Rixa entre torcidas é a principal linha de investigação para ataque, diz polícia

Excursão com torcedores do Avaí retornava de Curitiba quando ônibus foi apedrejado e um dos objetos matou João Grah; Polícia Civil não acredita em tentativa de assalto

 

Após analisar imagens das câmeras de segurança da Autopista Litoral Sul, a Polícia Civil de Santa Catarina apontou a rixa entre torcidas como a principal linha de investigação para o ataque contra o micro-ônibus que provocou a morte de João Augusto Grah, torcedor do Avaí, atingido na cabeça por uma pedrada. O veículo foi apedrejado, na BR-101, em Balneário Camboriú, quando retornava do jogo entre Avaí e Paraná, em Curitiba. A partida válida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B terminou empatada em 1 a 1. (veja o momento da ação no vídeo acima).
Segundo o delegado Osnei Valdir de Oliveira, coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC), não há características de tentativa de roubo na ocorrência na madrugada desta quarta-feira na cidade do Litoral catarinense. Nenhuma torcida suspeita foi citada pela polícia.
- Pelo vídeo que verificamos hoje [quarta], não há indícios de que o grupo que estava no viaduto pretendia praticar um roubo. Além disso, não aparece nas imagens outro veículo acompanhando o micro-ônibus depois das pedradas, o que seria comum em se tratando de roubo - explicou, por telefone, à reportagem.
Ainda conforme o coordenador da DIC, novas imagens foram solicitadas para a Autopista Litoral Sul para auxiliar na identificação do veículo e nas pessoas envolvidas. Dois rapazes que estavam na excursão - e pediram para não ser identificados - disseram à reportagem do G1 que não havia integrantes de torcida organizada no grupo que voltava para a capital catarinense.

 

Ônibus foi apedrejado em Balneário Camboriú (Foto: PRF/Divulgação)

o caso

O torcedor do Avaí João Augusto Grah, de 27 anos, foi alvo de uma pedrada na madrugada desta quarta-feira, quando retornava da partida contra o Paraná, e morreu. O incidente aconteceu na altura do km 136 da BR-101, no município de Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência, ao menos três pedras, do tamanho de um sapato de número 42, foram atiradas contra o vidro dianteiro do micro-ônibus. O ataque ocorreu por volta da 0h30.
No vídeo cedido pela concessionária Autopista Litoral Sul, as imagens mostram um carro parando em um viaduto. Quatro suspeitos saem do veículo e outros cinco aparecem correndo. Eles ficam na beirada, próximo ao parapeito, esperando pela passagem do micro-ônibus, jogam as pedras e correm. Uma parte do grupo vai para o lado oposto do viaduto, para observar a passagem do ônibus. Dois deles levantam os braços, como uma comemoração.
João foi levado para o Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, mas não resistiu e faleceu às 2h30. O corpo dele é velado na Câmara Municipal de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. O enterro está marcado para a manhã de quinta-feira.