas com o D’Alessandro em 2010
- Quando eu estou trabalhando, eu visto a camisa da equipe. É corpo e alma. Será ainda mais uma equipe que eu comecei. Faz parte do futebol você discutir, cada um briga pelo seu lado. Eu conheço muito bem o D’Alessandro. Ele é importantíssimo, é o capitão do clube, um jogador que eu conto muito. E eu gosto desse perfil, gosto da personalidade e do sangue quente. Será assim com D’Alessandro e com qualquer outro jogador.

E a fase do Internacional?
- Estou acostumado. Para mim é normal, como a gente chegou no ano passado, no Figueirense estava na parte de baixo e conseguimos transformar todo mundo para a equipe ficar muito forte dentro de casa. Esse ano perdemos dois jogos dentro de casa, estou acostumado com essa cobrança. Nunca foram me contratar como uma equipe vai bem. Acho que o Internacional não está tão mal assim, não acabou o mundo. O Internacional tem uma Copa do Brasil e Brasileirão. Na Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores. Vamos arregaçar a manga e trabalhar, vai ser jogo a jogo. Sou da aldeia, como agente fala, conheço muito bem esse clube, não vou ter o problema dos ídolos. Se fala muito dos ídolos como treinador, não sou um grande ídolo como foi o Fernandão, o Falcão ou o Taffarel. Vamos recuperar e formar um time copeiro, aguerrido para a qualidade técnica.

Pressão por ser visto como “aposta”?
- Veja bem para mim é um fato novo isso. Eu olhei as estatísticas, e acompanhando as redes sociais, há um apelo muito grande por parte dos torcedores pela minha chegada. Se você é aposta ou não, só o tempo que vai dizer. É ver o meu currículo e onde trabalhei. Eu vejo um apelo muito grande por parte da torcida do Inter, de ter um treinador do meu perfil com a nossa simplicidade e conhecer o clube. Eu vejo que a gente chega com um respaldo muito grande, principalmente da diretoria e do torcedor, ainda mais do torcedor.

Adeus ao Figueirense
- Claro que não posso esquecer do s meus jogadores, dos meus soldadinhos, como sempre gostamos de falar, se hoje recebi uma proposta de um clube top do futebol brasileiro é pelo que esses jogadores fizeram por mim. Esses jogadores jogaram com uma dedicação espetacular. Quero agradecer muito a torcida do Figueira, que tivemos uma química muito boa. Conseguimos mudar um pouca forma das pessoas pensarem sobre o nosso trabalho. As pessoas entenderam que eu visto a camisa desse clube, vou defender esse clube com unhas e dentes. Agradeci os jogadores e foram eles que foram os meus “empresários” de me colocar no time de ponta. Fico muito agradecido, meu coração está partido, mas deixo o clube de portas abertas. Sou muito identificado com o clube, continuo em Floripa sendo preto e branco

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