terça-feira, 2 de setembro de 2014

Mais de mil dias depois, Atlético-PR reabre a Baixada para a torcida

Torcida Atlético-PR x Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Torcida do Atlético-PR passa por 10 estádios; entre eles, a Vila Capanema (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
O jogo contra o América-RN, às 19h30 (horário de Brasília) de quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, entrará para a história do Atlético-PR, independente do resultado. A partida marcará o retorno "oficial" da torcida à Arena da Baixada após dois anos e nove meses. Precisamente foram 1.003 dias que o torcedor contou até a  volta.
O Furacão não joga em casa com o apoio vindo das arquibancadas desde o Atletiba, pelo Brasileirão de 2011. Na ocasião, venceu por 1 a 0, mas não conseguiu evitar o rebaixamento para a Série B.
Nesses mais de mil dias, o Atlético-PR precisou encarar um martírio. Jogou em outros estádios após o fechamento da Baixada no começo de 2012, para as obras de conclusão visando a Copa do Mundo. A expectativa inicial era de que o estádio ficasse pronto até março de 2013, e o Furacão já voltasse a jogar em casa naquele ano. Mas dificuldades financeiras, atrasos nos repasses de empréstimos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), greves e questionamentos sobre o gerenciamento dos recursos estragaram os planos.
FOTOS: após obra, atrasos e punição, Arena da Baixada volta a receber torcida

No começo de 2014, o secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke, chegou a dar um ultimato ao Atlético-PR: ou as obras aceleravam ou a Arena da Baixada seria retirada da Copa do Mundo. O "puxão de orelha" deu resultado, e o estádio ficou pronto dias antes do Mundial - recebeu quatro jogos da primeira fase (Irã 0x0 Nigéria, Equador 2x1 Honduras, Espanha 3x0 Austrália e Argélia 1x1 Rússia) sem registrar nenhum problema grave. Antes, o clube realizou dois eventos-testes no local: empatou sem gols com o JMalucelli e perdeu por 2 a 1 para o Corinthians em partidas aberta apenas para um número limitado de sócios.

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Punição atrasa volta para casa
Devido aos atrasos, porém, o Atlético-PR teve que mandar 89 partidas em outros locais. Conquistou 55 vitórias, empatou 26 vezes e sofreu oito derrotas, o que representa 71% de aproveitamento (confira a tabela completa abaixo). Foram 10 "casas" nesse período: Germano Krüger, Ecoestádio, Vila Capanema, Vila Olímpica, Arena Joinville, Gigante do Itiberê, Orlando Scarpelli, Mané Garrincha, Willie Davids e Parque do Sabiá.
Espero que tudo isso fique para trás e  que a Baixada traga realmente novos tempos para o Atlético-PR, para a torcida
André Groche-veski, torcedor
Em um desses jogos como mandante (no clássico Atletiba, pelo Brasileirão), torcedores do Furacão brigaram entre si nas arquibancadas da Vila Capanema. Punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o clube precisou jogar a 100 quilômetros de Curitiba e escolheu Joinville para mandar os duelos com Náutico e Joinville. Para piorar, no segundo jogo, vândalos voltaram a brigar - dessa vez com a torcida do Vasco. Reincidente, o Atlético-PR pegou punição recorde: nove jogos, sendo cinco longe de casa e outros quatro com os portões fechados.
A perda de mandos de campo atrasou ainda mais a volta da torcida para a Baixada. E também aumentou a expectativa para isso. Webdesigner e torcedor do Furacão, André Grocheveski, de 27 anos, estava no Atletiba de 2011, viveu o martírio de lá para cá e já garantiu presença na partida da volta. Ele comenta sobre as dificuldades vividas pela torcida e festeja a volta para casa:
- Foi um período difícil. Na Baixada, tudo tinha costume de casa, desde o lugar marcado até o cuidador de carro, que já sabia a hora que eu chegava e onde eu parava. Além de ter que nos acostumar com cada estádio que jogávamos, convivíamos com incertezas do local até dias antes dos jogos. Tomei muita chuva no Janguito, muito sol na Vila e principalmente corri de briga em Joinville. Mas espero que tudo isso fique para trás e que a Baixada traga realmente novos tempos para o Atlético, para a torcida e que voltem os tempos em que a união da nossa casa e do torcedor mudava resultado lá dentro - falou o torcedor.
Torcida Atlético-PR André Grocheveski (Foto: Arquivo pessoal) 
André Grocheveski, à esquerda, na Arena Joinville, 
vive expectativa pela volta à Baixada (Foto: Arquivo pessoal)
Depois de 1.003 dias, 10 "casas" e quatro jogos com portões fechados, o Atlético-PR voltará a ter a torcida ao seu lado no jogo contra o América-RN, marcado para 19h30 (horário de Brasília) de quarta-feira. A partida é válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Após a derrota por 3 a 0 em Natal, o Furacão precisa vencer por quatro ou mais gols de diferença para ficar com a vaga. Vitória rubro-negra por 3 a 0 leva a decisão para os pênaltis.
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Deivid é o único remanescente de 2011
O Atlético-PR volta à Arena da Baixada com apenas um jogador que estava em campo na vitória sobre o Coritiba, em dezembro de 2011: o volante Deivid.  Todos os outros perderam espaço no clube. O goleiro Renan Rocha e o lateral-esquerdo Heracles - titulares há três anos - ainda têm vínculo com o Rubro-Negro, mas não integram o grupo principal.
Na despedida da Arena antes das obras, o Atlético-PR teve Renan Rocha; Wagner Diniz (depois, Wendel), Manoel, Fabrício e Heracles; Deivid, Marcelo Oliveira, Cleber Santana (depois, Marcinho) e Paulo Baier; Guerrón e Nieto (depois, Renan).
Na volta para casa, um provável time tem Weverton; Sueliton, Dráusio, Cleberson e Natanael; Deivid, Otávio, Paulinho Dias (Nathan, Dellatorre ou Mosquito) e Marcos Guilherme; Marcelo e Cléo. A dúvida existe porque o técnico Leandro Ávila pode sacar o volante Paulinho Dias para colocar um jogador mais ofensivo. Nathan, Dellatorre e Mosquito são as principais opções.

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