Auditor do STJD vai entregar na quinta-feira relatório para procuradoria sobre suposto racismo de Arthur Nory, Fellipe Arakawa e Henrique Flores contra Angelo Assumpção
Angelo Assumpção deixa o local na garupa de uma moto (Foto: Thales Soares)
O suposto caso de racismo a Angelo Assumpção na seleção brasileira masculina de ginástica artística teve mais um capítulo nesta terça-feira. Depois de divulgarem um vídeo com o que alegaram ser uma "brincadeira", Arthur Nory, Fellipe Arakawa e Henrique Flores compareceram à sede do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, para prestar esclarecimentos e foram interrogados pelo auditor Felipe Bevilacqua. A vítima também foi ouvida. O trio está suspenso preventivamente das atividades da equipe nacional, deixou os treinos da seleção no CT da Barra da Tijuca, e, inclusive, perdeu incentivos e bolsas. Tudo isso por um período de 30 dias ou até decisão final sobre o caso. Os atletas deixaram o STJD sem falar com a imprensa. O próximo passo será a entrega do relatório à procuradoria na quinta-feira. No início da próxima semana, deve ser anunciada a decisão sobre uma denúncia ou não dos atletas.
Arthur, Fellipe e Henrique, que é enteado do técnico Marcos Goto, chegaram ao STJD por volta das 14h (de Brasília), acompanhados pelo advogado Erico Mesquita. Uma hora depois, começaram a ser ouvidos. Angelo chegou somente às 17h. Estava treinando no CT da Barra e alegou que só na tarde desta terça foi informado de que deveria comparecer ao tribunal. Segundo o auditor, o e-mail do atleta estava com problema, e um contato foi feito por telefone para que ele comparecesse ao STJD.
- Quando recebi a relatoria, pedi a oitiva dos três ofensores e do ofendido. A intimação é feita por e-mail, e parece que o dele estava com problema. Acho que o Arthur Nory é do mesmo clube (Pinheiros) e havia um coordenador técnico dele aqui, que operou a vinda do Ângelo ainda em tempo - explicou o auditor.
Angelo Assumpção abraça Fellipe na saída do STJD depois dos depoimentos (Foto: Thales Soares)
A denúncia dos atletas pode ser feita pelo próprio tribunal ou ficar nas mãos da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Vai depender do entendimento da procuradoria sobre se o fato ocorreu em um evento relacionado a uma competição ou não. Na época, a seleção brasileira estava em Portugal para as últimas avaliações antes da definição da equipe para os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho.
- Foi importante para que eles dessem a versão deles. Meu papel é tentar contextualizar com o que eu já tenho de prova de vídeo e todo material. Somente a prova de vídeo pode ter várias interpretações - disse Bevilacqua.
O auditor Felipe Bevilacqua explica a situação dos atletas (Foto: Thales Soares)
Na saída, Angelo distribuiu abraços aos companheiros de seleção brasileira, fazendo questão de demonstrar bom relacionamento. Foi embora de moto, na garupa de um membro da comissão técnica da seleção brasileira de ginástica. Ele e os outros atletas, além dos representantes presentes, não deram qualquer declaração, parecendo dispostos a deixar para trás o acontecido.
- Eles são amigos. Se efetivamente foi uma brincadeira o que aconteceu não posso me manifestar. Mas parece que continuam amigos - afirmou Bevilacqua.
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