Petros, em ação contra o Coritiba, jogo em que ele teria atuado de forma irregular (Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Nos bastidores, a Chapecoense observa os desdobramentos do caso envolvendo o meia Petros, que teria sido inscrito de forma irregular pelo Corinthians no Campeonato Brasileiro.
O departamento jurídico do clube catarinense afirma que está analisando
o fato e cogita a possibilidade de entrar com uma ação contra o Timão
no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
A
suposta irregularidade pode resultar na perda de 21 pontos do time
paulista na competição nacional. Para esse tipo de caso, o Código
Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê a perda de três pontos por
jogo disputado pelo atleta irregular, além dos pontos conquistados no
campo. Em uma possível punição, o Corinthians iria para a zona do
rebaixamento, além da eliminação na Copa do Brasil.
O
diretor jurídico do clube catarinense, Luis Sérgio Grochot, acredita
que há irregularidade no "caso Petros". Ele entende que o jogador não
poderia ter sido inscrito no Boletim Informativo Diário (BID) do dia 1º
de agosto (uma sexta-feira), já que o novo contrato dele com o Timão
passou a vigorar só no dia 2 (um sábado). Petros estava emprestado ao
Corinthians pelo Hortolândia. No dia 1º, o Timão comprou os direitos do
jogador, rescindindo o contrato de empréstimo com o clube do interior
paulista e encaminhado os dados para registro na Federação Paulista. O
documento, porém, só teria validade a partir do dia 2.
O advogado da Chapecoense pondera que o momento é de cautela e atenção em relação às possíveis ações de outros clubes e da CBF.
– O
primeiro passo é observar o que está acontecendo, porque tudo é muito
recente. Estamos estudando o caso e observando a atitude da CBF. Estamos
conversando com outros clubes. Há a possibilidade de entrar com ação,
mas não pode haver precipitação – comentou, em entrevista ao
GloboEsporte.com.
Ainda segundo Grochot, para que
nenhum clube crie um mal-estar com a entidade ou com time paulista, uma
saída seria uma ação conjunta dos times interessados no caso. O advogado
também disse que espera um posicionamento do STJD.
– Vamos
observar um pouco. A própria procuradoria do STJD sabe do caso e vamos
esperar. E o caso envolve mais clubes, com interesses diversos. Temos de
ter cautela – acrescentou.
Na visão do setor jurídico da Chape, não houve má-fé do Corinthians, e sim “um erro, uma precipitação”.
Entenda o caso
Conforme
reportagem do diário “Lance!”, um erro teria ocorrido no registro do
meia Petros. O empréstimo do jogador (pertencia ao Hortolândia-SP)
encerrou no dia 1º de agosto, uma sexta-feira. O novo contrato do Timão
com o profissional teria sido firmado a partir do dia 2, um sábado.
Só
que o novo vínculo foi registrado no dia 1º na Federação Paulista de
Futebol (FPF), entidade que repassa essas informações para a CBF, que
administra o BID. Como o contrato era válido a partir de um sábado, a
inscrição só poderia ter sido feita na segunda-feira, dia 4. E o jogador
entrou em campo no domingo, dia 3, contra o Coritiba, pela 13ª rodada
do Campeonato Brasileiro.
De acordo com informações do blog “Bastidores FC”,
os especialistas em direito desportivo divergem sobre o caso. Há quem
veja irregularidade no registro do jogador, há quem não veja problema
nenhum no caso.Quem aponta irregularidade na situação afirmou que o
registro do jogador só seria válido a partir do dia 4 de agosto, o
primeiro dia útil seguinte à data que o contrato teria sido firmado. Já
outros especialistas disseram ao blog que para participar de uma partida
do Campeonato Brasileiro, o atleta precisa preencher dois requisitos:
ter um contrato válido e estar inscrito no BID.
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