Em jogo de seis gols, seleção brasileira bate as mexicanas por 4 a 2 com dois gols da zagueira e se garante na decisão do Pan. Colômbia será a rival da final no sábado
As meninas do Brasil estão a uma partida de retomar a hegemonia dos Jogos Pan-Americanos. Com gols de Cristiane, seu sétimo no Pan, Rafaelle (duas vezes) e Romero contra, a seleção brasileira venceu o México por 4 a 2, confirmou seu favoritismo e avançou à final da competição em Toronto, no Canadá. Campeãs em 2003 e 2007, elas ficaram com a prata em Guadalajara 2011, quando perderam a decisão nos pênaltis para as canadenses. Não terão a chance de dar o troco, porém, já que as anfitriãs perderam na outra semifinal para a Colômbia, por 1 a 0. A grande final acontece no sábado, às 19h35, em Hamilton, cidade vizinha a Toronto.
Andressa Alves, Cristiane e Andressinha comemoram o primeiro
gol do Brasil contra o México (Foto: Danilo Borges/ME)
Apesar do triunfo, o jogo não foi fácil. O Brasil saiu na frente abrindo 1 a 0, levou o empate e depois chegou a abrir 3 a 1. As mexicanas descontaram de novo, mas a seleção, em apenas dois minutos, tornou a ampliar sua vantagem. Artilheira do Pan com sete gols, Cristiane marcou o seu, mas perdeu boas chances, uma, inclusive, já dentro da pequena área, colada na trave da goleira Tajonar, em lance inacreditável. Luciana, contra, e Nayeli Rangel fizeram os gols do México.
seis gols e falhas dos dois lados
Cristiane em ação contra três mexicanas: atacante perdeu gol incrível (Foto: Danilo Borges/ME)
A
seleção brasileira não poderia começar melhor. No primeiro lance de
ataque, Raquel cruzou da direita e encontrou Cristiane livre. A camisa
11 do Brasil só teve o trabalho de testar para o gol e fazer 1 a 0 aos
três minutos. Cinco minutos depois, o México quase chegou ao empate. As
mexicanas chegaram a marcar com Ocampo batendo da entrada da área, mas a
arbitragem marcou impedimento no lançamento. Aos 10, Andressinha bateu
falta perto da meia-lua com perigo, mas a goleira Tajonar defendeu.
Mandando no jogo, o Brasil tinha 71% de posse de bola com 19 minutos
jogados. O México só chegava na bola parada. E foi assim que aos 25 minutos empatou o jogo. Ruiz cobrou escanteio pela direita, Mayor cabeceou sem jeito para o gol de Luciana, a goleira do Brasil se enrolou com Fabiana e deixou a bola morrer no gol do Brasil: 1 a 1. Ela já havia falhado no Mundial, contra a Austrália, quando o Brasil foi eliminado nas quartas de final. Aos 34, Cristiane quase marcou de novo depois de cruzamento de Tamires da esquerda, mas a cabeçada foi para fora. Cinco minutos depois, Cristiane perdeu a chance do desempate sozinha, na pequena área, ao cabecear por cima do gol o cruzamento de Raquel. A pressão brasileira surtiu efeito aos 45 minutos. Andressinha alçou na área em jogada ensaiada, Formiga cabeceou e o travessão. Rafaelle, no rebote, bateu de chapa com força: 2 a 1.
Querendo resolver logo o jogo, a seleção brasileira voltou para o segundo tempo voando. No primeiro minuto, surpreendendo o México, Fabiana arrancou pela direita, foi até a linha de fundo e cruzou para Raquel. Ela escorou de primeira. Romero fez o corte, mas a bola sobrou para Andressa Alves. A atacante chutou e a própria Romero fez gol contra: 3 a 1. Apesar da diferença no placar, o México não desistiu do jogo. E chegou ao seu segundo gol aos 25 minutos. Em cobrança de falta, a zaga do Brasil não afastou o perigo e Nayeli bateu forte de canhota para diminuir.
Dois minutos depois, porém, Rafaelle tornou a aumentar a vantagem brasileira. Em jogada de bola parada pela esquerda, Rafaelle desviou de cabeça e viu a bola entrar lentamente no canto esquerdo de Tajonar, seu segundo gol na partida. Apenas um minuto depois, Cristiane perdeu gol impressionante para o Brasil. Andressinha cruzou, a atacante acertou a trave já dentro da pequena área, e a bola voltou na sua cabeça, tocou novamente na trave e saiu. Impressionante! O gol perdido, porém, não fez falta, e o Brasil venceu por 4 a 2.
Rafaelle celebra, Vadão aponta os erros
Artilheira da partida, Rafaelle celebrou o fato de não
voltar para casa de mãos vazias. Depois da decepção no Mundial, a boa campanha
no Pan devolve o sorriso no rosto das jogadores brasileiras. A zagueira
comentou ainda o bom aproveitamento no ataque.
- Temos a função de não deixar fazer gol e você conseguir
marcar e ainda dois, e ajudar o seu time, é muito bom. Agora, estamos na final, temos a medalha
garantida. Então, o sentimento é demais, não tenho como descrever. Nos Estados
Unidos, pelo meu time, já tinha feito até três gols em um jogo, mas na Seleção
é a primeira vez. E lá eu jogava um pouco mais na frente. Como zagueira, nunca
tinha feito.
Vadão optou por analisar a partida e alertou para os vacilos
defensivos, que colocaram a vitória em risco ao longo dos 90 minutos.
- O jogo foi difícil, mas tivemos muitas chances para o jogo
não ser dramático. Quando estávamos tranquilos, sofremos gols. Em lances
curiosos até. Essas bolas lançadas do meio-campo treinamos muito, mas demos
chances da bola cair dentro da área. Serve de sinal de alerta, pois erramos e
deixamos a partida mais difícil. De resto, fizemos de tudo, poderíamos ter
ampliado, colocamos bola na trave. Então, fico feliz pelo desempenho da equipe.
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