Presidente da federação da Bolívia, Carlos Chávez, é suspeito de desviar renda de
partida voltada para ajudar a família de Kevin Espada, morto em jogo do Corinthians
Chavez, tesoureiro da Conmebol, diz que acusações são sem pé nem cabeça (Foto: Divulgação / Conmebol)
Em meio a uma crise de corrupção nas altas esferas do
futebol, o presidente da Federação Boliviana de Futebol (FBF) e tesoureiro da
Conmebol, Carlos Chávez, corre o risco de ser condenado à prisão. Ele é
suspeito de ter desviado dinheiro da venda de ingressos de um amistoso entre Brasil
e Bolívia, em abril de 2013, que supostamente deveria servir para ajudar a família
de Kevin Espada, torcedor que morreu ao ser atingido por um rojão durante a
partida entre Corinthians e San José, em Oruro, na edição daquele ano pela Taça
Libertadores da América.
No início da semana, o
procurador-geral da Bolívia, Ramiro
Guerrero, disse que o juiz Roberto Valdivieso determinou a prisão
preventiva do
presidente da Federação Boliviana de Futebol - o secretário-executivo da
FBF,
Alberto Lozada, também foi condenado a prisão domiciliar. Só que o
cartola se defendeu,
em entrevista ao jornal local “La Razon”, dizendo que são acusações “sem
pé nem cabeça” e negou a intenção de destinar parte da renda do
amistoso à família do garoto.
- Quatro meses antes do lamentável acontecimento da morte do
menino Kevin, anunciamos o amistoso. O acordo entre a Federação de Futebol da
Bolívia e a Confederação Brasileira de Futebol foi claramente estipulado segundo
os acordos de partidas internacionais. Se houvesse sido em benefício à família Beltran,
estaria nos documentos da época e entregaríamos o dinheiro para a família, mas
não foi assim - se explicou Carlos Chávez.
Promotoria diz que dinheiro deveria ter ido para família de Kevin Espada;
cartola nega (Foto: Leandro Canônico)
Na época do amistoso, foi noticiado que a Federação
Boliviana de Futebol (FBF) doaria à família US$ 21,5 mil (R$ 70 mil nos valores
atuais ou R$ 43 mil da época), o que corresponde a menos de 5% da arrecadação
total de US$ 550 mil (R$ 1,8 milhão atuais ou R$ 1 milhão da época. Segundo Carlos
Chávez, era essa a intenção inicial, mas não foi possível.
- Tentamos aprovar no Comitê Executivo para poder entregar
parte das receitas à família Beltran, mas ela não aceitou. O que sabemos é que
o Corinthians chegou a um acordo quanto à parte econômica, o que me pareceu
muito bom – completou o dirigente.
Segundo a agência
"Efe", o promotor Ivan Montellano disse que existem cheques emitidos
para Lozada e seu filho, “sem nenhuma justificativa”. Além disso,
acrescentou o dinheiro do amistoso serviu para pagar funcionários da FBF
e revelou.
- Na realidade, o Brasil jogou de graça
para ajudar a família de Kevin. No entanto, Carlos Chávez e outros
dirigentes abusaram dessa boa vontade e das pessoas que pagaram seus
ingressos.
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