quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Crise financeira faz São Paulo demitir funcionários em todos os setores

As vendas de Douglas e Lucas Evangelista renderam R$ 16,8 milhões aos cofres do São Paulo, mas a situação financeira do clube está longe de ser confortável. Com um time milionário para administrar mensalmente, perda de receitas e um déficit negativo nos primeiros seis meses do ano, a ordem é enxugar os gastos.
Para começar a colocar a casa em ordem, o presidente Carlos Miguel Aidar, que assumiu o cargo há quatro meses, está promovendo uma grande reformulação em todos os departamentos do clube. Os funcionários de cada pasta que ganhavam os maiores salários foram demitidos.
O número de seguranças que trabalhavam em todos os jogos foi reduzido. O valor que eles recebiam também caiu para menos da metade. Muitos funcionários pararam de receber hora extra. Conselheiros que tinham suas viagens bancadas por Juvenal Juvêncio no passado podem viajar agora desde paguem por ela. No futebol, alguns atletas e o técnico Muricy Ramalho estavam com direitos de imagem atrasados, mas os débitos foram quitados na segunda-feira.
Fontes ouvidas pelo GloboEsporte.com dizem que a situação financeira atual é reflexo do último ano da gestão de Juvenal Juvêncio. Mesmo com a venda de Lucas, que rendeu R$ 81 milhões aos cofres do clube no início de 2013, o ex-presidente antecipou receitas e fez empréstimos para arrumar a situação na época. Quando o novo presidente assumiu, um dos seus primeiros atos foi pedir antecipação da cota de TV para quitar as dívidas mais urgentes.
Para piorar, o clube perdeu o patrocinador master e ainda sofre com os atrasos do fornecedor de material esportivo. A Semp Toshiba tinha vínculo com o Tricolor até dezembro de 2014, mas passando por dificuldades financeiras, saiu em julho, deixando o clube sem receber R$ 2,5 milhões por mês. A Penalty tem acordo até o final de 2015, mas dificilmente continuará no ano que vem. Puma e Under Armour já brigam pela preferência a partir de janeiro.
Como consequência, o clube fechou o primeiro semestre com um déficit muito grande. Para zerar o negativo, somente vendendo pelo menos quatro jogadores na janela de transferências que acabou na última segunda-feira. Apenas dois saíram.  Aidar não aceitou propostas do Cesena, da Itália, por Ademilson, e do Al-Ahli, da Arábia Saudita, por Osvaldo, alegando que as ofertas eram  baixas. Rodrigo Caio, que era considerada a mina de ouro do clube, sofreu uma grave lesão no joelho, o que freou sua transferência. Ele já havia entrado com a documentação para obter o passaporte comunitário e tinha negociação encaminhada com o Monaco, da França, por R$ 59 milhões.
Aidar também contratou os serviços do Instituto Áquila, que está fazendo uma profunda análise em todo o modelo de administração do clube. O trabalho tem duração de um ano, mas em janeiro a empresa já entregará um relatório inicial do que precisa ser modificado. 
Mesmo em situação ruim, o clube foi às compras e gastou R$ 13,5 milhões para tirar Alan Kardec do Palmeiras. Além disso, já conversa com o volante Wesley, que tem tudo para ser o primeiro reforço de 2015 - ele está a menos de seis meses do fim do contrato com o Verdão.
Tudo está sendo feito para colocar o São Paulo de volta na Taça Libertadores da América no ano que vem. Para isso, será preciso vencer a Sul-Americana ou ficar entre os quatro primeiros no Campeonato Brasileiro. Do contrário, embora o presidente diga que será possível manter as estrelas, as receitas diminuirão sensivelmente e o reflexo será no time de futebol. Vários jogadores serão vendidos, e as contratações serão bem modestas.
Muricy Ramalho, Treino São Paulo (Foto: Marcos Ribolli) 
São Paulo regularizou as pendências com Muricy Ramalho na última segunda-feira
 (Foto: Marcos Ribolli)

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